sábado, 31 de dezembro de 2011

Tempo De Esperança E Reciclagem

hoje, 31 de dezembro, o último dia do ano... É chegada aquela hora em que paro para refletir sobre o ano que daqui algumas horas passará... Fará parte do meu pretérito, ficará guardado em um cantinho do meu coração, e só poderei visitá-lo novamente quando abrir a janela do tempo que me transportará para ele. Sim o ano é um ser vivo tão real quanto as batidas do meu coração, tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, nele habita as dualidades, mas é muito poderoso. Não realizei tudo que gostaria, mas consegui pequenas vitórias que me deram forças para continuar trilhando o caminho dos meus sonhos. Sofri grandes derrotas, mas não grandes o suficiente para me derrubar. Na bonança exercitei a minha fé, nas adversidades a redescobri. Lutei ao lado de grandes guerreiros, provei o sabor amargo do fogo amigo, ás vezes o inimigo mora ao lado e sorri feito a hiena. Conheci pessoas que se tornarão inesquecíveis, estas levarei comigo por toda minha existência. Outras terei que esquecer que um dia cruzaram meu caminho, pois a sua passagem foi destruidora como um terrível furacão que abalaram a minha base, entretanto a minha fé em Deus não deixou com que me destruíssem. É chegado o tempo de reflexão e de queimar pontes. De esperança e reciclagem. Descobri que conheço muitas pessoas, das quais um seleto grupo chamarei de amigos, dos quais alguns terei pouco contato, outros verei mas não posso contar, uma pequena parcela poderei contar para algumas coisas, e uma parcela menor ainda poderei contar para o que der e vier. Vivi intensamente este ano, caindo e levantando, errando e aprendendo, sorrindo e chorando, todavia sendo leal aos meus valores, respeitando os meus princípios, afinal abaixo de Deus, um homem precisa ser leal a sí mesmo. Peço a Deus muita saúde e sabedoria para que lute com a mesma dignidade que lutei este ano. Que os obstáculos não me desviem do meu caminho. Que eu viva com humildade e respeito aos meus semelhantes. Desejo a todos os meus leitores, a todas as pessoas do planeta um feliz ano novo. Que possamos estarmos mais unidas na luta pelo bem comum, que deixamos aqui neste ano o egoísmo, a inveja, a ganância, a falsidade, a intriga, e que cada ser faça a sua parte enquanto cidadão do mundo, pois cada gesto positivo, cada atitude positiva de cada ser humano ainda que pequena, transformará o planeta.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte Final

Hoje começarei dizendo para o leitor o porque decidi chamar este relato de minha vida, conto para minha morte. Simplesmente querido leitor, porque considero todo aquele que faz uso de qualquer substância que seja prejudicial em demasia, um suicida em potencial. É o diabético que tem consciência de que não pode abusar de açúcar, mas se entope de guloseimas e tudo aquilo que é nocivo a sua saúde, é o usuário de tudo quanto é tipo de drogas como um dia fui que não tem controle sobre seu vício, e usa em excesso porque acredita que é imune ao dano a saúde. É o fumante que fuma um, dois, três maços de cigarro por dia, enfim todos que praticam o excesso naquilo que não devia. Todos nós somos suicidas em potêncial, fazemos parte da turma do " não quero morrer rápido mesmo", " a morte é o destino de todos nós". Ah se fosse tão simples assim... Morrer... Se fosse apenas estarmos adiando o ciclo natural das coisas, se fosse apenas diminuir nossos dias aqui neste plano, continuaria me drogando ao extremo, sinceramente continuaria... Mas infelizmente não acontece assim. Você simplesmente não morre pelos excessos e fica tudo "resolvido". Viver em excessos implica consequências que só paramos para pensar depois, quando elas se apresentam em forma de loucuras, acidentes, cadeiras de rodas, prisões, menos a morte que seria a solução. Aí passamos a viver com o estigma da culpa, da dor, e do desespero para enfrentar as pessoas que simplesmente virarão para você e dirão " Tá vendo foi isto que você procurou, então arque com as consequências". E só então você consegue perceber o quanto teve uma vida vazia, preenchida por substâncias e não por pessoas. E aí passa a valorizar pequenos momentos que não valorizava... O renascimento se faz necessário, e então nasce uma nova criatura, um novo ser dentro do seu coração. Embora pareça quase impossível, você se apega ao "quase", e parte em busca da mudança de sua própria existência, você tenta reescrever a sua história e dar um final feliz... E foi graças a esta minha vontade e determinação em mudar que hoje sou um novo homem. Faz mais de um ano que não uso drogas, mas tenho consciência de que a luta será constante até o fim dos meus dias, nunca poderei dizer que estou livre, pois a cada dia luto contra qualquer vestígio que possa pintar em minha mente. Graças ao meu bom Deus consegui arrumar um emprego satisfatório, que me possibilitou levar uma vida digna e voltar a me sentir útil novamente. Agora sonho em casar e ter filhos como qualquer ser humano... Mas os remédios ainda continuo tomando, a minha médica disse que terei que tomar até o fim de minha existência. Hoje me considero uma pessoa feliz, desci ao vale das sombras, flertei com o suicídio, graças a Deus renasci das cinzas e agora sonho com um futuro melhor, longe das drogas e ao lado da futura mulher que amo [risos] quando ela aparecer.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Seres utópicos Por Natureza

   Nem sempre conseguimos ter a genialidade de aprender com os erros dos outros. Muitas vezes lemos a respeito das experiências que deram errado, ouvimos conselhos de pessoas que já passaram por aquilo. Mas insistimos em cometer o mesmo erro. No fundo é como se pensássemos que conosco seria diferente... Dentre todas as estatísticas desfavoráveis acreditamos que somos a exceção... Às vezes tomamos decisões que vão contra toda a lógica, a racionalidade, movidos por pequenos prazeres momentâneos, mas de uma intensidade que simplesmente esquecemos de calcular o preço de uma decisão movida por um prazer enlouquecedor, e que servirá para a nossa condenação futura quando ele acabar. E somente depois quando nosso juízo pensa com "sanidade", percebemos que pode ter sido tarde demais... Um único momento intenso e prazeroso pode ser o último e tarde demais para toda uma existência.
   Aprendemos ao longo desta caminhada chamada "existência", mas desafortunadamente aprendemos com nossas próprias experiências, com nossos próprios erros e acertos. Quão geniais seríamos se conseguíssemos aprender com a experiência do vizinho, ou até mesmo com a experiência de um desconhecido que chegou ao nosso conhecimento. Entretanto há uma grande diferença entre chegar ao "conhecimento", e chegar ao "entendimento". Entre ser "expectador" e "ator principal". Entre a "realidade", o "sonho" e a "fantasia".
   Somos utópicos por natureza, acreditamos que possuímos o antídoto para tudo que não deu certo para os outros para nós dará. Prefirimos muito vezes deixar de acreditar em um sonho para acreditar na fantasia. Brincamos de "deus", onde criamos o nosso mundo perfeito, somos soberamos acima "do bem e do mal", "do sonho e da realidade". Quando deixamos de viver entre o sonho e a realidade, entramos no perigoso mundo da utopia. Que constitui uma pequena parte de nosso ser, mas é muito prazerosa, e aí consiste o seu poder de destruição.



  

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 11

   Consciência da minha doença já tinha. O passo seguinte era a minha reeintegração a sociedade. Queria a minha vida de volta, ou pelo menos parte dela. Uma vez que tinha conhecido o "outro lado", que tinha "flertado com a loucura", sabia que nunca mais poderia ser como era, mas existia a possibilidade de um recomeço, aliás esta possibilidade sempre existe na vida de cada um. Embora mantinha a chama da esperança acesa, estava um pouco desanimado, todas as pessoas que eu conhecia quando me paravam na rua, não falavam de outra coisa. Quando alguém vinha me cumprimentar, logo em seguida a pergunta era: " - Como você está?" " Você tá legal", "Tá tudo bem com você meu". Isso me aborrecia porque queria conversar com as pessoas, estabelecer um diálogo como qualquer outra pessoa. Mas sempre que tentava me frustrava, porque a conversa acabava girando em torno de mim, da minha saúde.
   Paciência...Paciência....Esta era a palavra chave, mas já estava de saco cheio de ter que cultivar tanta. A melhor maneira de recomeçar a trabalhar é fazendo qualquer trabalho braçal, e comecei em minha própria casa com pinturas, e pequenas obras que precisavam ser feitas. Isso me mantinha ocupado, o que era muito bom para minha cabeça. Como diz o ditado " mente vazia é oficina do diabo". A grande realização do ser humano é se sentir útil. Isto pude constatar enquanto me mantive ocupado com tudo quanto que era obra que precisava fazer em casa.
   Mas as coisas mudariam para mim, aprendi a cultivar também a minha fé. E isto fazia toda a diferença. Uma das coisas que estavam deixando os meus amigos impressionados é que mesmo estando convivendo com eles, não sentia vontade de usar drogas. As vezes eles usavam na minha frente, e até me ofereciam mais eu sempre recusava. Alguns diziam " não sei como é que você consegue". Mas a minha família sempre que eu chegava em casa ficava me olhando desconfiado. Uma vez meu irmão chegou a pedir que eu levantasse as mãos e que olhasse nos olhos dele, tamanha era a desconfiança. Outra coisa que ficou bem claro pra mim quando adoeci é quem são seus amigos de verdade. Pelo número de pessoas que vinham em minha casa me visitar pude perceber a grande diferença.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal Em 365 Graus

Quando chega o fim de ano, especialmente nesta data renovamos nossas esperanças e entramos no espírito natalino. O natal que simboliza nascimento, esperança, boas novas. Este "espírito natalino", transforma nossos sentimentos, nos tornamos mais fraternos, mais amorosos com o próximo, e porque não dizer até mesmo altruísta. Nesta época seguimos a tradição de trocar presentes, reunir a família para os momentos de confraternização. A mesa farta e tudo ao redor se transforma em um clima de festa e harmonia. Entretanto convido o leitor para refletir sobre toda esta transformação em função de um único feriado. Apesar de ser muito especial, e não ser um dia qualquer, não deixa de ser um dia com 24 horas igual aos demais. Que bom seria se considerássemos todos os dias do ano como se fossem " natal". Se usássemos de toda esta fraternidade, de todo este bom sentimento que o "espírito natalino" provoca em nós durante os 365 dias do ano. Haveria menos fome, inveja, egoísmo e por aí vai... E sobraria compaixão, amor, esperança, fraternidade... Construiríamos uma sociedade mais justa, humana, fraterna. Contribuiríamos para a construção de um mundo melhor, onde senão todos, pelo menos a maioria tivesse uma mesa farta quando esta data chegasse. Convido os leitores a fazerem parte deste desafio: Vamos fazer de cada dia de 2012 um pequeno natal? vamos levar esta magia encantadora do natal , ainda que um pouquinho a cada dia, para que possamos estar construindo um mundo melhor a cada dia. Que sejamos pequenas formiguinhas que trabalhando em conjunto temos a força que precisamos. Desejo a todos os meus leitores um feliz natal, obrigado por fazerem parte de minha vida, através deste blog, das coisas que escrevo. Pois cada leitor que divide comigo as emoções através das palavras aqui escritas está conectado com a minha alma.






sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Maktub?

Está escrito nas estrelas, quando ouço esta frase, fico me perguntando se os nossos caminhos já estão predestinados a se cruzarem em determinado momento da existência. Aquilo que chamamos DESTINO, para muitos nada mais é do que a nossa própria capacidade de construirmos nossa própria história. Ou seja a construção de nosso destino é de nossa total responsabilidade. Mas para outros o destino já vem traçado e cabe a nós apenas cumprir aquilo que completará o ciclo de nossa existência. Entretanto no meio do caminho nos deparamos com algo que nos foi dado pelo Criador, e que as escrituras sagradas chama de livre arbítrio. As vezes me pergunto se o livre arbítrio pode alterar o nosso destino, ou  ele é apenas  mais um caminho que nos levará ao mesmo lugar...Ao lugar que nos foi predestinado... Sinceramente não sei, mas acredito no destino e no dom do ser humano. O inevitável sempre acontece, aquilo que não encontramos explicações, porque simplesmente não há. E o universo conspira a nosso favor ou contra o tempo todo, depende da ótica em que se enxerga. Existem diversas situações que acontecem ou aconteceram que muitas vezes nos perguntamos que ao usar o livre arbítrio naquele momento decisivo, sofremos a punição pela escolha errada. E quando isto ocorre sempre implicará em duas coisas: O arrependimento, ou a experiência válida. O arrependimento pela escolha errada, ou o aprendizado pela experiência vivida. E o destino segue nos "pregando peças", movidas pelas mãos do Criador, que nos dá a opção de escolha, e passamos a navegar em um rio que desembocará em outro ainda maior, desembocaremos naquilo que chamamos inevitável. Maktub palavra árabe que significa "está escrito", quando a compreendemos, percebemos que deixamos de ser os atores principais do filme de nossa vida, e passamos a ser os coadjuvantes de um plano além de nossa compreensão. Onde o diretor cria cenas da qual não tinhamos decorado o texto e tampouco sabíamos que elas existiriam.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando Não Procuramos Explicações, Tudo Fica Claro.

   O príncipe Fouad caminhava pela larga avenida de uma pequena cidade litorânea. Enquanto a passos largos caminhava, olhava para ambos os lados na tentativa de identificar a princesa Berura. Eles se encontraram pela primeira vez há mais ou menos um mês em uma situação desta que chamamos de no mínimo inesperada. Ele a encontrou em uma rua movimentada no fim de uma tarde qualquer em que logo a noite chegaria. Tinham se visto algumas vezes antes daquele dia, e trocados no máximo um "oi"  e alguns acenos no corredor da faculdade. Entretante naquele fim de tarde quando os olhos de Fouad se encontraram com os de Berura aconteceu o inesperado, ambos foram pegos de surpresa, houve uma magia que os envolveu e dispararam a conversar como se fossem velhos conhecidos. Ao se despedir da princesa ele fez menção em beijar-lhe a face mas parou no meio do caminho. Ela percebeu esboçou um sorriso e se aproximou dando um beijo de despedida na face dele.
   Depois deste primeiro contato e graças a internet, mantiveram contato e os corações se aqueciam. Apesar das adversidades em que se encontravam, afinal viviam em mundos opostos. Fouad era de família árabe e como manda a tradição de sua família era muçulmano. Berura era de família judaica bem ortodoxa, entretanto ela e Fouad não compartilhavam do mesmo sentimento de ódio que os dois povos nutriam entre sí. E a cada dia se descobriam com mais afinidades um com o outro, e a cada dia se sentiam mais apaixonados mesmo sem nunca terem se beijado. Ela se tornara um Zahir para o jovem Fouad, que segundo a tradição é uma palavra árabe que significa algo ou alguém que domina completamente a nossa mente, que está sempre presente nos nossos pensamentos.
   Mas naquela tarde agradável de verão o príncipe Fouad caminhava tentando identificar a princesa Berura olhando para cada pessoa ou grupo de pessoas em frente aos bares, cafés e restaurantes que seus olhos alcançavam. De repente ele a avistou sentada em um banco, com óculos escuros cabelos soltos e os olhos grudados em um livro. Atravessou a avenida e a cada passo seu coração batia descompassado. Parou bem em frente a ela e fez uma pergunta qualquer como se fosse um turista perdido. Ela levantou a cabeça e sorriu, para logo em seguida ficar de pé. A convite dele caminharam pela praça e sentaram em banco em frente ao mar calmo que refletia o brilho do sol em suas águas esverdeadas.
   Era a primeira vez que se encontravam a sós desde o dia em que conversaram pela primeira vez. Ele estava um pouco nervoso, enquanto ela parecia muito calma. Ele falou tentando conter as palavras que saiam desenfreadamente sobre os sentimentos que afloravam em seu coração desde o primeiro dia em que se conheceram. E da forma como as coisas vinham se desenrolando. Ela o escutava atentamente era de poucas palavras, gostava mais de ouvir. Quando os corações já não conseguiam mais lutar contra algo que não tinham forças o beijo longo e apaixonado aconteceu. Em seguida o silêncio agradável e necessário, aqueles minutos ou segundos até que um dos dois rompa o silêncio.
   Alguns dias após Fouad disse amada que chegava a sentir medo de perdê-la, dada as circunstâncias em que viviam. E o próprio disse: " Como posso ter medo de perder algo que ainda não tenho", e a resposta da princesa Berura foi : " Embora digamos que não temos certeza, mais no fundo de nosso coração sabemos o que nos pertence".
   Fouad nome árabe que significa "coração"Berura do hebraico significando " pura, limpa " Em aramaico a mesma palavra, significa " devota, boa, honesta". Em assírio, tem o significado de " reluzente".  "Que Allah nos abençoe", ele disse. "El Shaddai esteja conosco", ela completou. Aqueles dois corações deixaram de tentar entender porque apesar das diferenças se amavam tanto. Compreenderam que apesar de seguir caminhos diferentes adoravam ao meus Deus. E que Deus, ou Allah está no controle e se os seus caminhos se cruzaram é porque há um mistério que está além da compreensão de ambos que eram para se manterem afastados, mas que a cada dia ficavam mais unidos. E finalmente compreenderam que as vezes só entendemos a vida, quando não procuramos explicações, aí tudo fica claro.

Conto Para Minha Morte. Parte 10

   A vida tinha se tornado um saco, a minha rotina estava me "matando". Sempre fui uma pessoa muito ativa, sempre gostei de trabalhar e ter o meu dinheiro. Ficar contando os dias sem fazer nada e tomando os remédios definitivamente não era uma das coisas que mais me agradava. Mas era preciso, tinha plena consciência disto embora me irritasse bastante. Esquizofrenia a primeira vez que ouvi esta palavra foi como se me faltasse o chão dos meus pés. É bastante assustador quando você a ouve pela primeira vez da boca de um médico dando o diagnóstico ao paciente. Principalmente se este médico for o seu psiquiatra. Mas foi o que ouvi da minha psiquiatra numa bela tarde ensolarada, e para ser bem franco não gostei e tampouco concordei com aquele diagnóstico. Entretanto procurei investigar tudo sobre a doença, e o que descobri foi algo que me deixou chocado e ao mesmo tempo satisfeito, pois muitas vezes julgamos as ações sem conhecer as causas e com isso falamos até "asneiras". Encontrei muito material sobre o assunto disponível na internet. Que se fosse escrever tudo que encontrei não conseguiria postar aqui. Fiz um breve resumo de alguns pontos que achei mais relevantes sobre a doença.
   A sociedade não entende a doença psiquiátrica, há um certo preconceito em relação a doenças em que o paciente possa ser chamado de "louco". E definitivamente louco eu não era. A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que perambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esta foi durante muitos anos sinônimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia, significava como destino "certo" os hospitais psiquiátricos ou asilos, onde os pacientes ficavam durante muitos anos.
   Segundo algumas estatísticas a esquizofrenia atinge 1% da população mundial. É hoje encarada não como uma doença, no sentido clássico do termo. Mas como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais. Não existe uma única causa para o desencadear deste transtorno e tampouco é um transtorno fácil de diagnosticar, levando aos mais renomados estudiosos do assunto a travarem longas discussões a respeito do assunto. Há especialistas que criticam o termo esquizofrênico, levando em consideração que uma pessoa não pode ser considerado como tal, apenas porque teve surtos psicóticos associados ao uso de substâncias como as drogas e etc. sintomas psicóticos não são uma boa base para a elaboração de um diagnóstico de esquizofrenia como "psicose é a 'febre' de doença mental - um grave mas inespecífico indicador". Em países como Japão e Reino Unido houve manifestações de profissionais da área para abolir este termo "esquizofrenia" No japão o termo fora alterado para "doença da mente dividida", ou "desordem de integração". No Reino Unido Campanha para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, ativistas defenderam uma semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela neste momento.
   Uma crise psicótica pode ser precipitada por vários fatores, como por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, rompimento com um(a) namorado (a), entrar na universidade… Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, especialmente a ideia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente perigosa, ideia essa que estudos recentes põem completamente de parte, mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na população em geral é idêntico, se não mesmo inferior.
   Vale lembrar que o matemático e prêmio nobel de economia John Forbes Nash sofria de esquizofrênia, e conseguiu reverter a situação e levar uma vida normal, e ainda foi considerado um gênio.
   "Quero que as pessoas entendam que sou como os outros. Sou um indivíduo e deveria ser tratada como tal pela sociedade. Não deveriam fechar-me numa caixa com a etiqueta de esquizofrenia" ( depoimento de uma pessoa que sofre da doença).
   Confesso que depois que descobri tudo isto sobre a doença, me senti renovado, e tirei um peso dos meus ombros. A falta de informação é também uma doença perigosa e letal. E graças a Deus tinha encontrado a cura para ela. Agora me sentia preparado para os desafios que viriam.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Naturaleza Poética

Estoy caminando por la playa... Y me viene a la mente la figura de un chico...
Corriendo por las calles de tierra, mientras juega con sus colegas.
Como cualquier chico le gustaba mucho jugar e imaginar las cosas que no estaban a su alcance.
Él quería agarrar al viento, tocar las estrellas, sentirse parte de la naturaleza.
Pero no imaginaba que el tiempo es tan veloz...
Se dio cuenta que el tiempo era responsable por una gran transformación y que a cada segundo arrancaba un poco de él cuando llegó la adolescencia. Pero no dejó que el niño que vivía adentro de él se fuera.
Y encontró en la poesía una manera de mantener "el alma de niño" en su corazón.
Viendo que no desistió de ser niño mientras crecía, la naturaleza se rindió a él como morada en forma de poesía.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Glittering Diamonds

   There was a man that dreamed of diamond-cutting. He dreamed of creating a big and special diamond. He was a bricklayer, and understood nothing about diamond-cutting. But he had had this dream within his heart. He realized his dream could become real, when the company he had worked for moved to the Republic Democrat of Congo. One ex french territory in center of Africa. He moved with his company, and he was very happy... Something within him said he`d accomplish his dream. Some months later, he hadn`t found the diamond yet. He put in his heart, but he hadn`t found. But he never gave up his work and dreams.
   One day he was going out to a small village and he met a beautiful girl, and he fell in love with her. Some days later, they started dating. He was very happy, his woman looked like a diamond. One afternoon he fell down on the floor near the big river; And his knees touched a stone. When he saw it. It was a big diamond. Some time later, he worked a lot on his project... He thought of his life during the work with the diamond, and it became the stone... The most beautiful diamond created until today. He gave his wife the jewel. " I found two diamonds". - He said himself.


Epopéia Do Ostracismo

Os dias são longos e quando a noite cai as lembranças ganham força, não quero ser um homem de lembranças, mas de realizações. Embora as duas coisas sempre terminam intimamente ligadas. Lembrar das vitórias colecionadas ao longo da vida, e das derrotas também, embora estas sempre evitamos, mesmo sabendo que é impossível esquecê-las. Pois a tragédia é sempre marcante e seu aprendizado é sempre inesquecível embora doloroso. A vida nunca para, a vida é mesmo rara, e cheia de surpresas ao longo do caminho. O passado e o presente são gêmeos bivitelinos que a mãe vida chama pra sí de braços abertos. As diferenças existentes não os separam, não os tornam indiferentes um ao outro. Pois indubitavelmente estão conectados por toda a existência. A noite quente, a chuva tocando o telhado e emitindo a sua música bem peculiar. A música da chuva, prelúdio de mais um verão. O fim de mais uma estação culmina o início da outra, um ciclo se encerra e outro se inicia. "Meu coração é tão tosco e tão pobre que não sabe ainda os caminhos do mundo" como disse Renato Russo em uma de suas canções. Fujo dos meus medos, mesmo sabendo que é impossível escapar deles, corro em direção aos meus sonhos esquecendo que existem os obstáculos. Acho a vida rotineira e sem graça, mas insisto em continuar vivendo. Acredito que sou um idealista mesmo sem saber que rumo tomar, ou que é realmente ser um idealista. Sinto saudades de coisas que nunca vivi, mas em meu coração é como se tivesse vivido. Escrevo coisas sem sentido, e dou um sorriso amarelo para a dor que sinto no peito. Tento abraça-la como uma companheira inseparavel da mesma forma que abraço o antídoto. Paro no sinal vermelho e naqueles segundos de espera observo os transeuntes ao meu redor... E quando o sinal verde surge, sigo caminhando por mais uma rua até a próxima parada.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 9

   Quem brinca com fogo acaba se queimando. E quando menos esperava tudo voltou novamente, comportamentos estranhos, medo em excesso, afastamento do trabalho para cuidar da saúde e demissão do meu mais recente emprego. Era a segunda vez que estava tendo um surto psicótico em minha vida. Pela segunda vez sentia aquele medo de tudo e de todos. O tratamento já conhecia, só mudara de médico. Agora a minha psiquiatra era uma mulher, que não tinha o mesmo carisma do primeiro médico que me atendera, mas era competente e deu sequência ao tratamento que me submetera antes. Os primeiros 20 dias foram os mais críticos. Dei muito trabalho a minha família com comportamentos nada convencionais através da minha mente perturbada. Sei que fiz eles sofrerem, principalmente a minha mãe que na terceira idade, e com a saúde frágil tinha que suportar tudo aquilo. Vez ou outra meu irmão perdia a paciência comigo, porque não é fácil lidar com uma pessoa em surto psicótico. Mas no geral eles eram muito pacientes comigo. 
   Segundo a minha médica cada vez que entrava em surto psicótico " queimava mais neurônios". Tomava os comprimidos pela manhã e a noite. Era um paciente em casa e minha mãe e meu irmão mais velho eram os meus enfermeiros. Como da primeira vez após um determinado periodo tomando a medicação, minha mente voltara a funcionar como a de uma pessoa "quase normal". A única difrença é que a minha normalidade era a base de remédios. Toda a minha família ficou muito decepcionada comigo, afinal já era a segunda vez que eu fraquejava por causa das drogas. Meu irmão me fez uma ameaça de que se me pegasse usando drogas a partir deste momento me daria uma surra. Mas no fundo sabia que ele só falava aquilo da boca pra fora. Era a sua tentativa desesperada de me ver longe de tudo isto. E tinha consciência de que se usasse qualquer substância usando a medicação que tomava seria pior.

" Fazendo Um Som "

Às vezes precisamos nos reunir apenas para falar besteiras ou algo do tipo. Ontem ao chegar em casa à noite um amigo meu ligou e me convidou para ir a sua casa fazer um som. Eu sou aquele "cantor de banheiro", ele como cantor é um bom engenheiro. Com o violão em mãos ele procurava aprender as músicas na internet, olhando as cifras e os vídeos dos professores ensinando esta ou aquela música. E disparamos a cantar sucessos, duas vozes desafinadas e um violão. Ainda bem que os vizinhos não reclamaram porque também o som não chegava tão longe [risos]. Mas valeu a pena "fazer um som" com um brother, e constatar que podemos fazer de pequenos gestos, grandes alegrias.



sábado, 3 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 8

Consegui arrumar um emprego e estava conduzindo a minha vida normalmente. Mas vinha travando uma batalha diária dentro de mim. Ainda tomava a medicação pesada que o meu psiquiatra receitara. E aos poucos fui deixando de comparecer ao médico. Como já estava bem melhor, a minha família deixava que eu fosse ao médico sozinho. Até que um belo dia cheguei em casa e disse que o médico me dera alta. Que não havia necessidade que fosse mais ao seu consultório. E que não precisava mais tomar os remédios. Minha vida voltara a entrar nos eixos novamente. Estava trabalhando e gostando do meu novo trabalho, os meus colegas de trabalho eram pessoas muito boas, faziam de tudo para me ajudar. Mas e sempre tem um na vida da gente... Sempre tem um "mas", que faz toda a diferença. Gostava dos meus colegas de trabalho, e por mais que eles chamassem para o meio deles, eu não me enturmava... Porque a maioria deles eram casados e até mesmo os que eram solteiros tinham um comportamento exemplar, nem sequer bebiam uma cervejinha. Eu os considerava muito "caretas", gostava da companhia deles no trabalho, mas definitivamente não eram o tipo que andaria junto. Sentia muita falta dos meus amigos de fumo, da galera que curtia as drogas. Depois de recuperado estava convencido de que não foram as drogas que fizeram isto comigo. Pra mim foi uma depressão que tive apenas isto. E assim comecei a usar novamente, voltei novamente a vida que levava. Sexo, Drogas e Rock ´n` Roll. Cada vez mais confiante de que não tinha nada a ver, eu me afundava cada vez mais nas drogas. O vício realmente é algo muito difícil de largar... Realmente dá prazer, mas é um prazer momentâneo. Logo depois que passava o efeito vinha a tristeza, e isso gerava a vontade de usar novamente. Como se a vida fosse só de prazeres, euforias momentâneas. Sabemos que a vida não é assim, que a realidade é diferente. Já tinha ultrapassado o limite entre o prazer e a dependência, e novamente estava colocando a minha saúde em risco.