A vida é um sopro... O mais belo e milagroso sopro
divino! A centelha mágica que nos foi presenteada pelo criador. E desde o
momento em que tomamos consciência deste sopro nos agarramos a ele, nos
apropriamos dessa centelha mágica como se nunca fossemos perde-la. No ventre de
nossa mãe somos consciência em outros corações, somos o sagrado, a magia
incandescente do universo que chamamos amor. A vida que pulsa, que trás nas
veias o DNA da centelha divina nos proporcionando encontros e despedidas.
Momentos difíceis em diversas situações, outros tão especiais que parecem que
não acabarão nunca, mesmo que no fundo saibamos que findará... Hoje é o momento
mais precioso que temos, penso em minha ignorância que fomos escolhidos para
estarmos aqui, desde o coito, o momento fecundo, um gesto de amor ou não e a
vida se propaga.
Por ser tão preciosa a vida tem seus mistérios, toda essa
preciosidade nos prova a todo tempo a nossa fragilidade diante dela. A todo o
momento ela nos escancara o nosso maior medo... A cada segundo ela nos prova
que vivemos como se fossemos “imortais”. E que vivemos em busca de uma
“imortalidade inexistente”, pelo menos nessa vida, nessa matéria, neste corpo.
Mas como se preparar para a mortalidade? Como se preparar
quando tão precoce e violentamente ela é interrompida? Quando nos damos conta
que aquele momento foi o único e último, que nos despedimos da pessoa sem
saber, (ainda ontem mesmo falei com ele) que o momento fatal viria logo em
seguida. E todos os sonhos morrem ali... No acidente, na enfermidade, na
fatalidade da existência que nos torna impotentes diante de tais
circunstâncias.
E tudo que nos resta é a dor da perda, a inconformidade
com a própria vida, com Deus e os por quês? Por que Deus ou a vida me tirou tão
cedo alguém que tanto amo? Não somos capazes de entender os desígnios de Deus.
E tampouco encontramos explicação para tais tragédias... Apenas sofremos a
perda, sentimos a dor que só quem passa sabe e aceitamos nossa fragilidade. O
coração cheio de dor procura conforto com os que estão ao lado, nossos amigos e
familiares, em nossa pequenez humana tentamos uns confortar os outros com uma
palavra amiga, um abraço, um gesto fraterno...
Sim a vida tem seus mistérios e por ser tão preciosa é
rápida demais... Um piscar de olhos, um segundo ela nos dá a maior alegria e
com a mesma velocidade nos causa a maior dor. Num segundo a criança chora ao
vir ao mundo, o milagre se faz presente, e choramos de alegria e no outro o
ciclo termina sem a nossa permissão e choramos de tristeza, dor... Como uma
bênção e uma maldição choramos no inicio e no final. O que nos resta afinal? O
meio? O espaço entre o inicio e o fim que escrevemos em uma folha em branco
nossa história? O livro que escrevemos e que nunca queremos acabar. O livro da
vida... Alguns têm muitos capítulos outros poucos, a preciosidade se faz
presentes em ambos. E o capitulo final é o que nos une, é que o que nos torna
iguais, frágeis, impotentes, HUMANOS!
Nos agarramos tanto a vida, nós a queremos tanto. Estamos
tão acostumados com a presença física das pessoas que amamos que só de
pensarmos a não existência das pessoas já nos deixa em pânico! E quando
inesperadamente Deus nos tira essa pessoa é o pior dos sentimentos... O da
Perda! Por que perdemos as pessoas que amamos? Por que Deus nos tira quem mais
amamos? Por que as pessoas que amamos morrem? Como seria bom se elas não
morressem! Já me fiz estas perguntas diversas vezes e nunca encontrei uma
resposta. Porque não temos capacidade de entender plenamente os desígnios de
Deus! A vida nos é “emprestada” essa é a única certeza que temos e que possamos
preencher os espaços em branco que nos é dado pelo criador da melhor maneira.
Que possamos eternizar os bons momentos em nossos corações dos que foram, e
seguir nossos caminhos até que se complete a nossa missão aqui.
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