sábado, 16 de dezembro de 2017

Sopro! ( Foi Cedo Demais )




   A vida é um sopro... O mais belo e milagroso sopro divino! A centelha mágica que nos foi presenteada pelo criador. E desde o momento em que tomamos consciência deste sopro nos agarramos a ele, nos apropriamos dessa centelha mágica como se nunca fossemos perde-la. No ventre de nossa mãe somos consciência em outros corações, somos o sagrado, a magia incandescente do universo que chamamos amor. A vida que pulsa, que trás nas veias o DNA da centelha divina nos proporcionando encontros e despedidas. Momentos difíceis em diversas situações, outros tão especiais que parecem que não acabarão nunca, mesmo que no fundo saibamos que findará... Hoje é o momento mais precioso que temos, penso em minha ignorância que fomos escolhidos para estarmos aqui, desde o coito, o momento fecundo, um gesto de amor ou não e a vida se propaga.
Por ser tão preciosa a vida tem seus mistérios, toda essa preciosidade nos prova a todo tempo a nossa fragilidade diante dela. A todo o momento ela nos escancara o nosso maior medo... A cada segundo ela nos prova que vivemos como se fossemos “imortais”. E que vivemos em busca de uma “imortalidade inexistente”, pelo menos nessa vida, nessa matéria, neste corpo.

   Mas como se preparar para a mortalidade? Como se preparar quando tão precoce e violentamente ela é interrompida? Quando nos damos conta que aquele momento foi o único e último, que nos despedimos da pessoa sem saber, (ainda ontem mesmo falei com ele) que o momento fatal viria logo em seguida. E todos os sonhos morrem ali... No acidente, na enfermidade, na fatalidade da existência que nos torna impotentes diante de tais circunstâncias.
   
E tudo que nos resta é a dor da perda, a inconformidade com a própria vida, com Deus e os por quês? Por que Deus ou a vida me tirou tão cedo alguém que tanto amo? Não somos capazes de entender os desígnios de Deus. E tampouco encontramos explicação para tais tragédias... Apenas sofremos a perda, sentimos a dor que só quem passa sabe e aceitamos nossa fragilidade. O coração cheio de dor procura conforto com os que estão ao lado, nossos amigos e familiares, em nossa pequenez humana tentamos uns confortar os outros com uma palavra amiga, um abraço, um gesto fraterno...
   
   Sim a vida tem seus mistérios e por ser tão preciosa é rápida demais... Um piscar de olhos, um segundo ela nos dá a maior alegria e com a mesma velocidade nos causa a maior dor. Num segundo a criança chora ao vir ao mundo, o milagre se faz presente, e choramos de alegria e no outro o ciclo termina sem a nossa permissão e choramos de tristeza, dor... Como uma bênção e uma maldição choramos no inicio e no final. O que nos resta afinal? O meio? O espaço entre o inicio e o fim que escrevemos em uma folha em branco nossa história? O livro que escrevemos e que nunca queremos acabar. O livro da vida... Alguns têm muitos capítulos outros poucos, a preciosidade se faz presentes em ambos. E o capitulo final é o que nos une, é que o que nos torna iguais, frágeis, impotentes, HUMANOS!


   Nos agarramos tanto a vida, nós a queremos tanto. Estamos tão acostumados com a presença física das pessoas que amamos que só de pensarmos a não existência das pessoas já nos deixa em pânico! E quando inesperadamente Deus nos tira essa pessoa é o pior dos sentimentos... O da Perda! Por que perdemos as pessoas que amamos? Por que Deus nos tira quem mais amamos? Por que as pessoas que amamos morrem? Como seria bom se elas não morressem! Já me fiz estas perguntas diversas vezes e nunca encontrei uma resposta. Porque não temos capacidade de entender plenamente os desígnios de Deus! A vida nos é “emprestada” essa é a única certeza que temos e que possamos preencher os espaços em branco que nos é dado pelo criador da melhor maneira. Que possamos eternizar os bons momentos em nossos corações dos que foram, e seguir nossos caminhos até que se complete a nossa missão aqui.