sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte Final

Hoje começarei dizendo para o leitor o porque decidi chamar este relato de minha vida, conto para minha morte. Simplesmente querido leitor, porque considero todo aquele que faz uso de qualquer substância que seja prejudicial em demasia, um suicida em potencial. É o diabético que tem consciência de que não pode abusar de açúcar, mas se entope de guloseimas e tudo aquilo que é nocivo a sua saúde, é o usuário de tudo quanto é tipo de drogas como um dia fui que não tem controle sobre seu vício, e usa em excesso porque acredita que é imune ao dano a saúde. É o fumante que fuma um, dois, três maços de cigarro por dia, enfim todos que praticam o excesso naquilo que não devia. Todos nós somos suicidas em potêncial, fazemos parte da turma do " não quero morrer rápido mesmo", " a morte é o destino de todos nós". Ah se fosse tão simples assim... Morrer... Se fosse apenas estarmos adiando o ciclo natural das coisas, se fosse apenas diminuir nossos dias aqui neste plano, continuaria me drogando ao extremo, sinceramente continuaria... Mas infelizmente não acontece assim. Você simplesmente não morre pelos excessos e fica tudo "resolvido". Viver em excessos implica consequências que só paramos para pensar depois, quando elas se apresentam em forma de loucuras, acidentes, cadeiras de rodas, prisões, menos a morte que seria a solução. Aí passamos a viver com o estigma da culpa, da dor, e do desespero para enfrentar as pessoas que simplesmente virarão para você e dirão " Tá vendo foi isto que você procurou, então arque com as consequências". E só então você consegue perceber o quanto teve uma vida vazia, preenchida por substâncias e não por pessoas. E aí passa a valorizar pequenos momentos que não valorizava... O renascimento se faz necessário, e então nasce uma nova criatura, um novo ser dentro do seu coração. Embora pareça quase impossível, você se apega ao "quase", e parte em busca da mudança de sua própria existência, você tenta reescrever a sua história e dar um final feliz... E foi graças a esta minha vontade e determinação em mudar que hoje sou um novo homem. Faz mais de um ano que não uso drogas, mas tenho consciência de que a luta será constante até o fim dos meus dias, nunca poderei dizer que estou livre, pois a cada dia luto contra qualquer vestígio que possa pintar em minha mente. Graças ao meu bom Deus consegui arrumar um emprego satisfatório, que me possibilitou levar uma vida digna e voltar a me sentir útil novamente. Agora sonho em casar e ter filhos como qualquer ser humano... Mas os remédios ainda continuo tomando, a minha médica disse que terei que tomar até o fim de minha existência. Hoje me considero uma pessoa feliz, desci ao vale das sombras, flertei com o suicídio, graças a Deus renasci das cinzas e agora sonho com um futuro melhor, longe das drogas e ao lado da futura mulher que amo [risos] quando ela aparecer.


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