Hoje eu acordei com saudade de não sei o quê...
Com a nostalgia
de não sei de quem...
Com o coração em desalinho por não sei o quê...
Acordei com
a certeza de que o dia está belo
E que meu coração vagueia nas entrelinhas do meu ser
E se
funde ao tempo em que estou
Vivendo. Do café fumegante que ingeri,
Do pão que comi me
transportei para a silhueta da
Mulher que tem invadido os meus sonhos, formas graciosas de
uma mulher sem rosto e
Cabelos que oram me parecem longos, ora me parecem curtos.
Apenas a silhueta em forma de sombras que dança para mim.
Não sei se ela é loira,
ruiva, morena, negra... Mas sei que
Ela existe em algum lugar...
Em algum lugar onde um coração
se conecta com o vento e sopra
Um hálito quente, que semeia as tâmaras do deserto, que sussurra
seu agridoce nas manhãs
Geladas, que preenche as nascentes de corações nas areias do
tempo. Olho pela janela e vejo
As folhas balançarem e rio porque não sei onde esta silhueta
está, mas nunca duvidei de sua
Existência. Acordei
com um saudosismo de não sei o quê... E mesmo com a iminência dos
Fatos, com os pontos que precisam ser preenchidos nas
entrelinhas, carrego em meu coração
O desejo de encontra-la, de beber a poção mágica que só existe
dentro de meu coração, de
Sentir o seu hálito quente jogado pelo vento, completando o
livro de nossos dias... Um brinde
A vida, ao saudosismo, as vírgulas ainda não colocadas e os
pontos ainda em construção...
Viver é um caminho a ser percorrido no dia-a-dia de nossas
aspirações, e ter sempre esta
Incógnita entranhada em nossos corações, é ter a única
certeza de que vale a pena tentar.
Hoje é a dama de silhueta desconhecida, que faz a vida valer
a pena. Ela tem exatamente
A forma que preciso para ser feliz. Hoje e somente hoje é
tempo de encontra-la.