sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O diário De Katarina: Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 1

No interior do Brasil as margens do rio São Francisco nascí Katarina. De família simples, pai lavrador e mãe dona de casa. Pessoas muito simples, mas de uma dignidade que os tornavam nobres. Crescí em meio as dificuldades da vida a que toda moça de família humildade passa naquele pedacinho do Brasil tão abandonado pelo poder público. Embora nunca tenha me faltado o necessário para minha subsistência. Se fosse uma jovem como as de minha geração, sabia o que me esperava. Casar com um bom homem que fosse trabalhador e ter um ou dois filhos... Ou como mandava a tradição ter um monte de filhos... Entretanto  nunca me conformaria com o que me esperava se fosse aquele o meu destino. Casar com um homem que apesar de trabalhador seria machista como os que estava habituada a conviver incluindo meu próprio pai. Sim quando era mocinha e já tinha entendimento, não me conformava com os homens de minha terra, que costumavam sair para festas e deixar as esposas em casa, e achar que isso era a coisa mais natural possível... “Um bando de machistas é isso que são”.  Mas era uma sonhadora incurável que acreditava um dia encontrar o meu príncipe encantado, como nos contos de fada. Em uma bela tarde ensolarada em uma embarcação navegando pelo “Velho Chico”, meus olhos pararam na direção da outra extremidade do barco em que estava. E pela primeira vez nossos olhares se cruzaram... Um Olhar intenso... Que não escondia o desejo guardado no olhar... meu coração bateu descompassado quando o dono daquele belo par de olhos caminhou em minha direção:
- Oi. Como você se chama?
- Katarina e você?
- Roman.
- Nossa que nome diferente? – Em seguida sorri para ele toda encantada. Ele já devia estar acostumado as pessoas estranharem seu nome pela naturalidade com que me respondeu:
- É um nome russo.
- Que Legal! Você é russo?
- Não. Sou brasileiro. Meus pais vieram da Rússia para cá. Fugindo da guerra. – Enquanto conversávamos  descobri que ele estava de férias naquela cidade com alguns amigos e que vieram de uma grande metrópole. Ele me convidou para um passeio a noite logo mais tarde o que aceitei sem pensar duas vezes.


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