quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cumplicidade E Intimidade Em Um Único Momento.

O dia nasce e ao cair da noite consigo por meus pensamentos em ordem... Ordem, esta palavra dita nesta fase de minha vida soa tão distante e engraçada até...Como é que a cabeça pode estar em ordem quando o coração está em conflito... Pois a paixão é um touro desgovernado, é o vendaval que que move grandes ondas nas águas calmas do meu coração. Ja experimentei esta sensação em outro época, e mesmo depois de tanto tempo parece que é a primeira vez que sinto. Pareço um adolescente descobrindo no sorriso encantado de uma mulher, nos olhos claros e profundos a fada dos meus contos de fada... O sangue corre em minhas veias misturado com a porção mágica de um único momento... Um único momento que ficará eternizado em meu coração ainda que a paixão não dê frutos. Sim porque a paixão é um furacão que abala as estruturas, mas vai embora caso não seja cultivada, não cria as raízes necessárias para se transformar em amor...Mas a intensidade com que nossos olhos se encontraram foi algo inexplicável... E foi suficiente para parar o mundo ao nosso redor, e naquele instante dois corações alheios um ao outro trilhavam o mesmo caminho... Se preparavam para trilhar um caminho onde não é possível encontrar explicações racionais. Afinal a vida não é uma equação. Entretanto sabiam que algo muito forte aconteceu naquele instante... E nunca se sentiram tão cúmplices e tão íntimos em um único momento...

domingo, 27 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte final.

Cheguei e não demorei muito a arrumar algo para fazer. Fui ser faxineira de uma escola. Quando não se escolhe trabalho não falta. Confesso que o trabalho era árduo, chegava em casa muito cansada, entretanto deitava a minha cabeça no travesseiro e sentia algo que há muito tinha me esquecido... Sentia paz, uma imensa paz que chegava a estranhar... Ás vezes tinha a sensação de que esta paz logo acabaria, tal já estava acostumada as turbulências, as reviravoltas de minha vida... Durante todo este tempo que estive longe de minha cidade, sempre mantive contato com os meus pais, e sempre que podia ia visita-los, mas já fazia mais de três anos que não os visitava. E últimamente pensava muito neles, na cumplicidade que tinham um com o outro. Meu pai como já disse antes era muito machista. Ele sempre dizia que a mulher não poderia trabalhar fora, tinha que se contentar e sobreviver com o salário do marido... Às vezes dormia tarde com as lembranças pulsando em minha memória, era como se ouvisse sua voz grave bem ali ao meu lado. " A mulher quando arruma um trabalho quer ser o homem da casa, não arrespeita mais o marido". " O homem é o cabeça da casa". E minha mãe sempre submissa, criada para ser uma boa dona de casa, uma boa mãe e para servir o marido. Às vezes me perguntava se eles eram felizes, e quase sempre chegava a conclusão que sim. Cada um a sua maneira eles eram. Meu pai quando moço sempre fora mulherengo, e traiu muito minha mãe, ela fingia que não sabia de nada. E assim seu casamento ultrapassou os vinte e cinco anos. Aquele amor era pra vida toda. Será que eles não tinham razão? Cada um a seu modo eram cumplices... Mas eu não conseguiria ser a mulher que minha mãe foi durante toda sua vida. Da última vez que a vi ela me disse que tinha muito orgulho de mim, que eu consegui sobreviver na "cidade grande", coisa que ela não conseguiria. Que eu ao contrário dela era uma mulher forte. Pobre mamãe, mal sabe ela o que fiz... Acho que ela morreria de desgosto. Ela sim é que é uma mulher forte. Sou apenas uma sobrevivente. Nas próximas férias irei visita-los. E dizer o quanto os amo, o quanto são importantes pra mim. Não vou esperar as próximas férias para dizer o quanto eles são importantes pra mim. Olhei o relógio aquela noite, eram 1:00 da manhã. Peguei o celular e disquei para o celular que dera de presente a minha mãe, e do trabalho que tive para ensinar ela a usar, ao lembrar disto sorri.
- Alô. - Sua voz estava sonolenta.
- Mãe?
- Oi filha tudo bem. Aconteceu alguma coisa?
- Não tá tudo bem... Mãe quero te dizer uma coisa...
- Pode falar filha.
- Mãe eu te amo muito viu.... Te muito, muito, muito...- Fez - se silêncio do outro lado da linha, antes dela dizer com a voz embargada e soluçando...
- Também te amo muito meu amor... Mas você está bem mesmo?
- Sim, acorda o pai ai mãe também quero falar com ele....
- Pai?!
- O que foi menina? - Sua voz era preocupada.
- Te amo muito viu. O senhor e a mamãe são tudo pra mim. - Ele bem que tentou mas chorou feito uma criança e mal conseguia falar comigo.
- Também gosto muito de você filha. - Essa era a sua maneira de dizer "eu te amo". Apesar de ter saído daquele pequeno lugar onde deixei a minha inocência era para lá que eu voltava sempre quando queria me sentir viva. Pois carregava entranhado em meu coração as lembranças saudáveis de minha vida. Quanto a Roman nunca mais o vi, e tampouco o procurei. Não tenho mais certeza de que o amor realmente exista, mas no fundo ainda tenha a esperança de encontrar alguém que pelo menos goste de mim, e queira dividir sua vida comigo, não diria para sempre, que o pra sempre, sempre acaba...Mas pelo menos que seja eterno enquanto dure, ou até que acabe o tesão.

sábado, 26 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 14

Depois da última experiência traumática, decidi mudar de vida. Mantive-me mais ou menos uns três meses longe desta vida. Mudei de endereço para um aluguel mais modesto. Entretanto voltei novamente a vida que levava pois teve um fator chave neste meu retorno... O fator que faz o mundo... E por isso voltei, por dinheiro... Desde o fim com Roman nunca mais pude sentir aquele frio que percorria o meu corpo quando nos beijavamos. Nunca mais fiz amor... Quando me deitava com um homen entrava em cena a " a boneca inflável humana" " a máquina de fazer sexo". Vez ou outra quando estava com algum ricaço, ainda mantinha a ilusão de ter "ganhado na loteria", mas era só até ele se cansar. Homens deste tipo não faltam mulheres como eu, e para eles é só mais um número. E assim ia vivendo, o tempo ia passando e eu cada vez mais frustrada em minha vida. E foi então que cheguei a conclusão de que a minha vida tinha se tornado um vício. Um perigoso vício, tanto quanto das pessoas que se drogam e não conseguem mais largar. Mas no fundo estava cansada daquela vida, estava envelhecendo e se acabasse desta forma minha vida tinha sido em vão. Era preciso mudar, eu precisava largar o vício. Precisava mudar de vida, e a primeira decisão que tomei foi mudar de cidade, largar tudo para trás e recomeçar...Me mudei para uma cidade de porte médio no interior. Procurei um lugar onde não conhecesse ninguém. Não sabia o que o futuro me reservava naquele lugar, mas tinha uma convicção era preciso mudar... Há momentos em nossa vida que a mudança é a única saída para realmente viver... Eu tinha deixado de viver... Estava apenas existindo... Houve um tempo em que vivi, e eu precisava voltar a viver novamente... Ainda existia um lugar no cantinho em meu coração que me pedia para voltar a viver...Ainda existia um lugarzinho que me dizia que ainda poderia voltar a ser feliz... E me agarrei a esta tênue esperança...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Conto Para A Minha Morte. Parte 7

Tive a sorte de passar pelas de um médico que foi um anjo da guarda em minha vida. Aliás dois médicos para não ser injusto com nenhum... Um psiquiatra que quando entoava sua voz me transmitia a segurança e a paz que meu coração necessitava quando ia ao seu consultório. Com igual empatia passei pelas mãos de uma psicóloga especialista em depedência química. A minha rotina era passar pelos médicos e ficar em casa tomando os remédios que me foram receitados. Mas a pior parte era o ócio, detestava ficar em casa sem fazer nada. Sentia muita falta do trabalho, e os meus dias eram todos iguais. As vezes ainda dava umas  "viajadas ", com algum tipo de comentário que não fazia a menor coerência, mas elas eram cada vez menores. Alguns amigos às vezes vinham me visitar em casa, mas eu não sabia mais nem o que conversar. Fiquei muito tempo fora da realidade, e todo o tempo que fiz o tratamento fiquei longe das drogas. E claro sentia muita falta também. Acho que quando eu "fumava um" era mais feliz. Quando recebia visitas em casa pedia desculpas, por simplesmente não saber mais "conversar". Eles tentavam puxar um diálogo comigo e eu respondia e ficava mudo. Não sabia continuar o papo, e mergulhei naquilo que mais tarde batizei de "A Grande Tristeza". Não me restava dúvida de que a minha grande tristeza era a falta da maconha. Mas o tempo e o tratamento longo estava dando resultados eu estava me sentindo cada vez melhor, e cada vez mais conseguia enxergar o mundo com a perspectiva de uma pessoa "normal". Agora que estava me sentindo bem começei a procurar um trabalho, mas devido aos problemas que passei e o fato de morar em uma cidade pequena não era uma das coisas mais fáceis de se conseguir.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quantos Labirintos Tem Meu Coração?

Quantos labirintos tem meu coração...Quantos caminhos a percorrer quando se tem uma vida pela frente... E o tempo como inimigo que rouba a cada segundo um pedaço de minha existência... No meio do labirinto sem saber que direção seguir, ouço a voz do meu coração... Pois a razão não me da direção que meu coração anseia... Falta algo...? Mas o que exatamente..? É como se pudesse contar as estrelas no céu e nunca chegasse a um resultado. Mas existem momentos de indecisão na vida de qualquer ser humano, existem momentos que simplesmente não sabemos como agir... E a inércia aparece como a companhia ideal e inseparável. Nossas ações ficam subentendidas nas entranhas de nosso coração. E as palavras saem sem sentido...E justamente aí consiste "o mistério da existência", o "sagrado" do universo humano. Viver em um labirinto constante ao longo de toda a vida. Ao fazermos uma escolha, acreditamos que escolhemos um caminho, entretanto é um caminho momentâneo que terminará onde outro caminho se inicia... E assim o ciclo continua... E tudo se torna transitório, as vezes ilusório, porém sagrado.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 13

Embora já estivesse "acostumada" a vender o meu corpo, no fundo ainda mantinha a tênue esperança de um dia quem sabe jogar tudo pro alto e recomeçar... Entretanto recomeçar não é uma tarefa fácil principalmente quando se adquire certos hábitos e estilo de vida dos quais não estamos dispostos a abdicar. Ainda não tinha chegado aonde queria, mas ainda mantinha viva a esperança de me dar bem levando a vida que levava, e a sorte sorriu para mim quando Leonel apareceu em minha vida. Ele era rico, de meia idade, e estava disposto a me assumir. Caso aceitasse viver com ele teria a vida que sempre sonhei. Entretanto havia um pequeno detalhe que fez com que desistisse dele. Parece até irônico para quem queria se " dar bem na vida" como eu. Qualquer uma que tivesse os mesmos objetivos que eu não deixaria passar esta oportunidade. mas ele era feio e não me casaria com um homem feio. E assim deixei ele passar em minha vida.
   Quando Fred apareceu em minha vida achei que a minha hora tinha chegado. Ele era jovem e cheio de vida. Gostava de me levar para passear, e me tratava como uma rainha. Estava feliz e achava que realmente mudaria de vida e levaria uma vida digamos " normal " como todo mundo. Todavia as coisas pareciam que comigo nunca funcionariam. Naquela noite em sua casa levei um dos maiores sustos de minha vida, e me fez ter a exata dimensão do perigo que corria levando este tipo de vida. A primeira surpresa desagradável que tive foi que ele usava drogas, e se drogou naquela noite. Estavamos fazendo amor quando de repente ele me agarrou e já com um cinto na mão começou a me bater, me chamando de vagabunda e  muitos outros nomes que me denegriam, disse que eu tinha que estar sempre a sua disposição, que a minha vida não valia nada. E que eu era sua propriedade, ele poderia fazer comigo o que ele quisesse... Consegui me desvencilhar dele quebrando um vaso em sua cabeça e sai correndo feito louca pela rua semi nua... Pois não dera tempo de me vestir por completo. Parei um veículo na rua e pedi que o homem me levasse em casa, e tive a sorte que ele se propôs a me ajudar me vendo chorar desesperadamente...

domingo, 13 de novembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 6

Experimentando prazeres mundanos, os prazeres da carne... E como são prazerosos, entretanto não tinha em minha consciência de que tudo tem um preço. Achava que trabalhando, pagando as minhas contas em dia, me comportando como um cidadão de bem, poderia fazer o que eu quisesse. Mas ainda tinha uma dívida a pagar em meu destino. Ainda possuía uma conta que o saldo negativo estava aumentando a cada dia. Em busca de mais liberdade fui morar sozinho, decidi pagar o meu aluguel e sair da casa de minha mãe. Estava cada dia mais afundado nas drogas e na casa de minha mãe não poderia usar a hora que quisesse. Durante muitos anos vivi uma vida de muita loucura. Literalmente vivia  de sexo, drogas e rock `n´roll. Entretanto quando menos esperava o banco que estava devendo, resolveu cobrar a seu saldo. O banco da vida não perdoa aqueles que o devem, e mais cedo ou mais tarde a cobrança vem. E o preço a pagar é altíssimo, de acordo com o tamanho do seu débito.
   Uma bela manhã acordei com alguns delírios estranhos... Eu percebia que tudo ao meu redor estava interligado... Era como se as pessoas estivessem mudadas de repente, e tudo estava diferente. Parece que eu compreendia as coisas de uma forma que nunca tinha compreendido. Eu conseguia me comunicar com o apresentar da TV, é loucura mas era isto que passava em minha mente. Uma preocupação constante, um medo excessivo se apoderava de mim. Não demorou muito e entrei no que os médicos chamam de surto psicótico uma dissociação da estrutura psíquica fazendo com que o indivíduo tenha comportamentos estranhos e diferentes, devido a incapacidade momentânea de pensar racionalmente. Ou seja, em outras palavras LOUCURA.

O Grande Poder

Existem momentos que são únicos na vida de todo ser humano. Entretanto não estou me referindo aos momentos especiais que se tornam inesquecíveis. Estes existem para serem guardados com carinho no coração. Mas existem aqueles momentos que antecedem uma grande mudança. Que são tão importantes que podem mudar toda uma existência... Aqueles 5 minutos, ou aqueles dias decisivos que podem tanto nos levar ao "céu ou ao inferno". Quando vivenciamos estes momentos tão necessários e inevitáveis na vida de todo ser humano, exercitamos um grande poder. E o saber usar este poder consiste em alterar o caminho de nosso destino. Este poder que me refiro aqui nestas poucas linhas, é o poder da decisão. Cada decisão que tomamos é uma sentença que estamos impondo a nós mesmos. Cada escolha que fazemos carregamos as renúncias que esta escolha demanda. Devemos usar ao máximo a nossa sapiência ao tomar uma decisão, pois ela será o resultado de toda uma vida.  A estrada que nos conduzirá ao nosso destino.

sábado, 12 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 12

   Depois de ter me entregado a alguém por interesse e após ter chorado tudo que podia naquele dia, meu coração petrificou. E a partir daquele momento sabia que não seria apenas uma vez. Pois o proprietário do imóvel voltaria a me procurar. Como um predador sedento pela caça ele passou a me procurar várias vezes, e eu tirava proveito desta situação agora sem nenhum tipo de remorso. Como já disse meu coração era agora uma máquina programada pra "me dar bem" e eu iria chegar aonde eu queria não importa se o preço que pagasse fosse este. Pois estava decidida a pagar este preço. Este talvez seja o maior erro que o ser humano cometa achar que tudo vale a pena para levar alguma vantagem, mas eu era uma jovem tola aquela época e estava aprendendo com a escola da vida. Além de não pagar o aluguel passei a pedir algum dinheiro ao homem que usufruia de meu corpo, para mim nada mais justo, pelo menos naquela época.
   E como a ambição do ser humano é algo sem limites, a minha não era diferente. Claro que não estou generalizando querido leitor. Sei que existem pessoas com ambições saudáveis e necessárias na vida de todo ser humano. Passei a procurar outras vítimas que me bancasse, em geral eram homens de meia idade, viúvos ou separados. Curtia com eles, iamos a bares, restaurantes e depois quando eu precisava pedia a eles algum dinheiro, o que era quase sempre. Cheguei a ter dois amantes ao mesmo tempo, claro que um sem saber do outro. Mas o fato é que meu dinheiro não dava para nada. Era uma consumista tola, comprava mais roupas do que havia necessidade, calçados, jóias e por ai vai. Tinha meu trabalho, o dinheiro que recebia dos meus amantes e ainda assim não dava... Estava sempre no vermelho... Mas a maioria dos homens que saíam comigo eram casados, muitas pessoas que eram bem vistas aos olhos da sociedade e qualquer que o visse jamais poderia imaginar que ele tinha um caso. Uns diziam que o casamento ia de mal a pior mas que não tinham coragem de se separar da mulher, outros pelo puro prazer de ser o macho dominante, aqueles que além da oficial tinham as suas reservas... O que me interessava era a grana, o resto fazia com que o meu "cliente" se sentisse bem. De vez em quando arrumava alguém da minha faixa etária para paquerar sem interesse aparente, mas quando escolhia alguém jovem era sempre alguém que tinha algum poder aquisitivo. Não me considerava uma prostituta propriamente dito, pelo simples fato de não trabalhar em prostíbulo, e as pessoas que eu arranacava dinheiro eram pessoas que se relacionavam comigo, ou seja eu era amante...Talvez para o leitor seja a mesma coisa, mas para mim não era, embora admita que não deixava de ser um tipo de prostituição. Entretanto a minha maneira estava só tentando ser feliz. A doce e bela ilusão chamada felicidade, que muitas vezes a usamos para justificar nossos caminhos tortuosos, nossas escolhas nada convencionais...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mas Se O Pouco Foi Mágico...

Dizem que tudo que é bom dura pouco...Mas se o pouco foi mágico, durou o tempo necessário para se tornar inesquecível... Foi assim aquela tarde de amor que passamos juntos... Fecho os olhos e vejo nossos corpos se tocando, as nossas conversas, o nosso sorriso sobre as banalidades do cotidiano. Naquele momento não nos interessava o que estava acontecendo "no mundo", só nos interessava nós dois, vivendo em nosso mundo particular. E como a vida se torna especial quando vivemos momentos que se tornam inesquecíveis em nossa existência. São os pequenos momentos porém intensos que fazem toda uma existência valer a pena... Nesta madrugada insone lembrei de você com ternura, abri a janela do tempo e viajei até aquela tarde ensolarada de outono. Entretanto nem o sol importava, afinal nossos corações se aqueciam como o astro rei. Ah pequena nós sabemos que o nosso momento foi intenso demais para não ser guardado com carinho no coração. Nossos caminhos se cruzaram da forma mais inesperada possível, e nos amamos da maneira mais sincera que poderia existir. Preservo em meu coração a essência de um único momento, e a certeza de que nossos caminhos se cruzaram para que eu pudesse ter conhecido o amor...

A Vida É Justa?

A vida nem sempre é justa, ou a vida não é justa. já ouvi diversas vezes este comentário. E confesso que quando começo a pensar em um monte de coisas que acontecem diariamente, chego a conclusão de que, quem disse isto não estava totalmente errado. Por que será que a vida não é justa? Paro, penso e repenso sobre esta questão... E chego a conclusão que não se trata de uma questão simples assim de responder querido leitor. O fato de existir as classes sociais, as diferenças entre ricos e pobres não creio que seja um fator preponderante nesta questão. Afinal desde que o mundo existe sempre houve ricos e pobres, dominadores e dominados, a história não nega que muitas conquistas foram realizadas pela força. Ainda hoje não podemos negar que a força ainda é utilizada, embora esta "força" não vem mais do poder das armas, do poder dos exércitos e sim do poder econômico. Então onde será que reside a injustiça da vida? Será que o dinheiro está relacionado com esta questão? Sinceramente creio que não. Ele por si só não pode ser considerado o vilão da história. Mas existe algo que talvez possa explicar o mundo em que vivemos. Creio que sentimento possa explicar a falta de valores que a cada dia vem crescendo em nossa sociedade. A falta de compaixão pelo próximo. A ganância querido leitor, a ambição sem limites pelo poder, tem gerado o caos em que vivemos. Empresas que matam consumidores ao redor do mundo vendendo produtos nocivos a saúde em busca de lucros cada vez maiores. O diamante em uma joalheria fina na França retirado de minas africanas com o salário de sangue daqueles que retiraram. E por aí vai a impunidade impera, as leis não funcionam, as desigualdades sociais só aumentam, pois cada um tem a sua ganância, a sua ambição e cada um quer levar o seu quinhão.

sábado, 5 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 11

O prazo determinado pelo dono do imóvel acabara. Quando a campainha soou meu coração estremeçeu, precisava ir até o fim e não fraquejaria. Abri a porta e assim que ele entrou foi direto ao ponto:
- Conseguiu arrumar o dinheiro? - Dinheiro... Sempre ele. Este papelzinho colorido que tem grande valor... O mundo gira em torno do... Dinheiro. As pessoas só pensam em... Dinheiro.... O sistema capitalista demanda... Dinheiro. Olhei para ele com tristeza antes de dizer:
- Não. Infelizmente não consegui arranjar o dinheiro. Veja o que o senhor pode fazer por mim. Sempre há um meio de se chegar a um acordo. - Ele olhou para mim e sorriu maliciosamente, dei a senha que ele precisava para seguir adiante com seu intento.
- Bom você sabe que existe uma maneira de você me pagar não é docinho? - Ele passara a sua língua asquerosa nos lábios e me olhou de uma maneira que não precisava falar mais nada. Aliás ele já tinha me feito aquela proposta indecente antes. Entretanto eu recusara, ainda me restava um pouco de dignidade. Agora estava com raiva do amor, do mundo e precisava garantir a minha sobrevivência. A minha dignidade mandei para o espaço a partir daquele momento me tornei uma sobrevivente na "selva de pedras", e lutaria com as armas que tenho. Ou a arma que toda mulher sabe usar muito bem quando lhe convém. Deixei o vestido cair e fiquei apenas de roupa íntima em frente aqueles olhos que me devoravam. Quando ele tocou a minha pele senti um asco, em seguida fechei os olhos. Ele me tocava feito "um animal no cio", apenas me deixei levar e tentei fingir que não estava detestando ser tocada por aquele abutre. Esta confesso que foi a pior parte, e acredito que não fui tão boa atriz aquele dia. Entretanto ele pouco se importava, só estava preocupado em satisfazer o seu desejo, eu era apenas o objeto, o brinquedinho de sua diversão. Logo depois ele voltaria para os braços de sua esposa, com a satisfação de "ter possuído" uma mulher mais jovem. Quando ele terminou me senti aliviada pelo menos aquela tortura acabara, mas meu sangue ferveu quando ele disse:
" Você é muito gostosa putinha safada, quero mais vezes". Quis dizer-lhe poucas e boas, mas infelizmente ele não estava totalmente errado, ou não estava errado era o que tinha me transformado, foi duro ter que admitir isso.
Quando ele se foi eu fui ao banheiro, me enfiei embaixo da ducha, durante o banho eu me ensaboava e esfregava a minha pele com a bucha com tanta força, que cheguei a feri-la, como se isto "limpasse a mancha que tava em minha pele". Como se isto amenizasse o fato de estar me sentindo imunda. As lágrimas queimavam em minha face, eu chorava, tremia e me esfregava... Sentei no chão do banheiro e fiquei um bom tempo contemplando a água que caia do chuveiro, e para mim aquela água se tornava suja ao tocar o meu corpo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 5

Comecei a frequentar a igreja e aos 14 anos me converti ao evangelho, me tornando membro de uma igreja. Foi um período muito especial em minha vida. Como todo novo convertido no início é uma paixão pelas coisas relacionadas ao evangelho. Lia bastante a bíblia e frequentava sempre a igreja, mudei a minha maneira de vestir e era bem visto aos olhos da sociedade. Apesar de que sempre há críticas, o cristão independente de igreja é bem visto pela sociedade. Não demorou muito tempo vivi outra experiência muito especial na vida de qualquer cristão, o bastimo. Fui batizado nas águas assim como João Batista batizou Cristo. A partir daquele momento pela simbologia do batismo eu morria para o mundo e renasceria para Cristo. E verdadeiramente eu vivia uma nova vida. Mas ser um cristão não é uma tarefa fácil, temos que travar uma luta diária, a renúncia é constante, principalmente quando se é adolescente e o hormônios estão à flor da pele. A vida de um jovem adolescente na igreja se resume, além de todas as atividades que fazemos, como assitir aos cultos participar de atividades relacionadas a igreja, a namorar uma moça e casar cedo, já que pelas leis cristãs sexo antes do casamento nem pensar. Conviver com os amigos meus de escola que não eram cristãos, já namoravam, transavam, iam para festas, desfrutavam de prazeres que até então eram desconhecidos para mim. Me fez ter uma outra visão da vida, por mais que eu gostasse de fazer parte da igreja, confesso que tudo já tinha se tornado rotina, e a dúvida plantou em meu coração, se eu realmente não estava perdendo a minha juventude ao não "fazer parte do mundo". E foi assim que saí da igreja com 18 anos. E passei a usufruir de "prazeres mundanos" que até então eram desconhecidos para mim. Passei a frequentar festas, a  consumir bebida alcoólica, a namorar fortuitamente e de forma liberal, ou seja incluindo sexo. Infelizmente para meu infortúnio não parei só por aí... A minha curiosidade em querer experimentar as novidades que "o mundo" me apresentava, fez com que experimentasse drogas pela primeira vez. A maconha fora a primeira droga que experimentei em minha vida. Um simples baseado que fumei foi o começo de tudo que aconteceu em minha vida. Claro sem falar no vício do cigarro que sempre que ia às festas tinha um maço no bolso.

Arma Poderosa

Existe uma arma que ela pode ser tão letal quanto as demais. Pode abrir uma ferida e deixar uma cicatriz profunda pior do que a lâmina de uma espada. Tenho visto e vivido muitas situações de conflito onde esta arma é a mola propulsora, é o estopim de muitas tragédias. Mas ela também pode ser tão doce quanto mel, tão suave quanto uma linda manhã querido leitor. Estou falando da palavra, ou das palavras. Devemos ter o cuidado de usar esta arma tão poderosa. Ter na consciência de que não é apenas um conjunto de sons, um código entre as relações humanas, o estabelecimento da comunicação. Embora a comunicação por sí só torna a palavra especial no universo humano. Tratar com respeito a palavra é saber usá-la com sabedoria, o que nem sempre é uma tarefa fácil. A vida e a morte se cruzam através das palavras, dizem que o que os olhos não veêm o coração não sente. Mas o que a língua fala o corpo padece. Tudo pode ser jogado água abaixo quando as palavras não são usadas sabiamente. Entre erros e acertos inerente ao ser humano, aquele que sabe usar a temperança domina o seu universo.