sábado, 31 de dezembro de 2011

Tempo De Esperança E Reciclagem

hoje, 31 de dezembro, o último dia do ano... É chegada aquela hora em que paro para refletir sobre o ano que daqui algumas horas passará... Fará parte do meu pretérito, ficará guardado em um cantinho do meu coração, e só poderei visitá-lo novamente quando abrir a janela do tempo que me transportará para ele. Sim o ano é um ser vivo tão real quanto as batidas do meu coração, tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, nele habita as dualidades, mas é muito poderoso. Não realizei tudo que gostaria, mas consegui pequenas vitórias que me deram forças para continuar trilhando o caminho dos meus sonhos. Sofri grandes derrotas, mas não grandes o suficiente para me derrubar. Na bonança exercitei a minha fé, nas adversidades a redescobri. Lutei ao lado de grandes guerreiros, provei o sabor amargo do fogo amigo, ás vezes o inimigo mora ao lado e sorri feito a hiena. Conheci pessoas que se tornarão inesquecíveis, estas levarei comigo por toda minha existência. Outras terei que esquecer que um dia cruzaram meu caminho, pois a sua passagem foi destruidora como um terrível furacão que abalaram a minha base, entretanto a minha fé em Deus não deixou com que me destruíssem. É chegado o tempo de reflexão e de queimar pontes. De esperança e reciclagem. Descobri que conheço muitas pessoas, das quais um seleto grupo chamarei de amigos, dos quais alguns terei pouco contato, outros verei mas não posso contar, uma pequena parcela poderei contar para algumas coisas, e uma parcela menor ainda poderei contar para o que der e vier. Vivi intensamente este ano, caindo e levantando, errando e aprendendo, sorrindo e chorando, todavia sendo leal aos meus valores, respeitando os meus princípios, afinal abaixo de Deus, um homem precisa ser leal a sí mesmo. Peço a Deus muita saúde e sabedoria para que lute com a mesma dignidade que lutei este ano. Que os obstáculos não me desviem do meu caminho. Que eu viva com humildade e respeito aos meus semelhantes. Desejo a todos os meus leitores, a todas as pessoas do planeta um feliz ano novo. Que possamos estarmos mais unidas na luta pelo bem comum, que deixamos aqui neste ano o egoísmo, a inveja, a ganância, a falsidade, a intriga, e que cada ser faça a sua parte enquanto cidadão do mundo, pois cada gesto positivo, cada atitude positiva de cada ser humano ainda que pequena, transformará o planeta.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte Final

Hoje começarei dizendo para o leitor o porque decidi chamar este relato de minha vida, conto para minha morte. Simplesmente querido leitor, porque considero todo aquele que faz uso de qualquer substância que seja prejudicial em demasia, um suicida em potencial. É o diabético que tem consciência de que não pode abusar de açúcar, mas se entope de guloseimas e tudo aquilo que é nocivo a sua saúde, é o usuário de tudo quanto é tipo de drogas como um dia fui que não tem controle sobre seu vício, e usa em excesso porque acredita que é imune ao dano a saúde. É o fumante que fuma um, dois, três maços de cigarro por dia, enfim todos que praticam o excesso naquilo que não devia. Todos nós somos suicidas em potêncial, fazemos parte da turma do " não quero morrer rápido mesmo", " a morte é o destino de todos nós". Ah se fosse tão simples assim... Morrer... Se fosse apenas estarmos adiando o ciclo natural das coisas, se fosse apenas diminuir nossos dias aqui neste plano, continuaria me drogando ao extremo, sinceramente continuaria... Mas infelizmente não acontece assim. Você simplesmente não morre pelos excessos e fica tudo "resolvido". Viver em excessos implica consequências que só paramos para pensar depois, quando elas se apresentam em forma de loucuras, acidentes, cadeiras de rodas, prisões, menos a morte que seria a solução. Aí passamos a viver com o estigma da culpa, da dor, e do desespero para enfrentar as pessoas que simplesmente virarão para você e dirão " Tá vendo foi isto que você procurou, então arque com as consequências". E só então você consegue perceber o quanto teve uma vida vazia, preenchida por substâncias e não por pessoas. E aí passa a valorizar pequenos momentos que não valorizava... O renascimento se faz necessário, e então nasce uma nova criatura, um novo ser dentro do seu coração. Embora pareça quase impossível, você se apega ao "quase", e parte em busca da mudança de sua própria existência, você tenta reescrever a sua história e dar um final feliz... E foi graças a esta minha vontade e determinação em mudar que hoje sou um novo homem. Faz mais de um ano que não uso drogas, mas tenho consciência de que a luta será constante até o fim dos meus dias, nunca poderei dizer que estou livre, pois a cada dia luto contra qualquer vestígio que possa pintar em minha mente. Graças ao meu bom Deus consegui arrumar um emprego satisfatório, que me possibilitou levar uma vida digna e voltar a me sentir útil novamente. Agora sonho em casar e ter filhos como qualquer ser humano... Mas os remédios ainda continuo tomando, a minha médica disse que terei que tomar até o fim de minha existência. Hoje me considero uma pessoa feliz, desci ao vale das sombras, flertei com o suicídio, graças a Deus renasci das cinzas e agora sonho com um futuro melhor, longe das drogas e ao lado da futura mulher que amo [risos] quando ela aparecer.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Seres utópicos Por Natureza

   Nem sempre conseguimos ter a genialidade de aprender com os erros dos outros. Muitas vezes lemos a respeito das experiências que deram errado, ouvimos conselhos de pessoas que já passaram por aquilo. Mas insistimos em cometer o mesmo erro. No fundo é como se pensássemos que conosco seria diferente... Dentre todas as estatísticas desfavoráveis acreditamos que somos a exceção... Às vezes tomamos decisões que vão contra toda a lógica, a racionalidade, movidos por pequenos prazeres momentâneos, mas de uma intensidade que simplesmente esquecemos de calcular o preço de uma decisão movida por um prazer enlouquecedor, e que servirá para a nossa condenação futura quando ele acabar. E somente depois quando nosso juízo pensa com "sanidade", percebemos que pode ter sido tarde demais... Um único momento intenso e prazeroso pode ser o último e tarde demais para toda uma existência.
   Aprendemos ao longo desta caminhada chamada "existência", mas desafortunadamente aprendemos com nossas próprias experiências, com nossos próprios erros e acertos. Quão geniais seríamos se conseguíssemos aprender com a experiência do vizinho, ou até mesmo com a experiência de um desconhecido que chegou ao nosso conhecimento. Entretanto há uma grande diferença entre chegar ao "conhecimento", e chegar ao "entendimento". Entre ser "expectador" e "ator principal". Entre a "realidade", o "sonho" e a "fantasia".
   Somos utópicos por natureza, acreditamos que possuímos o antídoto para tudo que não deu certo para os outros para nós dará. Prefirimos muito vezes deixar de acreditar em um sonho para acreditar na fantasia. Brincamos de "deus", onde criamos o nosso mundo perfeito, somos soberamos acima "do bem e do mal", "do sonho e da realidade". Quando deixamos de viver entre o sonho e a realidade, entramos no perigoso mundo da utopia. Que constitui uma pequena parte de nosso ser, mas é muito prazerosa, e aí consiste o seu poder de destruição.



  

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 11

   Consciência da minha doença já tinha. O passo seguinte era a minha reeintegração a sociedade. Queria a minha vida de volta, ou pelo menos parte dela. Uma vez que tinha conhecido o "outro lado", que tinha "flertado com a loucura", sabia que nunca mais poderia ser como era, mas existia a possibilidade de um recomeço, aliás esta possibilidade sempre existe na vida de cada um. Embora mantinha a chama da esperança acesa, estava um pouco desanimado, todas as pessoas que eu conhecia quando me paravam na rua, não falavam de outra coisa. Quando alguém vinha me cumprimentar, logo em seguida a pergunta era: " - Como você está?" " Você tá legal", "Tá tudo bem com você meu". Isso me aborrecia porque queria conversar com as pessoas, estabelecer um diálogo como qualquer outra pessoa. Mas sempre que tentava me frustrava, porque a conversa acabava girando em torno de mim, da minha saúde.
   Paciência...Paciência....Esta era a palavra chave, mas já estava de saco cheio de ter que cultivar tanta. A melhor maneira de recomeçar a trabalhar é fazendo qualquer trabalho braçal, e comecei em minha própria casa com pinturas, e pequenas obras que precisavam ser feitas. Isso me mantinha ocupado, o que era muito bom para minha cabeça. Como diz o ditado " mente vazia é oficina do diabo". A grande realização do ser humano é se sentir útil. Isto pude constatar enquanto me mantive ocupado com tudo quanto que era obra que precisava fazer em casa.
   Mas as coisas mudariam para mim, aprendi a cultivar também a minha fé. E isto fazia toda a diferença. Uma das coisas que estavam deixando os meus amigos impressionados é que mesmo estando convivendo com eles, não sentia vontade de usar drogas. As vezes eles usavam na minha frente, e até me ofereciam mais eu sempre recusava. Alguns diziam " não sei como é que você consegue". Mas a minha família sempre que eu chegava em casa ficava me olhando desconfiado. Uma vez meu irmão chegou a pedir que eu levantasse as mãos e que olhasse nos olhos dele, tamanha era a desconfiança. Outra coisa que ficou bem claro pra mim quando adoeci é quem são seus amigos de verdade. Pelo número de pessoas que vinham em minha casa me visitar pude perceber a grande diferença.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal Em 365 Graus

Quando chega o fim de ano, especialmente nesta data renovamos nossas esperanças e entramos no espírito natalino. O natal que simboliza nascimento, esperança, boas novas. Este "espírito natalino", transforma nossos sentimentos, nos tornamos mais fraternos, mais amorosos com o próximo, e porque não dizer até mesmo altruísta. Nesta época seguimos a tradição de trocar presentes, reunir a família para os momentos de confraternização. A mesa farta e tudo ao redor se transforma em um clima de festa e harmonia. Entretanto convido o leitor para refletir sobre toda esta transformação em função de um único feriado. Apesar de ser muito especial, e não ser um dia qualquer, não deixa de ser um dia com 24 horas igual aos demais. Que bom seria se considerássemos todos os dias do ano como se fossem " natal". Se usássemos de toda esta fraternidade, de todo este bom sentimento que o "espírito natalino" provoca em nós durante os 365 dias do ano. Haveria menos fome, inveja, egoísmo e por aí vai... E sobraria compaixão, amor, esperança, fraternidade... Construiríamos uma sociedade mais justa, humana, fraterna. Contribuiríamos para a construção de um mundo melhor, onde senão todos, pelo menos a maioria tivesse uma mesa farta quando esta data chegasse. Convido os leitores a fazerem parte deste desafio: Vamos fazer de cada dia de 2012 um pequeno natal? vamos levar esta magia encantadora do natal , ainda que um pouquinho a cada dia, para que possamos estar construindo um mundo melhor a cada dia. Que sejamos pequenas formiguinhas que trabalhando em conjunto temos a força que precisamos. Desejo a todos os meus leitores um feliz natal, obrigado por fazerem parte de minha vida, através deste blog, das coisas que escrevo. Pois cada leitor que divide comigo as emoções através das palavras aqui escritas está conectado com a minha alma.






sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Maktub?

Está escrito nas estrelas, quando ouço esta frase, fico me perguntando se os nossos caminhos já estão predestinados a se cruzarem em determinado momento da existência. Aquilo que chamamos DESTINO, para muitos nada mais é do que a nossa própria capacidade de construirmos nossa própria história. Ou seja a construção de nosso destino é de nossa total responsabilidade. Mas para outros o destino já vem traçado e cabe a nós apenas cumprir aquilo que completará o ciclo de nossa existência. Entretanto no meio do caminho nos deparamos com algo que nos foi dado pelo Criador, e que as escrituras sagradas chama de livre arbítrio. As vezes me pergunto se o livre arbítrio pode alterar o nosso destino, ou  ele é apenas  mais um caminho que nos levará ao mesmo lugar...Ao lugar que nos foi predestinado... Sinceramente não sei, mas acredito no destino e no dom do ser humano. O inevitável sempre acontece, aquilo que não encontramos explicações, porque simplesmente não há. E o universo conspira a nosso favor ou contra o tempo todo, depende da ótica em que se enxerga. Existem diversas situações que acontecem ou aconteceram que muitas vezes nos perguntamos que ao usar o livre arbítrio naquele momento decisivo, sofremos a punição pela escolha errada. E quando isto ocorre sempre implicará em duas coisas: O arrependimento, ou a experiência válida. O arrependimento pela escolha errada, ou o aprendizado pela experiência vivida. E o destino segue nos "pregando peças", movidas pelas mãos do Criador, que nos dá a opção de escolha, e passamos a navegar em um rio que desembocará em outro ainda maior, desembocaremos naquilo que chamamos inevitável. Maktub palavra árabe que significa "está escrito", quando a compreendemos, percebemos que deixamos de ser os atores principais do filme de nossa vida, e passamos a ser os coadjuvantes de um plano além de nossa compreensão. Onde o diretor cria cenas da qual não tinhamos decorado o texto e tampouco sabíamos que elas existiriam.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando Não Procuramos Explicações, Tudo Fica Claro.

   O príncipe Fouad caminhava pela larga avenida de uma pequena cidade litorânea. Enquanto a passos largos caminhava, olhava para ambos os lados na tentativa de identificar a princesa Berura. Eles se encontraram pela primeira vez há mais ou menos um mês em uma situação desta que chamamos de no mínimo inesperada. Ele a encontrou em uma rua movimentada no fim de uma tarde qualquer em que logo a noite chegaria. Tinham se visto algumas vezes antes daquele dia, e trocados no máximo um "oi"  e alguns acenos no corredor da faculdade. Entretante naquele fim de tarde quando os olhos de Fouad se encontraram com os de Berura aconteceu o inesperado, ambos foram pegos de surpresa, houve uma magia que os envolveu e dispararam a conversar como se fossem velhos conhecidos. Ao se despedir da princesa ele fez menção em beijar-lhe a face mas parou no meio do caminho. Ela percebeu esboçou um sorriso e se aproximou dando um beijo de despedida na face dele.
   Depois deste primeiro contato e graças a internet, mantiveram contato e os corações se aqueciam. Apesar das adversidades em que se encontravam, afinal viviam em mundos opostos. Fouad era de família árabe e como manda a tradição de sua família era muçulmano. Berura era de família judaica bem ortodoxa, entretanto ela e Fouad não compartilhavam do mesmo sentimento de ódio que os dois povos nutriam entre sí. E a cada dia se descobriam com mais afinidades um com o outro, e a cada dia se sentiam mais apaixonados mesmo sem nunca terem se beijado. Ela se tornara um Zahir para o jovem Fouad, que segundo a tradição é uma palavra árabe que significa algo ou alguém que domina completamente a nossa mente, que está sempre presente nos nossos pensamentos.
   Mas naquela tarde agradável de verão o príncipe Fouad caminhava tentando identificar a princesa Berura olhando para cada pessoa ou grupo de pessoas em frente aos bares, cafés e restaurantes que seus olhos alcançavam. De repente ele a avistou sentada em um banco, com óculos escuros cabelos soltos e os olhos grudados em um livro. Atravessou a avenida e a cada passo seu coração batia descompassado. Parou bem em frente a ela e fez uma pergunta qualquer como se fosse um turista perdido. Ela levantou a cabeça e sorriu, para logo em seguida ficar de pé. A convite dele caminharam pela praça e sentaram em banco em frente ao mar calmo que refletia o brilho do sol em suas águas esverdeadas.
   Era a primeira vez que se encontravam a sós desde o dia em que conversaram pela primeira vez. Ele estava um pouco nervoso, enquanto ela parecia muito calma. Ele falou tentando conter as palavras que saiam desenfreadamente sobre os sentimentos que afloravam em seu coração desde o primeiro dia em que se conheceram. E da forma como as coisas vinham se desenrolando. Ela o escutava atentamente era de poucas palavras, gostava mais de ouvir. Quando os corações já não conseguiam mais lutar contra algo que não tinham forças o beijo longo e apaixonado aconteceu. Em seguida o silêncio agradável e necessário, aqueles minutos ou segundos até que um dos dois rompa o silêncio.
   Alguns dias após Fouad disse amada que chegava a sentir medo de perdê-la, dada as circunstâncias em que viviam. E o próprio disse: " Como posso ter medo de perder algo que ainda não tenho", e a resposta da princesa Berura foi : " Embora digamos que não temos certeza, mais no fundo de nosso coração sabemos o que nos pertence".
   Fouad nome árabe que significa "coração"Berura do hebraico significando " pura, limpa " Em aramaico a mesma palavra, significa " devota, boa, honesta". Em assírio, tem o significado de " reluzente".  "Que Allah nos abençoe", ele disse. "El Shaddai esteja conosco", ela completou. Aqueles dois corações deixaram de tentar entender porque apesar das diferenças se amavam tanto. Compreenderam que apesar de seguir caminhos diferentes adoravam ao meus Deus. E que Deus, ou Allah está no controle e se os seus caminhos se cruzaram é porque há um mistério que está além da compreensão de ambos que eram para se manterem afastados, mas que a cada dia ficavam mais unidos. E finalmente compreenderam que as vezes só entendemos a vida, quando não procuramos explicações, aí tudo fica claro.

Conto Para Minha Morte. Parte 10

   A vida tinha se tornado um saco, a minha rotina estava me "matando". Sempre fui uma pessoa muito ativa, sempre gostei de trabalhar e ter o meu dinheiro. Ficar contando os dias sem fazer nada e tomando os remédios definitivamente não era uma das coisas que mais me agradava. Mas era preciso, tinha plena consciência disto embora me irritasse bastante. Esquizofrenia a primeira vez que ouvi esta palavra foi como se me faltasse o chão dos meus pés. É bastante assustador quando você a ouve pela primeira vez da boca de um médico dando o diagnóstico ao paciente. Principalmente se este médico for o seu psiquiatra. Mas foi o que ouvi da minha psiquiatra numa bela tarde ensolarada, e para ser bem franco não gostei e tampouco concordei com aquele diagnóstico. Entretanto procurei investigar tudo sobre a doença, e o que descobri foi algo que me deixou chocado e ao mesmo tempo satisfeito, pois muitas vezes julgamos as ações sem conhecer as causas e com isso falamos até "asneiras". Encontrei muito material sobre o assunto disponível na internet. Que se fosse escrever tudo que encontrei não conseguiria postar aqui. Fiz um breve resumo de alguns pontos que achei mais relevantes sobre a doença.
   A sociedade não entende a doença psiquiátrica, há um certo preconceito em relação a doenças em que o paciente possa ser chamado de "louco". E definitivamente louco eu não era. A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que perambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esta foi durante muitos anos sinônimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia, significava como destino "certo" os hospitais psiquiátricos ou asilos, onde os pacientes ficavam durante muitos anos.
   Segundo algumas estatísticas a esquizofrenia atinge 1% da população mundial. É hoje encarada não como uma doença, no sentido clássico do termo. Mas como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais. Não existe uma única causa para o desencadear deste transtorno e tampouco é um transtorno fácil de diagnosticar, levando aos mais renomados estudiosos do assunto a travarem longas discussões a respeito do assunto. Há especialistas que criticam o termo esquizofrênico, levando em consideração que uma pessoa não pode ser considerado como tal, apenas porque teve surtos psicóticos associados ao uso de substâncias como as drogas e etc. sintomas psicóticos não são uma boa base para a elaboração de um diagnóstico de esquizofrenia como "psicose é a 'febre' de doença mental - um grave mas inespecífico indicador". Em países como Japão e Reino Unido houve manifestações de profissionais da área para abolir este termo "esquizofrenia" No japão o termo fora alterado para "doença da mente dividida", ou "desordem de integração". No Reino Unido Campanha para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, ativistas defenderam uma semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela neste momento.
   Uma crise psicótica pode ser precipitada por vários fatores, como por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, rompimento com um(a) namorado (a), entrar na universidade… Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, especialmente a ideia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente perigosa, ideia essa que estudos recentes põem completamente de parte, mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na população em geral é idêntico, se não mesmo inferior.
   Vale lembrar que o matemático e prêmio nobel de economia John Forbes Nash sofria de esquizofrênia, e conseguiu reverter a situação e levar uma vida normal, e ainda foi considerado um gênio.
   "Quero que as pessoas entendam que sou como os outros. Sou um indivíduo e deveria ser tratada como tal pela sociedade. Não deveriam fechar-me numa caixa com a etiqueta de esquizofrenia" ( depoimento de uma pessoa que sofre da doença).
   Confesso que depois que descobri tudo isto sobre a doença, me senti renovado, e tirei um peso dos meus ombros. A falta de informação é também uma doença perigosa e letal. E graças a Deus tinha encontrado a cura para ela. Agora me sentia preparado para os desafios que viriam.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Naturaleza Poética

Estoy caminando por la playa... Y me viene a la mente la figura de un chico...
Corriendo por las calles de tierra, mientras juega con sus colegas.
Como cualquier chico le gustaba mucho jugar e imaginar las cosas que no estaban a su alcance.
Él quería agarrar al viento, tocar las estrellas, sentirse parte de la naturaleza.
Pero no imaginaba que el tiempo es tan veloz...
Se dio cuenta que el tiempo era responsable por una gran transformación y que a cada segundo arrancaba un poco de él cuando llegó la adolescencia. Pero no dejó que el niño que vivía adentro de él se fuera.
Y encontró en la poesía una manera de mantener "el alma de niño" en su corazón.
Viendo que no desistió de ser niño mientras crecía, la naturaleza se rindió a él como morada en forma de poesía.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Glittering Diamonds

   There was a man that dreamed of diamond-cutting. He dreamed of creating a big and special diamond. He was a bricklayer, and understood nothing about diamond-cutting. But he had had this dream within his heart. He realized his dream could become real, when the company he had worked for moved to the Republic Democrat of Congo. One ex french territory in center of Africa. He moved with his company, and he was very happy... Something within him said he`d accomplish his dream. Some months later, he hadn`t found the diamond yet. He put in his heart, but he hadn`t found. But he never gave up his work and dreams.
   One day he was going out to a small village and he met a beautiful girl, and he fell in love with her. Some days later, they started dating. He was very happy, his woman looked like a diamond. One afternoon he fell down on the floor near the big river; And his knees touched a stone. When he saw it. It was a big diamond. Some time later, he worked a lot on his project... He thought of his life during the work with the diamond, and it became the stone... The most beautiful diamond created until today. He gave his wife the jewel. " I found two diamonds". - He said himself.


Epopéia Do Ostracismo

Os dias são longos e quando a noite cai as lembranças ganham força, não quero ser um homem de lembranças, mas de realizações. Embora as duas coisas sempre terminam intimamente ligadas. Lembrar das vitórias colecionadas ao longo da vida, e das derrotas também, embora estas sempre evitamos, mesmo sabendo que é impossível esquecê-las. Pois a tragédia é sempre marcante e seu aprendizado é sempre inesquecível embora doloroso. A vida nunca para, a vida é mesmo rara, e cheia de surpresas ao longo do caminho. O passado e o presente são gêmeos bivitelinos que a mãe vida chama pra sí de braços abertos. As diferenças existentes não os separam, não os tornam indiferentes um ao outro. Pois indubitavelmente estão conectados por toda a existência. A noite quente, a chuva tocando o telhado e emitindo a sua música bem peculiar. A música da chuva, prelúdio de mais um verão. O fim de mais uma estação culmina o início da outra, um ciclo se encerra e outro se inicia. "Meu coração é tão tosco e tão pobre que não sabe ainda os caminhos do mundo" como disse Renato Russo em uma de suas canções. Fujo dos meus medos, mesmo sabendo que é impossível escapar deles, corro em direção aos meus sonhos esquecendo que existem os obstáculos. Acho a vida rotineira e sem graça, mas insisto em continuar vivendo. Acredito que sou um idealista mesmo sem saber que rumo tomar, ou que é realmente ser um idealista. Sinto saudades de coisas que nunca vivi, mas em meu coração é como se tivesse vivido. Escrevo coisas sem sentido, e dou um sorriso amarelo para a dor que sinto no peito. Tento abraça-la como uma companheira inseparavel da mesma forma que abraço o antídoto. Paro no sinal vermelho e naqueles segundos de espera observo os transeuntes ao meu redor... E quando o sinal verde surge, sigo caminhando por mais uma rua até a próxima parada.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 9

   Quem brinca com fogo acaba se queimando. E quando menos esperava tudo voltou novamente, comportamentos estranhos, medo em excesso, afastamento do trabalho para cuidar da saúde e demissão do meu mais recente emprego. Era a segunda vez que estava tendo um surto psicótico em minha vida. Pela segunda vez sentia aquele medo de tudo e de todos. O tratamento já conhecia, só mudara de médico. Agora a minha psiquiatra era uma mulher, que não tinha o mesmo carisma do primeiro médico que me atendera, mas era competente e deu sequência ao tratamento que me submetera antes. Os primeiros 20 dias foram os mais críticos. Dei muito trabalho a minha família com comportamentos nada convencionais através da minha mente perturbada. Sei que fiz eles sofrerem, principalmente a minha mãe que na terceira idade, e com a saúde frágil tinha que suportar tudo aquilo. Vez ou outra meu irmão perdia a paciência comigo, porque não é fácil lidar com uma pessoa em surto psicótico. Mas no geral eles eram muito pacientes comigo. 
   Segundo a minha médica cada vez que entrava em surto psicótico " queimava mais neurônios". Tomava os comprimidos pela manhã e a noite. Era um paciente em casa e minha mãe e meu irmão mais velho eram os meus enfermeiros. Como da primeira vez após um determinado periodo tomando a medicação, minha mente voltara a funcionar como a de uma pessoa "quase normal". A única difrença é que a minha normalidade era a base de remédios. Toda a minha família ficou muito decepcionada comigo, afinal já era a segunda vez que eu fraquejava por causa das drogas. Meu irmão me fez uma ameaça de que se me pegasse usando drogas a partir deste momento me daria uma surra. Mas no fundo sabia que ele só falava aquilo da boca pra fora. Era a sua tentativa desesperada de me ver longe de tudo isto. E tinha consciência de que se usasse qualquer substância usando a medicação que tomava seria pior.

" Fazendo Um Som "

Às vezes precisamos nos reunir apenas para falar besteiras ou algo do tipo. Ontem ao chegar em casa à noite um amigo meu ligou e me convidou para ir a sua casa fazer um som. Eu sou aquele "cantor de banheiro", ele como cantor é um bom engenheiro. Com o violão em mãos ele procurava aprender as músicas na internet, olhando as cifras e os vídeos dos professores ensinando esta ou aquela música. E disparamos a cantar sucessos, duas vozes desafinadas e um violão. Ainda bem que os vizinhos não reclamaram porque também o som não chegava tão longe [risos]. Mas valeu a pena "fazer um som" com um brother, e constatar que podemos fazer de pequenos gestos, grandes alegrias.



sábado, 3 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 8

Consegui arrumar um emprego e estava conduzindo a minha vida normalmente. Mas vinha travando uma batalha diária dentro de mim. Ainda tomava a medicação pesada que o meu psiquiatra receitara. E aos poucos fui deixando de comparecer ao médico. Como já estava bem melhor, a minha família deixava que eu fosse ao médico sozinho. Até que um belo dia cheguei em casa e disse que o médico me dera alta. Que não havia necessidade que fosse mais ao seu consultório. E que não precisava mais tomar os remédios. Minha vida voltara a entrar nos eixos novamente. Estava trabalhando e gostando do meu novo trabalho, os meus colegas de trabalho eram pessoas muito boas, faziam de tudo para me ajudar. Mas e sempre tem um na vida da gente... Sempre tem um "mas", que faz toda a diferença. Gostava dos meus colegas de trabalho, e por mais que eles chamassem para o meio deles, eu não me enturmava... Porque a maioria deles eram casados e até mesmo os que eram solteiros tinham um comportamento exemplar, nem sequer bebiam uma cervejinha. Eu os considerava muito "caretas", gostava da companhia deles no trabalho, mas definitivamente não eram o tipo que andaria junto. Sentia muita falta dos meus amigos de fumo, da galera que curtia as drogas. Depois de recuperado estava convencido de que não foram as drogas que fizeram isto comigo. Pra mim foi uma depressão que tive apenas isto. E assim comecei a usar novamente, voltei novamente a vida que levava. Sexo, Drogas e Rock ´n` Roll. Cada vez mais confiante de que não tinha nada a ver, eu me afundava cada vez mais nas drogas. O vício realmente é algo muito difícil de largar... Realmente dá prazer, mas é um prazer momentâneo. Logo depois que passava o efeito vinha a tristeza, e isso gerava a vontade de usar novamente. Como se a vida fosse só de prazeres, euforias momentâneas. Sabemos que a vida não é assim, que a realidade é diferente. Já tinha ultrapassado o limite entre o prazer e a dependência, e novamente estava colocando a minha saúde em risco.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cumplicidade E Intimidade Em Um Único Momento.

O dia nasce e ao cair da noite consigo por meus pensamentos em ordem... Ordem, esta palavra dita nesta fase de minha vida soa tão distante e engraçada até...Como é que a cabeça pode estar em ordem quando o coração está em conflito... Pois a paixão é um touro desgovernado, é o vendaval que que move grandes ondas nas águas calmas do meu coração. Ja experimentei esta sensação em outro época, e mesmo depois de tanto tempo parece que é a primeira vez que sinto. Pareço um adolescente descobrindo no sorriso encantado de uma mulher, nos olhos claros e profundos a fada dos meus contos de fada... O sangue corre em minhas veias misturado com a porção mágica de um único momento... Um único momento que ficará eternizado em meu coração ainda que a paixão não dê frutos. Sim porque a paixão é um furacão que abala as estruturas, mas vai embora caso não seja cultivada, não cria as raízes necessárias para se transformar em amor...Mas a intensidade com que nossos olhos se encontraram foi algo inexplicável... E foi suficiente para parar o mundo ao nosso redor, e naquele instante dois corações alheios um ao outro trilhavam o mesmo caminho... Se preparavam para trilhar um caminho onde não é possível encontrar explicações racionais. Afinal a vida não é uma equação. Entretanto sabiam que algo muito forte aconteceu naquele instante... E nunca se sentiram tão cúmplices e tão íntimos em um único momento...

domingo, 27 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte final.

Cheguei e não demorei muito a arrumar algo para fazer. Fui ser faxineira de uma escola. Quando não se escolhe trabalho não falta. Confesso que o trabalho era árduo, chegava em casa muito cansada, entretanto deitava a minha cabeça no travesseiro e sentia algo que há muito tinha me esquecido... Sentia paz, uma imensa paz que chegava a estranhar... Ás vezes tinha a sensação de que esta paz logo acabaria, tal já estava acostumada as turbulências, as reviravoltas de minha vida... Durante todo este tempo que estive longe de minha cidade, sempre mantive contato com os meus pais, e sempre que podia ia visita-los, mas já fazia mais de três anos que não os visitava. E últimamente pensava muito neles, na cumplicidade que tinham um com o outro. Meu pai como já disse antes era muito machista. Ele sempre dizia que a mulher não poderia trabalhar fora, tinha que se contentar e sobreviver com o salário do marido... Às vezes dormia tarde com as lembranças pulsando em minha memória, era como se ouvisse sua voz grave bem ali ao meu lado. " A mulher quando arruma um trabalho quer ser o homem da casa, não arrespeita mais o marido". " O homem é o cabeça da casa". E minha mãe sempre submissa, criada para ser uma boa dona de casa, uma boa mãe e para servir o marido. Às vezes me perguntava se eles eram felizes, e quase sempre chegava a conclusão que sim. Cada um a sua maneira eles eram. Meu pai quando moço sempre fora mulherengo, e traiu muito minha mãe, ela fingia que não sabia de nada. E assim seu casamento ultrapassou os vinte e cinco anos. Aquele amor era pra vida toda. Será que eles não tinham razão? Cada um a seu modo eram cumplices... Mas eu não conseguiria ser a mulher que minha mãe foi durante toda sua vida. Da última vez que a vi ela me disse que tinha muito orgulho de mim, que eu consegui sobreviver na "cidade grande", coisa que ela não conseguiria. Que eu ao contrário dela era uma mulher forte. Pobre mamãe, mal sabe ela o que fiz... Acho que ela morreria de desgosto. Ela sim é que é uma mulher forte. Sou apenas uma sobrevivente. Nas próximas férias irei visita-los. E dizer o quanto os amo, o quanto são importantes pra mim. Não vou esperar as próximas férias para dizer o quanto eles são importantes pra mim. Olhei o relógio aquela noite, eram 1:00 da manhã. Peguei o celular e disquei para o celular que dera de presente a minha mãe, e do trabalho que tive para ensinar ela a usar, ao lembrar disto sorri.
- Alô. - Sua voz estava sonolenta.
- Mãe?
- Oi filha tudo bem. Aconteceu alguma coisa?
- Não tá tudo bem... Mãe quero te dizer uma coisa...
- Pode falar filha.
- Mãe eu te amo muito viu.... Te muito, muito, muito...- Fez - se silêncio do outro lado da linha, antes dela dizer com a voz embargada e soluçando...
- Também te amo muito meu amor... Mas você está bem mesmo?
- Sim, acorda o pai ai mãe também quero falar com ele....
- Pai?!
- O que foi menina? - Sua voz era preocupada.
- Te amo muito viu. O senhor e a mamãe são tudo pra mim. - Ele bem que tentou mas chorou feito uma criança e mal conseguia falar comigo.
- Também gosto muito de você filha. - Essa era a sua maneira de dizer "eu te amo". Apesar de ter saído daquele pequeno lugar onde deixei a minha inocência era para lá que eu voltava sempre quando queria me sentir viva. Pois carregava entranhado em meu coração as lembranças saudáveis de minha vida. Quanto a Roman nunca mais o vi, e tampouco o procurei. Não tenho mais certeza de que o amor realmente exista, mas no fundo ainda tenha a esperança de encontrar alguém que pelo menos goste de mim, e queira dividir sua vida comigo, não diria para sempre, que o pra sempre, sempre acaba...Mas pelo menos que seja eterno enquanto dure, ou até que acabe o tesão.

sábado, 26 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 14

Depois da última experiência traumática, decidi mudar de vida. Mantive-me mais ou menos uns três meses longe desta vida. Mudei de endereço para um aluguel mais modesto. Entretanto voltei novamente a vida que levava pois teve um fator chave neste meu retorno... O fator que faz o mundo... E por isso voltei, por dinheiro... Desde o fim com Roman nunca mais pude sentir aquele frio que percorria o meu corpo quando nos beijavamos. Nunca mais fiz amor... Quando me deitava com um homen entrava em cena a " a boneca inflável humana" " a máquina de fazer sexo". Vez ou outra quando estava com algum ricaço, ainda mantinha a ilusão de ter "ganhado na loteria", mas era só até ele se cansar. Homens deste tipo não faltam mulheres como eu, e para eles é só mais um número. E assim ia vivendo, o tempo ia passando e eu cada vez mais frustrada em minha vida. E foi então que cheguei a conclusão de que a minha vida tinha se tornado um vício. Um perigoso vício, tanto quanto das pessoas que se drogam e não conseguem mais largar. Mas no fundo estava cansada daquela vida, estava envelhecendo e se acabasse desta forma minha vida tinha sido em vão. Era preciso mudar, eu precisava largar o vício. Precisava mudar de vida, e a primeira decisão que tomei foi mudar de cidade, largar tudo para trás e recomeçar...Me mudei para uma cidade de porte médio no interior. Procurei um lugar onde não conhecesse ninguém. Não sabia o que o futuro me reservava naquele lugar, mas tinha uma convicção era preciso mudar... Há momentos em nossa vida que a mudança é a única saída para realmente viver... Eu tinha deixado de viver... Estava apenas existindo... Houve um tempo em que vivi, e eu precisava voltar a viver novamente... Ainda existia um lugar no cantinho em meu coração que me pedia para voltar a viver...Ainda existia um lugarzinho que me dizia que ainda poderia voltar a ser feliz... E me agarrei a esta tênue esperança...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Conto Para A Minha Morte. Parte 7

Tive a sorte de passar pelas de um médico que foi um anjo da guarda em minha vida. Aliás dois médicos para não ser injusto com nenhum... Um psiquiatra que quando entoava sua voz me transmitia a segurança e a paz que meu coração necessitava quando ia ao seu consultório. Com igual empatia passei pelas mãos de uma psicóloga especialista em depedência química. A minha rotina era passar pelos médicos e ficar em casa tomando os remédios que me foram receitados. Mas a pior parte era o ócio, detestava ficar em casa sem fazer nada. Sentia muita falta do trabalho, e os meus dias eram todos iguais. As vezes ainda dava umas  "viajadas ", com algum tipo de comentário que não fazia a menor coerência, mas elas eram cada vez menores. Alguns amigos às vezes vinham me visitar em casa, mas eu não sabia mais nem o que conversar. Fiquei muito tempo fora da realidade, e todo o tempo que fiz o tratamento fiquei longe das drogas. E claro sentia muita falta também. Acho que quando eu "fumava um" era mais feliz. Quando recebia visitas em casa pedia desculpas, por simplesmente não saber mais "conversar". Eles tentavam puxar um diálogo comigo e eu respondia e ficava mudo. Não sabia continuar o papo, e mergulhei naquilo que mais tarde batizei de "A Grande Tristeza". Não me restava dúvida de que a minha grande tristeza era a falta da maconha. Mas o tempo e o tratamento longo estava dando resultados eu estava me sentindo cada vez melhor, e cada vez mais conseguia enxergar o mundo com a perspectiva de uma pessoa "normal". Agora que estava me sentindo bem começei a procurar um trabalho, mas devido aos problemas que passei e o fato de morar em uma cidade pequena não era uma das coisas mais fáceis de se conseguir.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quantos Labirintos Tem Meu Coração?

Quantos labirintos tem meu coração...Quantos caminhos a percorrer quando se tem uma vida pela frente... E o tempo como inimigo que rouba a cada segundo um pedaço de minha existência... No meio do labirinto sem saber que direção seguir, ouço a voz do meu coração... Pois a razão não me da direção que meu coração anseia... Falta algo...? Mas o que exatamente..? É como se pudesse contar as estrelas no céu e nunca chegasse a um resultado. Mas existem momentos de indecisão na vida de qualquer ser humano, existem momentos que simplesmente não sabemos como agir... E a inércia aparece como a companhia ideal e inseparável. Nossas ações ficam subentendidas nas entranhas de nosso coração. E as palavras saem sem sentido...E justamente aí consiste "o mistério da existência", o "sagrado" do universo humano. Viver em um labirinto constante ao longo de toda a vida. Ao fazermos uma escolha, acreditamos que escolhemos um caminho, entretanto é um caminho momentâneo que terminará onde outro caminho se inicia... E assim o ciclo continua... E tudo se torna transitório, as vezes ilusório, porém sagrado.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 13

Embora já estivesse "acostumada" a vender o meu corpo, no fundo ainda mantinha a tênue esperança de um dia quem sabe jogar tudo pro alto e recomeçar... Entretanto recomeçar não é uma tarefa fácil principalmente quando se adquire certos hábitos e estilo de vida dos quais não estamos dispostos a abdicar. Ainda não tinha chegado aonde queria, mas ainda mantinha viva a esperança de me dar bem levando a vida que levava, e a sorte sorriu para mim quando Leonel apareceu em minha vida. Ele era rico, de meia idade, e estava disposto a me assumir. Caso aceitasse viver com ele teria a vida que sempre sonhei. Entretanto havia um pequeno detalhe que fez com que desistisse dele. Parece até irônico para quem queria se " dar bem na vida" como eu. Qualquer uma que tivesse os mesmos objetivos que eu não deixaria passar esta oportunidade. mas ele era feio e não me casaria com um homem feio. E assim deixei ele passar em minha vida.
   Quando Fred apareceu em minha vida achei que a minha hora tinha chegado. Ele era jovem e cheio de vida. Gostava de me levar para passear, e me tratava como uma rainha. Estava feliz e achava que realmente mudaria de vida e levaria uma vida digamos " normal " como todo mundo. Todavia as coisas pareciam que comigo nunca funcionariam. Naquela noite em sua casa levei um dos maiores sustos de minha vida, e me fez ter a exata dimensão do perigo que corria levando este tipo de vida. A primeira surpresa desagradável que tive foi que ele usava drogas, e se drogou naquela noite. Estavamos fazendo amor quando de repente ele me agarrou e já com um cinto na mão começou a me bater, me chamando de vagabunda e  muitos outros nomes que me denegriam, disse que eu tinha que estar sempre a sua disposição, que a minha vida não valia nada. E que eu era sua propriedade, ele poderia fazer comigo o que ele quisesse... Consegui me desvencilhar dele quebrando um vaso em sua cabeça e sai correndo feito louca pela rua semi nua... Pois não dera tempo de me vestir por completo. Parei um veículo na rua e pedi que o homem me levasse em casa, e tive a sorte que ele se propôs a me ajudar me vendo chorar desesperadamente...

domingo, 13 de novembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 6

Experimentando prazeres mundanos, os prazeres da carne... E como são prazerosos, entretanto não tinha em minha consciência de que tudo tem um preço. Achava que trabalhando, pagando as minhas contas em dia, me comportando como um cidadão de bem, poderia fazer o que eu quisesse. Mas ainda tinha uma dívida a pagar em meu destino. Ainda possuía uma conta que o saldo negativo estava aumentando a cada dia. Em busca de mais liberdade fui morar sozinho, decidi pagar o meu aluguel e sair da casa de minha mãe. Estava cada dia mais afundado nas drogas e na casa de minha mãe não poderia usar a hora que quisesse. Durante muitos anos vivi uma vida de muita loucura. Literalmente vivia  de sexo, drogas e rock `n´roll. Entretanto quando menos esperava o banco que estava devendo, resolveu cobrar a seu saldo. O banco da vida não perdoa aqueles que o devem, e mais cedo ou mais tarde a cobrança vem. E o preço a pagar é altíssimo, de acordo com o tamanho do seu débito.
   Uma bela manhã acordei com alguns delírios estranhos... Eu percebia que tudo ao meu redor estava interligado... Era como se as pessoas estivessem mudadas de repente, e tudo estava diferente. Parece que eu compreendia as coisas de uma forma que nunca tinha compreendido. Eu conseguia me comunicar com o apresentar da TV, é loucura mas era isto que passava em minha mente. Uma preocupação constante, um medo excessivo se apoderava de mim. Não demorou muito e entrei no que os médicos chamam de surto psicótico uma dissociação da estrutura psíquica fazendo com que o indivíduo tenha comportamentos estranhos e diferentes, devido a incapacidade momentânea de pensar racionalmente. Ou seja, em outras palavras LOUCURA.

O Grande Poder

Existem momentos que são únicos na vida de todo ser humano. Entretanto não estou me referindo aos momentos especiais que se tornam inesquecíveis. Estes existem para serem guardados com carinho no coração. Mas existem aqueles momentos que antecedem uma grande mudança. Que são tão importantes que podem mudar toda uma existência... Aqueles 5 minutos, ou aqueles dias decisivos que podem tanto nos levar ao "céu ou ao inferno". Quando vivenciamos estes momentos tão necessários e inevitáveis na vida de todo ser humano, exercitamos um grande poder. E o saber usar este poder consiste em alterar o caminho de nosso destino. Este poder que me refiro aqui nestas poucas linhas, é o poder da decisão. Cada decisão que tomamos é uma sentença que estamos impondo a nós mesmos. Cada escolha que fazemos carregamos as renúncias que esta escolha demanda. Devemos usar ao máximo a nossa sapiência ao tomar uma decisão, pois ela será o resultado de toda uma vida.  A estrada que nos conduzirá ao nosso destino.

sábado, 12 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 12

   Depois de ter me entregado a alguém por interesse e após ter chorado tudo que podia naquele dia, meu coração petrificou. E a partir daquele momento sabia que não seria apenas uma vez. Pois o proprietário do imóvel voltaria a me procurar. Como um predador sedento pela caça ele passou a me procurar várias vezes, e eu tirava proveito desta situação agora sem nenhum tipo de remorso. Como já disse meu coração era agora uma máquina programada pra "me dar bem" e eu iria chegar aonde eu queria não importa se o preço que pagasse fosse este. Pois estava decidida a pagar este preço. Este talvez seja o maior erro que o ser humano cometa achar que tudo vale a pena para levar alguma vantagem, mas eu era uma jovem tola aquela época e estava aprendendo com a escola da vida. Além de não pagar o aluguel passei a pedir algum dinheiro ao homem que usufruia de meu corpo, para mim nada mais justo, pelo menos naquela época.
   E como a ambição do ser humano é algo sem limites, a minha não era diferente. Claro que não estou generalizando querido leitor. Sei que existem pessoas com ambições saudáveis e necessárias na vida de todo ser humano. Passei a procurar outras vítimas que me bancasse, em geral eram homens de meia idade, viúvos ou separados. Curtia com eles, iamos a bares, restaurantes e depois quando eu precisava pedia a eles algum dinheiro, o que era quase sempre. Cheguei a ter dois amantes ao mesmo tempo, claro que um sem saber do outro. Mas o fato é que meu dinheiro não dava para nada. Era uma consumista tola, comprava mais roupas do que havia necessidade, calçados, jóias e por ai vai. Tinha meu trabalho, o dinheiro que recebia dos meus amantes e ainda assim não dava... Estava sempre no vermelho... Mas a maioria dos homens que saíam comigo eram casados, muitas pessoas que eram bem vistas aos olhos da sociedade e qualquer que o visse jamais poderia imaginar que ele tinha um caso. Uns diziam que o casamento ia de mal a pior mas que não tinham coragem de se separar da mulher, outros pelo puro prazer de ser o macho dominante, aqueles que além da oficial tinham as suas reservas... O que me interessava era a grana, o resto fazia com que o meu "cliente" se sentisse bem. De vez em quando arrumava alguém da minha faixa etária para paquerar sem interesse aparente, mas quando escolhia alguém jovem era sempre alguém que tinha algum poder aquisitivo. Não me considerava uma prostituta propriamente dito, pelo simples fato de não trabalhar em prostíbulo, e as pessoas que eu arranacava dinheiro eram pessoas que se relacionavam comigo, ou seja eu era amante...Talvez para o leitor seja a mesma coisa, mas para mim não era, embora admita que não deixava de ser um tipo de prostituição. Entretanto a minha maneira estava só tentando ser feliz. A doce e bela ilusão chamada felicidade, que muitas vezes a usamos para justificar nossos caminhos tortuosos, nossas escolhas nada convencionais...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mas Se O Pouco Foi Mágico...

Dizem que tudo que é bom dura pouco...Mas se o pouco foi mágico, durou o tempo necessário para se tornar inesquecível... Foi assim aquela tarde de amor que passamos juntos... Fecho os olhos e vejo nossos corpos se tocando, as nossas conversas, o nosso sorriso sobre as banalidades do cotidiano. Naquele momento não nos interessava o que estava acontecendo "no mundo", só nos interessava nós dois, vivendo em nosso mundo particular. E como a vida se torna especial quando vivemos momentos que se tornam inesquecíveis em nossa existência. São os pequenos momentos porém intensos que fazem toda uma existência valer a pena... Nesta madrugada insone lembrei de você com ternura, abri a janela do tempo e viajei até aquela tarde ensolarada de outono. Entretanto nem o sol importava, afinal nossos corações se aqueciam como o astro rei. Ah pequena nós sabemos que o nosso momento foi intenso demais para não ser guardado com carinho no coração. Nossos caminhos se cruzaram da forma mais inesperada possível, e nos amamos da maneira mais sincera que poderia existir. Preservo em meu coração a essência de um único momento, e a certeza de que nossos caminhos se cruzaram para que eu pudesse ter conhecido o amor...

A Vida É Justa?

A vida nem sempre é justa, ou a vida não é justa. já ouvi diversas vezes este comentário. E confesso que quando começo a pensar em um monte de coisas que acontecem diariamente, chego a conclusão de que, quem disse isto não estava totalmente errado. Por que será que a vida não é justa? Paro, penso e repenso sobre esta questão... E chego a conclusão que não se trata de uma questão simples assim de responder querido leitor. O fato de existir as classes sociais, as diferenças entre ricos e pobres não creio que seja um fator preponderante nesta questão. Afinal desde que o mundo existe sempre houve ricos e pobres, dominadores e dominados, a história não nega que muitas conquistas foram realizadas pela força. Ainda hoje não podemos negar que a força ainda é utilizada, embora esta "força" não vem mais do poder das armas, do poder dos exércitos e sim do poder econômico. Então onde será que reside a injustiça da vida? Será que o dinheiro está relacionado com esta questão? Sinceramente creio que não. Ele por si só não pode ser considerado o vilão da história. Mas existe algo que talvez possa explicar o mundo em que vivemos. Creio que sentimento possa explicar a falta de valores que a cada dia vem crescendo em nossa sociedade. A falta de compaixão pelo próximo. A ganância querido leitor, a ambição sem limites pelo poder, tem gerado o caos em que vivemos. Empresas que matam consumidores ao redor do mundo vendendo produtos nocivos a saúde em busca de lucros cada vez maiores. O diamante em uma joalheria fina na França retirado de minas africanas com o salário de sangue daqueles que retiraram. E por aí vai a impunidade impera, as leis não funcionam, as desigualdades sociais só aumentam, pois cada um tem a sua ganância, a sua ambição e cada um quer levar o seu quinhão.

sábado, 5 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 11

O prazo determinado pelo dono do imóvel acabara. Quando a campainha soou meu coração estremeçeu, precisava ir até o fim e não fraquejaria. Abri a porta e assim que ele entrou foi direto ao ponto:
- Conseguiu arrumar o dinheiro? - Dinheiro... Sempre ele. Este papelzinho colorido que tem grande valor... O mundo gira em torno do... Dinheiro. As pessoas só pensam em... Dinheiro.... O sistema capitalista demanda... Dinheiro. Olhei para ele com tristeza antes de dizer:
- Não. Infelizmente não consegui arranjar o dinheiro. Veja o que o senhor pode fazer por mim. Sempre há um meio de se chegar a um acordo. - Ele olhou para mim e sorriu maliciosamente, dei a senha que ele precisava para seguir adiante com seu intento.
- Bom você sabe que existe uma maneira de você me pagar não é docinho? - Ele passara a sua língua asquerosa nos lábios e me olhou de uma maneira que não precisava falar mais nada. Aliás ele já tinha me feito aquela proposta indecente antes. Entretanto eu recusara, ainda me restava um pouco de dignidade. Agora estava com raiva do amor, do mundo e precisava garantir a minha sobrevivência. A minha dignidade mandei para o espaço a partir daquele momento me tornei uma sobrevivente na "selva de pedras", e lutaria com as armas que tenho. Ou a arma que toda mulher sabe usar muito bem quando lhe convém. Deixei o vestido cair e fiquei apenas de roupa íntima em frente aqueles olhos que me devoravam. Quando ele tocou a minha pele senti um asco, em seguida fechei os olhos. Ele me tocava feito "um animal no cio", apenas me deixei levar e tentei fingir que não estava detestando ser tocada por aquele abutre. Esta confesso que foi a pior parte, e acredito que não fui tão boa atriz aquele dia. Entretanto ele pouco se importava, só estava preocupado em satisfazer o seu desejo, eu era apenas o objeto, o brinquedinho de sua diversão. Logo depois ele voltaria para os braços de sua esposa, com a satisfação de "ter possuído" uma mulher mais jovem. Quando ele terminou me senti aliviada pelo menos aquela tortura acabara, mas meu sangue ferveu quando ele disse:
" Você é muito gostosa putinha safada, quero mais vezes". Quis dizer-lhe poucas e boas, mas infelizmente ele não estava totalmente errado, ou não estava errado era o que tinha me transformado, foi duro ter que admitir isso.
Quando ele se foi eu fui ao banheiro, me enfiei embaixo da ducha, durante o banho eu me ensaboava e esfregava a minha pele com a bucha com tanta força, que cheguei a feri-la, como se isto "limpasse a mancha que tava em minha pele". Como se isto amenizasse o fato de estar me sentindo imunda. As lágrimas queimavam em minha face, eu chorava, tremia e me esfregava... Sentei no chão do banheiro e fiquei um bom tempo contemplando a água que caia do chuveiro, e para mim aquela água se tornava suja ao tocar o meu corpo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 5

Comecei a frequentar a igreja e aos 14 anos me converti ao evangelho, me tornando membro de uma igreja. Foi um período muito especial em minha vida. Como todo novo convertido no início é uma paixão pelas coisas relacionadas ao evangelho. Lia bastante a bíblia e frequentava sempre a igreja, mudei a minha maneira de vestir e era bem visto aos olhos da sociedade. Apesar de que sempre há críticas, o cristão independente de igreja é bem visto pela sociedade. Não demorou muito tempo vivi outra experiência muito especial na vida de qualquer cristão, o bastimo. Fui batizado nas águas assim como João Batista batizou Cristo. A partir daquele momento pela simbologia do batismo eu morria para o mundo e renasceria para Cristo. E verdadeiramente eu vivia uma nova vida. Mas ser um cristão não é uma tarefa fácil, temos que travar uma luta diária, a renúncia é constante, principalmente quando se é adolescente e o hormônios estão à flor da pele. A vida de um jovem adolescente na igreja se resume, além de todas as atividades que fazemos, como assitir aos cultos participar de atividades relacionadas a igreja, a namorar uma moça e casar cedo, já que pelas leis cristãs sexo antes do casamento nem pensar. Conviver com os amigos meus de escola que não eram cristãos, já namoravam, transavam, iam para festas, desfrutavam de prazeres que até então eram desconhecidos para mim. Me fez ter uma outra visão da vida, por mais que eu gostasse de fazer parte da igreja, confesso que tudo já tinha se tornado rotina, e a dúvida plantou em meu coração, se eu realmente não estava perdendo a minha juventude ao não "fazer parte do mundo". E foi assim que saí da igreja com 18 anos. E passei a usufruir de "prazeres mundanos" que até então eram desconhecidos para mim. Passei a frequentar festas, a  consumir bebida alcoólica, a namorar fortuitamente e de forma liberal, ou seja incluindo sexo. Infelizmente para meu infortúnio não parei só por aí... A minha curiosidade em querer experimentar as novidades que "o mundo" me apresentava, fez com que experimentasse drogas pela primeira vez. A maconha fora a primeira droga que experimentei em minha vida. Um simples baseado que fumei foi o começo de tudo que aconteceu em minha vida. Claro sem falar no vício do cigarro que sempre que ia às festas tinha um maço no bolso.

Arma Poderosa

Existe uma arma que ela pode ser tão letal quanto as demais. Pode abrir uma ferida e deixar uma cicatriz profunda pior do que a lâmina de uma espada. Tenho visto e vivido muitas situações de conflito onde esta arma é a mola propulsora, é o estopim de muitas tragédias. Mas ela também pode ser tão doce quanto mel, tão suave quanto uma linda manhã querido leitor. Estou falando da palavra, ou das palavras. Devemos ter o cuidado de usar esta arma tão poderosa. Ter na consciência de que não é apenas um conjunto de sons, um código entre as relações humanas, o estabelecimento da comunicação. Embora a comunicação por sí só torna a palavra especial no universo humano. Tratar com respeito a palavra é saber usá-la com sabedoria, o que nem sempre é uma tarefa fácil. A vida e a morte se cruzam através das palavras, dizem que o que os olhos não veêm o coração não sente. Mas o que a língua fala o corpo padece. Tudo pode ser jogado água abaixo quando as palavras não são usadas sabiamente. Entre erros e acertos inerente ao ser humano, aquele que sabe usar a temperança domina o seu universo.

domingo, 30 de outubro de 2011

Encontro De Autores/ Dia Nacional Do Livro

   Ontem foi realizado o XVII encontro de escritores do litoral norte. O evento aconteceu na secretaria de cultura de São Sebastião. Foi um encontro maravilhoso, onde cada autor falou de sua obra, uma oportunidade de conhecer pessoas e trocar informações. Quero agradecer a Maria Angélica de Moura Miranda organizadora do evento desde a sua primeira edição. Uma mulher que é uma militante da arte, da literatura, uma mulher que faz com amor o seu trabalho, que da oportunidades a todos os autores para falar de sua criação com tanta generosidade, respeito, carinho. Me senti muito honrado pelo convite e muito grato a Maria Angélica, que faz um trabalho lindo e grandioso, ao integrar, mostrar e preservar toda esta riqueza que o litoral norte possui. Autores fantásticos que temos, uma riqueza cultural imensa e que enquanto existirem pessoas como Maria Angélica, podemos ter a certeza de que a arte terá uma grande mãe, e como toda grande mãe quer que os filhos deixem a sua marca no mundo.
   O evento não poderia ter sido em uma data melhor. Pois ontem foi o dia nacional do livro, querido leitor. Esta ferramenta de conhecimento, de entretenimento, de lazer tão importante em uma sociedade. Eu como autor e também um grande leitor não posso deixar de registrar aqui a paixão que sempre senti pelos livros desde a minha mais tenra idade. O livro pode ser transportado a qualquer lugar, não quebra, não incomoda o vizinho ( som alto), e o que é mais importante te leva aonde nenhum outro meio pode te levar. Ao encontro consigo mesmo, aos recônditos de sua alma. A fantasia de uma criança, o olhar de criança em um coração adulto. A magia produzida pelo universo mágico da palavra escrita, é um mistério que somente o coração compreende. Esta magia é tão necessária em uma sociedade, e vital para o desenvolvimento de uma nação. Um revolucionário disse uma vez que: " Um país que não sabe ler e escrever é um país fácil de ser dominado" Che Guevara.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O diário De Katarina: Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 10

   Estava acostumada com a minha "vida de casada", apesar das nossas desavenças quando o relacionamento estava acabando fui muito feliz com ele. Sim e agora sozinha sentia tanta falta dele. Ah quantas vezes me perguntei : Onde estará o meu amor?  O que estará ele fazendo agora? Com quem deve estar agora? será que estaria se divertindo com uma tola feito eu? Mas a vida precisa continuar não é querido leitor? E Roman fazia parte do meu recente passado. O problema era que eu não aceitava que meu castelo ruíra desta maneira. Todavia o meu castelo era tão frágil quanto um castelo de areia e fora construído às margens das águas do oceano que na primeira tormenta destruiu-o completamente. Para piorar a minha situação o meu salário não era suficiente para garantir a minha subsistência dignamente. O aluguel onde morava não era nem um pouco barato, estava economizando o máximo para conseguir pagá-lo. Na verdade estava cortando na própria carne. Precisava urgente dar um jeito de morar em um lugar que fosse menos oneroso para mim. Entretanto não queria mudar de endereço, gostava de morar ali. Afinal não acostumamos com o que é ruim, mas com o que é bom nos acostumamos logo, e morar naquele endereço era muito bom. Além do mais vaidosa como era, gostava de estar sempre bem arrumada para o meu amor, e isto como tudo na vida também tinha um custo. Todo mês tinha as minhas prestações para pagar o preço da minha vaidade.
   No entanto quando " o sapato aperta" a necessidade mínima de sobrevivência fala mais alto. E as demais contas a pagar que espere, algo do tipo "devo não nego, pago quando puder". Mas o meu estômago não pode esperar. Arrumei um emprego de fim de semana como garçonete, mas administrar dois empregos ao mesmo tempo não era uma tarefa das mais fáceis e ainda assim o dinheiro dava mal para as contas. A situação estava ficando insustentável, cheguei a pensar em jogar a toalha e pedir ajuda aos meus pais, mas o meu orgulho falou mais alto e logo abandonei esta ideia. Não demorou muito e o dono do imóvel me pediu a casa eu já estava com dois meses de aluguel atrasado. Vinha pagando mês sim, mês não. Mas os dois últimos meses não conseguira honrar. Pedi mais um prazo para procurar outro lugar, e ele estava cada vez mais furioso comigo. Fez ameaças e me deu um prazo de 24 horas para pagar ou ele me colocaria para fora. Chorei amargamente e amaldiçoei o amor que sentira por Roman, este sentimento fora a maior maldição de minha vida. Estava com ódio em meu coração, o amor e o ódio podem caminhar lado a lado, o fio que os separa é muito tênue.
   E foi movida por este ódio que agora fizera morada em meu coração que passado o prazo de 24 horas, que o proprietário do imóvel tinha me dado, tomei mais uma decisão radical em minha vida. Se o amor tinha se transformado em algo desonesto, eu também usaria esta desonestidade a meu favor. Tomei uma decisão muito difícil mas que mudaria a minha vida para sempre. Sabia que assim como o rio segue em direção ao mar, mesmo que desviem o seu curso, eu não poderia mais voltar a ser quem era após aquela decisão.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não Confunda Cometer Erros Com Ser Um Erro

Na qualidade de ser humano, faz parte de minha natureza cometer erros. Entretanto tenho que fazer parte de uma evolução, e o erros devem servir de guia neste processo. Devo tanto aprender com meus erros, quanto meus acertos. Pois se permanecer no erro de nada terá valido a experiência vivida, e a minha existência terá sido em vão. Caminhando pelo deserto de minhas frustrações, culpando o destino que não fora nem um pouco generoso comigo. Todavia se só consigo aprender com meus acertos, não terei vivido plenamente e terei deixado uma lacuna sem completar nesta existência. Um espaço em branco que a vida cobrará de mim, mais cedo ou mais tarde. O mistério da existência consiste em descobrir "o sagrado" nos opostos. O equilíbrio das experiências boas e ruins convertidos em aprendizado. Às vezes a tristeza vem e o desanimo tentar dominar quando os tropeços aparecem ao longo da jornada. É humanamente compreensível mas, se olharmos cuidadosamente no labirinto escuro de nossa existência sempre haverá uma saída. Não podemos confundir cometer um erro, com ser um erro. Quero cometer muitos erros e transformá-los em aprendizado. Quero cometer acertos e ficar contente por isto. Mas jamais quero ser um erro, jamais viver de lamentações quando existimos para ser felizes. Ser um erro condena toda a existência, e a vida é muito especial para não ter valido a pena.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Sagrado Não Existe Mais

Não sei porque é tão difícil tomar esta decisão...
Remar contra a corrente, ou se deixar levar por ela.
Abrir meu coração como nunca imaginei
Dizer a doce pequena coisas que nunca pensei.

Sei que você espera mais de mim
Sei que talvez um dia fui assim
Mas hoje a história é diferente
Não habita o "sagrado" dentro do meu ser.

A paixão bateu asas
Como ave sem destino
O tempo é testemunha,
Deste imenso desatino.

E você vive a espera de um milagre
Amanhã vai acordar, e tudo
vai ficar bem.
Mentindo a sí mesmo querendo acreditar.

Conto Para A Minha Morte. Parte 4.

Como disse quando estava entrando em minha pré adolescência, comecei a sentir falta da presença paterna em minha vida. No dia dos pais, ou simplesmente quando via algum colega de escola chegando com seu pai. Nestes momentos ficava imaginando, como seria o meu pai. Seria ele tão carinhoso, quanto aos dos meus amigos de escola. Ou seria totalmente diferente do que imagina. Só o conhecia através das fotografias. Entretanto nunca questionei nada a respeito de meu pai a minha mãe, embora sentia uma imensa vontade de conhecê-lo. E este dia chegou, quando completei onze anos fui com minha mãe e meu irmão conhecê-lo. Foi um dos momentos mais marcantes de minha vida. Meu pai era uma pessoa muito alegre, e nos tratou muito bem. E fiquei muito contente, logo uma ideia começou a fazer morada em meu coração. Se meus pais voltassem a viver juntos novamente, como seria bom, teria os dois novamente juntos. Teria meu pai e minha mãe juntos e voltaríamos a ser uma família completa novamente. Essa ideia ganhou a força de um grande sonho pra mim. Mas infelizmente não foi possível, ambos estavam separados há muito tempo. Há dez anos, só mesmo um menino na tenra idade que tinha poderia sonhar com a reconciliação novamente, dadas as circunstâncias da época que eu pouco ou nada compreendia. Afinal para mim naquela época era complicado demais entender o "mundo dos adultos". Um mês após estava de volta em minha casa e a 2000 km longe de meu pai. Ele tinha me causado uma boa impressão a princípio, e eu queria manter contato com ele. Assim que cheguei a primeira coisa que fiz foi escrever uma carta para ele. Na qual dizia que tinha sido muito bom conhecê-lo e que o amava apesar de tudo. Foi a minha forma bem particular de tentar recuperar o tempo perdido. Afinal nestes dez anos que cresci longe dele, nunca recebi sequer uma ligação, um cartão postal, um feliz aniversário, mesmo ele sabendo onde morava. Ele sempre soube. Entretanto passou-se um mês e nada da resposta desta carta. E muitos outros seguiram, esta foi a maior decepção de minha adolescência. Hoje já sou adulto e nunca recebi a resposta daquela carta. A partir daquele momento, lembro como se fosse hoje, meu pai morrera para mim. Aos 11 anos eu prometi que nunca mais o chamaria de pai, e sim "aquele cara." E só então a medida que fui crescendo e comecei a indagar muitas coisas a minha mãe. Ela que em nenhum momento ao longo de todos esses anos fizera algum tipo de propaganda negativa a respeito dele. Tentou de todas as maneiras preservar o nosso amor por ele. Mas os fatos falavam por sí só. A verdade era que meu pai nos abandonou e minha mãe nos criou sozinha. Sua tentativa de preservar o amor entre pai e filho tinha sido em vão. A medida que fui me "entendendo por gente", tudo ficava claro em minha mente. E cheguei a conclusão de que meu pai não se separara só de minha mãe, mas dos seus filhos também. E para mim ele estava morto.

domingo, 23 de outubro de 2011

Cultivei A Minha Vocação Com Cuidado E Paixão.


Dizem os sábios que o mundo pertence aqueles que tem coragem para correr em busca dos seus sonhos. Hoje é um dia para se lembrar de um homem, um inventor que desde criança tomara gosto por coisas mecânicas. Segundos suas palavras em uma entrevista anos mais tarde " Como todos que os possuem, ou pensam possuir uma vocação, eu cultivava a minha com cuidado e paixão". "Sempre brincava de imaginar e construir pequenos engenhos mecânicos, que me distraíam e me valiam grande consideração na família". E foi brincando de imaginar, usando esse imenso poder que temos, a imaginação. Que este homem foi construindo seus inventos como uma brincadeira de criança e a paixão pela sua vocação, a paixão pelo seu sonho que ele se tornou um grande inventor. Pois tudo aquilo que somos capazes de imaginar, somos capazes de realizar, quando colocamos o coração no que nos propusemos a fazer. Aquele menino franzino cresceu se tornou um jovem sedento pelo conhecimento e pelas suas invenções, mas ainda mantinha o gosto pela aventura entranhando em seu coração como nos tempos de criança, e com isso ele nunca deixara morrer a criança que habitava em seu coração. A.B.S revolucionou o mundo em sua época, tornou mundialmente conhecido pelos seus feitos. No dia 23 de outubro de 1906 ele voou na França com um avião impulsionado por um motor a gasolina pela primeira vez. Ficando esta data como o dia da Aviação e do Aviador. Suas invenções eram para facilitar a locomoção, a interação, a ajuda entre os seres humanos e não a destruição. Por esta razão o homem, o cidadão, que só queria proporcionar as pessoas a oportunidade de ver a terra dos céus, ver o mundo com os olhos da imaginação, ver o mundo com os olhos de uma criança não resistiu quando viu o seu invento ser utilizado para fins que jamais passaria por sua cabeça. Alberto Santos Dumont não foi capaz de ver o avião que inventara com tanto carinho ser utilizado na guerra com a finalidade de ceifar vidas. E por isso se suicidou. Neste dia é a minha homenagem a este grande sonhador brasileiro que sempre teve paixão pelos seus sonhos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Diário De Katarina: Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 9

As coisas já não caminhavam tão bem entre nós, aquela magia que existia no começo do relacionamento se acabara. Sobrara as discussões, as cobranças, as acusações. O meu conto de fadas estava se transformando em um pesadelo. Estavamos nos tornando estranhos um ao outro. Embora confesso que já não sentia com tamanha intensidade o mesmo sentimento por Romam, ainda  restava algo que ardia em meu peito. Naquela tarde de inverno ele entrou em casa com o olhar frio, e com uma decisão tomada que eu não demoraria a saber...
- Precisamos ter uma conversa séria e definitiva. - Cheguei estremecer, pois sabia que algo muito sério viria pela frente.
- Acho que foi um erro toda a nossa história. Acho que estou tentando ser quem eu não sou. E talvez você esteja tentando ser quem você não é. Nossos mundos são diferentes, embora não sei se é amor o que sinto por você, mas gosto muito de você. Acho que se continuarmos juntos acabaremos com o sentimento que seja lá o que for ainda existe entre nós. - Eu quase não tinha voz para falar quando ele se calou e chegou a minha vez:
- Eu amo você, ou seja lá o que for como você disse, mas é algo muito forte que sinto. Mas não sei se foi um erro, eu acreditei em um sentimento. Acreditei em um sentimento que não sei se é realmente amor, mas é algo tão forte que por ele mudei minha existência, mas em nenhum momento deixei de ser quem eu sou. E se nós não podemos mais conviver pacificamente, se não existe mais nenhum tipo de sentimento de sua parte que possa fazer com que superamos esta crise, acho que o fim realmente chegou... - Tinha segurado minhas lágrimas até ali, mas assim que pronunciei as últimas palavras não fui mas capaz de conter o rio que corria sobre a minha face. Ele se aproximou e me abraçou forte e disse:
- Sinto algo muito forte por você também, mas morar junto não dá. Acho que precisamos de um tempo. Eu preciso de um tempo, para refletir em tudo que aconteceu neste ano em que vivemos juntos. Vou me embora daqui, a empresa que trabalho, vai me transferir para uma de suas filiais, e irei sozinho. Sinto se não fui a pessoa que você esperava, mas prometo que não vou desampará-la. Se você quiser voltar para sua cidade, aqui está o dinheiro.
- Não precisa se sentir culpado, e tampouco quero seu dinheiro. Se vim até aqui, foi porque quis, porque acreditei no amor, porque lutei por minha felicidade. E sei me virar, quanto a isso não se preocupe. Tenho a minha dignidade. - Quando ele saiu por aquela porta me atirei no chão e desabei no choro. O fim é sempre doloroso, por mais que eu soubesse que mais cedo ou mais tarde pudesse acontecer. Agora estava sozinha em uma mega cidade, sem nenhum parente, ninguém em que pudesse desabafar. As únicas amizades que tinha era das minhas colegas de trabalho, mas não a ponto de desabafar os meus problemas. Embora nunca fui uma pessoa de desabar os meus problemas, naquele momento difícil de minha vida senti uma necessidade quase orgânica disto. E pela primeira vez realmente me senti só... A partir daquele momento não tinha mais ninguém para contar, seria sozinha no mundo e arcaria com as consequências, mas não voltaria para a casa dos meus pais e tampouco deixaria eles saberem que estava com dificuldades, caso isto acontecesse. Naquele momento estava só conjecturando. Mas no fundo de minha alma sabia que dali pra frente teria que ser uma guerreira, pois a minha sobrevivência dependeria apenas de mim mesmo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Resto É Frágil

Observava duas crianças brincando no quintal do vizinho da janela de minha casa. Elas estavam concentradas montando um quebra-cabeça, ao que me pareceu muito difícil. Elas estavam quase terminando, quando um vento muito forte espalhou todas as peças do quebra cabeça pelo quintal. Naquele momento pensei que as crianças fossem desabar no choro. Entretanto, elas se entreolharam, cairam na gargalhada, deram-se as mãos e começaram a catar as peças espelhadas. Depois de algum tempo elas tinham juntado todas as peças do quebra cabeças e ouvi um delas dizer:
- Vamos continuar lá dentro.
- Sim, vamos. - respondera a outra.
Depois que as crianças entraram aprendi uma grande lição. Compreendi que só quem possui amigos de verdade, será capaz de levantar-se apoiado pelas mãos que o socorre. Será capaz de seguir em frente após a tempestade, o resto é feito aquele frágil quebra cabeça.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cedo Demais

Um gesto, um sorriso, uma lágrima, um aperto de mão, um afago, um coração. O sopro de Deus o milagre chamado vida, mostra sua importância , revela nossos caminhos... Marido, mulher, filhos, netos... E a nossa paixão pela vida, o desejo de ser eterno ainda que em outro ser, ainda que em nossa descêndencia. Vivemos entre o desejo de viver e o medo de morrer, embora temos consciência que é o destino de todos, e a única certeza que temos... A morte existe para dizer que temos um prazo de validade, e a vida para dizer que podemos ser felizes mesmo num plano finito. E que após a passagem, só o que ficará neste plano são as ações de toda uma existência. Viver com dignidade e honra, coroa toda uma existência. Quando me lembro de você, sempre acho que foi cedo demais... Na juventude dos seus 80 anos, no sorriso de um jovem senhor, nos olhos cansados e alegres de uma bela e honrada existência. Em meu coração guardo a imagem de você sentado em sua cadeira de balanço, das piadas que contava, do avô que não tive a oportunidade de conhecer, porque a dama de ferro chamada morte o levou cedo demais... A dor da perda é grande, a saudade é dolorida demais, o peito sufoca e a garganta da um nó... Mas o conforto vem de Deus e dos amigos. Embora a dama de ferro tenha nos separado, você será imortal em minha memória, e sua vida não foi em vão, porque viveu com honestidade, dignidade, lealdade, paixão, alegria. Que papai do céu conforte a sua alma, nós perdemos um ser especial, mas Deus chamou-o para junto de sí. Embora sofremos muito com a perda, não podemos interferir nos desígnios de Deus.