sábado, 12 de novembro de 2011

O Diário De Katarina : Histórias Secretas De Uma Mulher Intensa. Parte 12

   Depois de ter me entregado a alguém por interesse e após ter chorado tudo que podia naquele dia, meu coração petrificou. E a partir daquele momento sabia que não seria apenas uma vez. Pois o proprietário do imóvel voltaria a me procurar. Como um predador sedento pela caça ele passou a me procurar várias vezes, e eu tirava proveito desta situação agora sem nenhum tipo de remorso. Como já disse meu coração era agora uma máquina programada pra "me dar bem" e eu iria chegar aonde eu queria não importa se o preço que pagasse fosse este. Pois estava decidida a pagar este preço. Este talvez seja o maior erro que o ser humano cometa achar que tudo vale a pena para levar alguma vantagem, mas eu era uma jovem tola aquela época e estava aprendendo com a escola da vida. Além de não pagar o aluguel passei a pedir algum dinheiro ao homem que usufruia de meu corpo, para mim nada mais justo, pelo menos naquela época.
   E como a ambição do ser humano é algo sem limites, a minha não era diferente. Claro que não estou generalizando querido leitor. Sei que existem pessoas com ambições saudáveis e necessárias na vida de todo ser humano. Passei a procurar outras vítimas que me bancasse, em geral eram homens de meia idade, viúvos ou separados. Curtia com eles, iamos a bares, restaurantes e depois quando eu precisava pedia a eles algum dinheiro, o que era quase sempre. Cheguei a ter dois amantes ao mesmo tempo, claro que um sem saber do outro. Mas o fato é que meu dinheiro não dava para nada. Era uma consumista tola, comprava mais roupas do que havia necessidade, calçados, jóias e por ai vai. Tinha meu trabalho, o dinheiro que recebia dos meus amantes e ainda assim não dava... Estava sempre no vermelho... Mas a maioria dos homens que saíam comigo eram casados, muitas pessoas que eram bem vistas aos olhos da sociedade e qualquer que o visse jamais poderia imaginar que ele tinha um caso. Uns diziam que o casamento ia de mal a pior mas que não tinham coragem de se separar da mulher, outros pelo puro prazer de ser o macho dominante, aqueles que além da oficial tinham as suas reservas... O que me interessava era a grana, o resto fazia com que o meu "cliente" se sentisse bem. De vez em quando arrumava alguém da minha faixa etária para paquerar sem interesse aparente, mas quando escolhia alguém jovem era sempre alguém que tinha algum poder aquisitivo. Não me considerava uma prostituta propriamente dito, pelo simples fato de não trabalhar em prostíbulo, e as pessoas que eu arranacava dinheiro eram pessoas que se relacionavam comigo, ou seja eu era amante...Talvez para o leitor seja a mesma coisa, mas para mim não era, embora admita que não deixava de ser um tipo de prostituição. Entretanto a minha maneira estava só tentando ser feliz. A doce e bela ilusão chamada felicidade, que muitas vezes a usamos para justificar nossos caminhos tortuosos, nossas escolhas nada convencionais...

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