Cheguei e não demorei muito a arrumar algo para fazer. Fui ser faxineira de uma escola. Quando não se escolhe trabalho não falta. Confesso que o trabalho era árduo, chegava em casa muito cansada, entretanto deitava a minha cabeça no travesseiro e sentia algo que há muito tinha me esquecido... Sentia paz, uma imensa paz que chegava a estranhar... Ás vezes tinha a sensação de que esta paz logo acabaria, tal já estava acostumada as turbulências, as reviravoltas de minha vida... Durante todo este tempo que estive longe de minha cidade, sempre mantive contato com os meus pais, e sempre que podia ia visita-los, mas já fazia mais de três anos que não os visitava. E últimamente pensava muito neles, na cumplicidade que tinham um com o outro. Meu pai como já disse antes era muito machista. Ele sempre dizia que a mulher não poderia trabalhar fora, tinha que se contentar e sobreviver com o salário do marido... Às vezes dormia tarde com as lembranças pulsando em minha memória, era como se ouvisse sua voz grave bem ali ao meu lado. " A mulher quando arruma um trabalho quer ser o homem da casa, não arrespeita mais o marido". " O homem é o cabeça da casa". E minha mãe sempre submissa, criada para ser uma boa dona de casa, uma boa mãe e para servir o marido. Às vezes me perguntava se eles eram felizes, e quase sempre chegava a conclusão que sim. Cada um a sua maneira eles eram. Meu pai quando moço sempre fora mulherengo, e traiu muito minha mãe, ela fingia que não sabia de nada. E assim seu casamento ultrapassou os vinte e cinco anos. Aquele amor era pra vida toda. Será que eles não tinham razão? Cada um a seu modo eram cumplices... Mas eu não conseguiria ser a mulher que minha mãe foi durante toda sua vida. Da última vez que a vi ela me disse que tinha muito orgulho de mim, que eu consegui sobreviver na "cidade grande", coisa que ela não conseguiria. Que eu ao contrário dela era uma mulher forte. Pobre mamãe, mal sabe ela o que fiz... Acho que ela morreria de desgosto. Ela sim é que é uma mulher forte. Sou apenas uma sobrevivente. Nas próximas férias irei visita-los. E dizer o quanto os amo, o quanto são importantes pra mim. Não vou esperar as próximas férias para dizer o quanto eles são importantes pra mim. Olhei o relógio aquela noite, eram 1:00 da manhã. Peguei o celular e disquei para o celular que dera de presente a minha mãe, e do trabalho que tive para ensinar ela a usar, ao lembrar disto sorri.
- Alô. - Sua voz estava sonolenta.
- Mãe?
- Oi filha tudo bem. Aconteceu alguma coisa?
- Não tá tudo bem... Mãe quero te dizer uma coisa...
- Pode falar filha.
- Mãe eu te amo muito viu.... Te muito, muito, muito...- Fez - se silêncio do outro lado da linha, antes dela dizer com a voz embargada e soluçando...
- Também te amo muito meu amor... Mas você está bem mesmo?
- Sim, acorda o pai ai mãe também quero falar com ele....
- Pai?!
- O que foi menina? - Sua voz era preocupada.
- Te amo muito viu. O senhor e a mamãe são tudo pra mim. - Ele bem que tentou mas chorou feito uma criança e mal conseguia falar comigo.
- Também gosto muito de você filha. - Essa era a sua maneira de dizer "eu te amo". Apesar de ter saído daquele pequeno lugar onde deixei a minha inocência era para lá que eu voltava sempre quando queria me sentir viva. Pois carregava entranhado em meu coração as lembranças saudáveis de minha vida. Quanto a Roman nunca mais o vi, e tampouco o procurei. Não tenho mais certeza de que o amor realmente exista, mas no fundo ainda tenha a esperança de encontrar alguém que pelo menos goste de mim, e queira dividir sua vida comigo, não diria para sempre, que o pra sempre, sempre acaba...Mas pelo menos que seja eterno enquanto dure, ou até que acabe o tesão.
- Alô. - Sua voz estava sonolenta.
- Mãe?
- Oi filha tudo bem. Aconteceu alguma coisa?
- Não tá tudo bem... Mãe quero te dizer uma coisa...
- Pode falar filha.
- Mãe eu te amo muito viu.... Te muito, muito, muito...- Fez - se silêncio do outro lado da linha, antes dela dizer com a voz embargada e soluçando...
- Também te amo muito meu amor... Mas você está bem mesmo?
- Sim, acorda o pai ai mãe também quero falar com ele....
- Pai?!
- O que foi menina? - Sua voz era preocupada.
- Te amo muito viu. O senhor e a mamãe são tudo pra mim. - Ele bem que tentou mas chorou feito uma criança e mal conseguia falar comigo.
- Também gosto muito de você filha. - Essa era a sua maneira de dizer "eu te amo". Apesar de ter saído daquele pequeno lugar onde deixei a minha inocência era para lá que eu voltava sempre quando queria me sentir viva. Pois carregava entranhado em meu coração as lembranças saudáveis de minha vida. Quanto a Roman nunca mais o vi, e tampouco o procurei. Não tenho mais certeza de que o amor realmente exista, mas no fundo ainda tenha a esperança de encontrar alguém que pelo menos goste de mim, e queira dividir sua vida comigo, não diria para sempre, que o pra sempre, sempre acaba...Mas pelo menos que seja eterno enquanto dure, ou até que acabe o tesão.
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