Os dias são longos e quando a noite cai as lembranças ganham força, não quero ser um homem de lembranças, mas de realizações. Embora as duas coisas sempre terminam intimamente ligadas. Lembrar das vitórias colecionadas ao longo da vida, e das derrotas também, embora estas sempre evitamos, mesmo sabendo que é impossível esquecê-las. Pois a tragédia é sempre marcante e seu aprendizado é sempre inesquecível embora doloroso. A vida nunca para, a vida é mesmo rara, e cheia de surpresas ao longo do caminho. O passado e o presente são gêmeos bivitelinos que a mãe vida chama pra sí de braços abertos. As diferenças existentes não os separam, não os tornam indiferentes um ao outro. Pois indubitavelmente estão conectados por toda a existência. A noite quente, a chuva tocando o telhado e emitindo a sua música bem peculiar. A música da chuva, prelúdio de mais um verão. O fim de mais uma estação culmina o início da outra, um ciclo se encerra e outro se inicia. "Meu coração é tão tosco e tão pobre que não sabe ainda os caminhos do mundo" como disse Renato Russo em uma de suas canções. Fujo dos meus medos, mesmo sabendo que é impossível escapar deles, corro em direção aos meus sonhos esquecendo que existem os obstáculos. Acho a vida rotineira e sem graça, mas insisto em continuar vivendo. Acredito que sou um idealista mesmo sem saber que rumo tomar, ou que é realmente ser um idealista. Sinto saudades de coisas que nunca vivi, mas em meu coração é como se tivesse vivido. Escrevo coisas sem sentido, e dou um sorriso amarelo para a dor que sinto no peito. Tento abraça-la como uma companheira inseparavel da mesma forma que abraço o antídoto. Paro no sinal vermelho e naqueles segundos de espera observo os transeuntes ao meu redor... E quando o sinal verde surge, sigo caminhando por mais uma rua até a próxima parada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário