sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Novo Já Nasce Velho

   A cada quatro anos mais pessoas se aproximam de mim, revejo "os amigos", que quatro anos antes não via, e falar então só se fosse em sonho. Alguns chegam de mansinho perguntam como "vão as coisas" e a "família", preparam o terreno e pronto agora e dar o "tiro de misericórdia". Preciso da sua ajuda meu "amigo", conto com o seu voto e o da sua família. Nossa cidade precisa de mudança, e para que esta mudança aconteça, preciso do seu voto. "Tamo Junto"? Ergue os polegares e estampa aquele sorriso capaz de deixar a Angelina Jolie se sentir mal por não estampar tão belo sorriso. Pronto o recado já foi dado e mais um amigo que já fazia pelo menos quatro anos que não nos falávamos se vai me deixando com a "nostalgia" de quem só falará com ele novamente daqui a quatro anos, caso o próprio decida tentar mais um cargo eletivo.
   Outros quando te avistam, de longe, dedo em riste gritam para se fazer notar PRECISO FALAR COM VOCÊ. Você olha para o indivíduo se aproximando com a respiração ofegante como se estivesse em uma competição de atletismo e você a linha de chegada. Você olha para as mãos dele e vê um monte de papéis coloridos e já supõe de qual assunto tão urgente merece assim a sua atenção.
   Você sabe que eu sou candidato? -Sem dar tempo de você responder ele dispara: Então estou junto com o fulano de tal para prefeito, e conto com o seu voto e ele também! Te entrega o panfleto e vai embora, sem ao menos perguntar se a família vai bem. E mais um que vai me deixar com a "nostalgia", de um diálogo tão "curto e grosso", direto ao ponto.
   E o que esperar desses candidatos que dormem "cidadão e acordam políticos", sem ao menos ter começado a plantar antes. Até onde sei toda colheita necessita de um plantio antes. Ou será que podemos colher sem ter plantado? E o que esperar de candidatos que não tenha se preparado para o cargo, com o mínino de requisitos básicos como ter estudado por exemplo. Que tenham nomes parlamentares bizarros como " Zé cueca" "toninho burro" "xaninha da piscina" e por aí vai.
   Nós somos reflexos dos políticos que temos? Não sei até que ponto concordo com esta indagação. Afinal por mais que se escolha um candidato que se apresente politicamente correto aos olhos do eleitor, ele se eleito for será mais um a cair nas armadilhas de um sistema secular que não muda.
   Dizem que nós temos o poder. Os mais otimistas dizem que o poder emana do povo. Eu particularmente acredito que o único poder que temos é de escolher alguém novo, mas que já nasceu velho!

 

sábado, 22 de setembro de 2012

Cálice!

Preciso mortificar-me a cada dia quando momentos inesquecíveis vem à tona. 
Quebrar meu coração em mil pedaços,
E colá-lo novamente na tentativa desesperada de eliminar
O que me faz voltar ao passado que não existe mais.
A expectativa tola de algo pra trás.
O silêncio da inquietude, tenta me enganar, a visão do meu paraíso, se traduz neste cálice de vinho!
Os dias são pequenos e as noites são longas,
Nela abraço tudo que não existe mais;
Sinto a alegria sem sentido, e a tristeza mórbida da canção fúnebre;
Preciso afastar esse cálice! O silêncio da inquietude, tenta me enganar,
E a visão do meu paraíso, já não se traduz mais neste cálice de vinho!
Sim preciso mortificar-me a cada dia, quando já não resta mais forças para lutar!
E a visão do meu paraíso já não existe mais.
Só o lúgubre desejo do que ele foi um dia;
Preciso mortificar-me a cada dia, mas agora nem isso posso mais,
Pois o sangue que abastece o cálice também já não existe mais!
Sinto a alegria sem sentido, e a tristeza mórbida da canção fúnebre
Preciso afastar esse cálice!