Consegui arrumar um emprego e estava conduzindo a minha vida normalmente. Mas vinha travando uma batalha diária dentro de mim. Ainda tomava a medicação pesada que o meu psiquiatra receitara. E aos poucos fui deixando de comparecer ao médico. Como já estava bem melhor, a minha família deixava que eu fosse ao médico sozinho. Até que um belo dia cheguei em casa e disse que o médico me dera alta. Que não havia necessidade que fosse mais ao seu consultório. E que não precisava mais tomar os remédios. Minha vida voltara a entrar nos eixos novamente. Estava trabalhando e gostando do meu novo trabalho, os meus colegas de trabalho eram pessoas muito boas, faziam de tudo para me ajudar. Mas e sempre tem um na vida da gente... Sempre tem um "mas", que faz toda a diferença. Gostava dos meus colegas de trabalho, e por mais que eles chamassem para o meio deles, eu não me enturmava... Porque a maioria deles eram casados e até mesmo os que eram solteiros tinham um comportamento exemplar, nem sequer bebiam uma cervejinha. Eu os considerava muito "caretas", gostava da companhia deles no trabalho, mas definitivamente não eram o tipo que andaria junto. Sentia muita falta dos meus amigos de fumo, da galera que curtia as drogas. Depois de recuperado estava convencido de que não foram as drogas que fizeram isto comigo. Pra mim foi uma depressão que tive apenas isto. E assim comecei a usar novamente, voltei novamente a vida que levava. Sexo, Drogas e Rock ´n` Roll. Cada vez mais confiante de que não tinha nada a ver, eu me afundava cada vez mais nas drogas. O vício realmente é algo muito difícil de largar... Realmente dá prazer, mas é um prazer momentâneo. Logo depois que passava o efeito vinha a tristeza, e isso gerava a vontade de usar novamente. Como se a vida fosse só de prazeres, euforias momentâneas. Sabemos que a vida não é assim, que a realidade é diferente. Já tinha ultrapassado o limite entre o prazer e a dependência, e novamente estava colocando a minha saúde em risco.
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