domingo, 19 de fevereiro de 2012

Entender E Aceitar As Mudanças...

   Com o tempo as mudanças ocorrem em nós desde que haja uma permissão de nossa parte. Com o tempo as mudanças acontecem naturalmente. Olho para as linhas do meu rosto e vejo que já não sou mais o mesmo homem, e o quanto de mim ficou perdido nas linhas do tempo, e vivo em meu coração. Relembro os meus passos, medito nesta caminhada, que serviu para moldar o homem que me tornei. Vejo quantas mudanças ocorrem dentro do meu ser, e sei que muitas irão ocorrer. Não quero ser um homem que não se transformou ao longo dos anos. E tampouco mudar sem acreditar que a mudança é necessária ao meu crescimento. Não quero morrer com velhos conceitos enraizados em meu coração, que impedem o meu amadurecimento. Quero aproveitar cada dia do sopro vida, entender os sinais que ela me mostra através do criador. E ter aprendido ao longo do caminho a saber lidar quando as provações chegar. Ter sabedoria para entender que as adversidades servem para nos mostrar algo que precisamos consertar sem que haja necessidade de uma revisão geral.
   Ah! Senhor dos céus e da terra! Não quero ser um "velho criança", mas um "jovem senhor", que tenha discernimento para entender os teus desígnios que são para me revelar algo. Se o senhor assim achar que sou merecedor de entender os teus desígnios que são misteriosos, mas podem ser reveladores com a sua permissão ó pai.
   Acredito na possibilidade de refazer os meus passos em outros planos. Quero sentir as transformações necessárias da centelha desta existência, e assim não desviar do caminho que conduz ao elixir da vida.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Admirador Secreto. Cap 6

Olhou para o relógio eram 14:45 H, decidiu que só iria ligar novamente à noite. Ficou contando as horas, tentou distrair a sua ansiedade, imaginando estar com ela naquele momento difícil, tentando dar um pouco mais de conforto ao seu espírito. Ele gostaria de estar desempenhando este papel, entretanto não era possível naquele momento. Só era possível nos seus sonhos, nas suas fantasias. Fantasias que lhe davam uma enorme paz de espírito, que libertava todo o amor que existia em seu peito. Sentia-se transbordando de amor.
   "Ah o amor um sentimento tão forte, como posso defini-lo. Não sei, não há uma definição correta, ortodoxa. O amor é um sentimento que sei quando está em meu coração, mas não sei como explicar. Acredito que o amor se encaixa com a realidade de cada ser humano, cada um tem uma forma de amar, de expressar esse sentimento que é capaz de mudar nossas vidas".
   Mergulhado em seus pensamentos Eros foi em direção à um orelhão que não estivesse ninguém por perto. Já havia anoitecido, não queria ligar de sua casa. Queria estar sozinho. Caía uma leve chuva acompanhada de vento. Algumas pessoas passavam preocupadas em se esconder em um lugar seguro para se proteger da chuva, outras passavam rapidamente com capas, guarda-chuvas com pressa de chegar ao seu destino. Eros os observava com o pensamento tão longe que mal pode perceber a buzina do carro que quase o atropelara.
   O motorista resmungou e agitou os braços e Eros continuava seu caminho até chegar em um orelhão que estava desocupado e não havia nenhuma pessoa por perto. Discou o número do telefone, a mãe da Beatriz atendeu e Eros foi logo perguntando:
- A Beatriz está?
- Um momento, vou chama-la. Beatriz telefone, é voz de homem.
- Alô.
- Oi Beatriz. Sou eu o Carlos.
- Oi Carlos tudo bem?
- Tudo bem. Soube do que aconteceu, e quero te dizer que estou torcendo pela recuperação do seu filho.
- Obrigada, você sempre me surpreende, mas tudo vai acabar bem.
- Com certeza tudo vai acabar bem se Deus quiser.
- Carlos você me disse que não é o momento de me revelar quem você é. Você é muito inseguro, pelo tempo que trocamos telefone você não acha que está na hora. Vai demorar muito pra que eu te conheça?
- Só te peço um pouco mais de paciência, de tempo ao tempo que vai acontecer no momento certo. está sendo difícil pra mim, nunca amei ninguém com tanta intensidade. Preciso saber o que fazer com tanto amor que invade o meu peito e ao mesmo tempo é novidade pra mim.
- Carlos me desculpe, imagino como deve está sendo difícil pra você, e é por isso que eu te apreço. Para acabar logo com essa angústia, essa dúvida que te consome.
- Obrigado beatriz eu sei que as suas intenções são as melhores, mas vamos esperar o teu filho se recuperar, aliás nosso filho. Será que um dia vou poder chama-lo de nosso?
- Acho que sim. - Ela respondeu com ternura em sua voz.
- Assim que o garotinho se recuperar e você voltar a trabalhar eu marco uma data para a gente se encontrar.
- E como eu vou saber quem é você se eu não te conheço?
- Não se preocupe, eu chegarei até você e direi que sou o seu admirador secreto. Conversar com você, ouvir a sua voz foi mais um motivo de alegria para mim, um beijo pra você e da próxima vez espero já poder falar com você pessoalmente, até a próxima.
- Outro beijo, tudo de bom pra você e toda sua família.
   Eros desligou o telefone. Olhou a sua volta a chuva havia passado e a rua estava quase deserta. No caminho de volta para casa voltou a mergulhar no "mundo dos pensamentos".
" Agora estou com grande esperança que vou conseguir conquista-la. Ela disse que talvez posso chamar o seu filho de nosso, com uma ternura tão profunda em sua voz que me deixou animado. Ah! Que mulher encantadora, sabe dizer as coisas na hora certa. Ah! Beatriz obrigado por ter cruzado o meu caminho, mesmo que a nossa história não tenha um final feliz valeu a pena ter te conhecido".
   Caminhava com a alegria estampada no rosto, com a sensação de ver tudo diferente das demais pessoas. A sensação de ver tudo colorido, de ver cores onde antes estava o vazio na imensidão do espaço. Ao chegar em casa, sua mãe que o conhece muito bem foi logo perguntando:
- Posso saber qual é o motivo dessa alegria toda?
- Não é nada demais mãe.
- Eu te conheço muito bem meu filho.- Eros percebeu que era inútil tentar enganar sua mãe. Relatou a ela todos os fatos desde o início.
- Espero que dê tudo certo filho, estou torcendo pela sua felicidade.
- Obrigado mãe, sabia que podia contar com seu apoio. A senhora sempre esteve ao meu lado, nos momentos mais importantes da minha vida.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Par Perfeito!

Antônio que gosta da Joana, que é apaixonada pelo Mateus, que detesta Joana e morre de amores por cecília, que não vive sem o Flávio, que deseja Carmita, que quer namorar o Cláudio que sequer nota a presença de Carmita, mas não resiste ao olhar de Jade que não quer namorar mas gostaría de ter um lance com Joaquim, que só pensa em "pegar" um monte de garotas, mas não se conforma de ter levado um fora de Beatriz e por isso quer pega-la de qualquer jeito, que não para de sonhar com Lucas, que ama luiza que é completamente apaixonada por Antônio mesmo sabendo que ele não tem olhos para outra garota que não seja Joana, que sabe das intenções de Antônio mas sonha com Mateus, que não consegue entender porque Cecília venera tanto Flávio, que está com ela por conveniência, mas Carmita é o seu sonho de consumo, uma romântica incurável que vê em Cláudio o seu príncipe encantado, que a despreza e não consegue parar de pensar em Jade acreditando que vai se casar com ela, que não quer namorar ninguém mas quer tirar a prova, afinal a fama de Joaquim é grande, e justamente para preservar a sua fama que Joaquim corre atrás de Beatriz que vê na sensibilidade do jovem Lucas o homem ideal, diferente de todos os trogloditas que passaram por sua vida, que sente um amor platônico por Luiza que despertou um sentimento em Pedro, que já se esqueceu de Rafaela, que passou a se interessar por Pedro depois que este perdeu o interesse por ela deixando de lado Amadeo que foi buscar refúgio nos braços de Sofia que foi deixada no altar por Fábio, que se separou de Márcia, que foi embora com Elias, que tinha um caso com Geovanna, que não se incomodava em dividir Elias, porque também não abria mão de José que tudo sabia e não se importava porque era a Bete que ele amava, que não escondia tudo que sofreu e mesmo assim amava Eliseo que nunca esqueceu Augustina que desencantada não queria saber de ninguém, mas não demorou muito tempo caiu nas garras do Neném Prancha alcunha que ganhou devido ao tamanho do pé, que também era pretendente da pobre Salomé, que seus pais queriam que casasse com Alfredo o dono da mercearia, que era a paixão da sua caixa a doce e bela Luzia.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Admirador Secreto. Cap 5

   No dia seguinte ligou para Beatriz novamente. Sentia uma necessidade quase orgânica de falar com ela todos os dias. O telefone tocou uma, duas, na terceira vez atenderam e Eros reconheceu a voz suave da mulher que atendeu:
- Hotel Roial Valle boa tarde.
- Boa tarde Beatriz.
- Quem está falando?
- Sou eu, o Carlos. - Beatriz deu um longo sorriso.
- Carlos ontem quando você me ligou esqueci de perguntar qual a sua idade?
- Tenho 20 anos.
- Você tem 20 anos com essa cabeça. Parece mais maduro, embora inseguro.
- Eu também não sei a sua idade, mas vou tentar advinhar. Você tem no máximo 22 anos.
- A mesma idade que você.
- É mesmo que legal! Pelo menos temos um ponto em comum. O seu filho deve ter... Deve ter... uns dois aninhos.
- Não, 1 ano e 3 meses.
- Nossa. Não estou acertando uma. Não é verdade?
- Tudo bem é difícil acertar de primeira. Você já viu meu filho?
- Não, mas deve ser lindo sendo seu filho.
- Realmente ele é lindo, mas não parece comigo.
- Modéstia sua, ele deve ser tão lindo quanto você. Estou com muita vontade de conversar com você pessoalmente. Conversar com essa mulher maravilhosa que me encanta tanto.
- Você fica me dizendo essas coisas fico até vermelha. Eu nem sei o que dizer quando a gente se encontrar.
- Estou me preparando para este momento. Espero que quando este momento chegar, tudo possa correr como o esperado.
- Carlos se tiver que rolar, vai rolar eu já te disse isso. Senão fica uma bela amizade você não acha?
- Espero que o amor prevaleça, porque quando se ama uma pessoa, não se pensa em amizade, mas serve de consolo. Eu te amo e nos meus sonhos a vejo me amando com muita intensidade. Fico torcendo para que na realidade aconteça como nos meus sonhos.
- Quem sabe. Preciso conhecê-lo primeiro não é mesmo?
- Concordo plenamente, só peço a você um pouco mais de paciência até que eu tenha coragem suficiente.
- Você não se acha um cara atraente?
- Não sei... Fica difícil se auto avaliar. Eu me acho simpático, bonito e tenho um bom papo.
- Realmente um bom papo você tem. A primeira vez que você ligou, você disse que essa não era sua voz. Fale com a sua voz normal para que eu possa ouvir por favor. - Pensou um instante e decidiu atender o pedido de beatriz:
- Tudo bem, esta é a minha voz normal.
- Já ouvi esta voz, só não estou lembrada aonde... De repente como um relâmpago ela falou:
- Já sei, foi no ponto de ônibus. - Eros ficou trêmulo, empalideceu. Precisava ser rápido e convincente, ela estava quase descobrindo a verdade.
- Não, não foi no ponto de ônibus eu raramente vou neste bairro onde você trabalha, ja te falei onde moro.
- Onde você me viu pela primeira vez? Indagou Beatriz tentando descobrir alguma pista que a levasse a descobrir o seu admirador secreto.
- Na praça, estava passando de carro e você estava lá.
   Cada pergunta que ela fazia exigia que ele tivesse muita atenção nas respostas, para não deixar nenhuma pista que viesse a revelar a sua identidade.
- Outra vez que te vi, estava no ônibus e você estava conversando com um amigo seu.
- AH! Sim me lembro. Então você estava no ônibus aquele dia. Mas não dá pra saber quem é você, e o ônibus estava lotado aquele dia.
- Calma é só ter paciência. Você vai me conhecer, tudo tem o seu tempo.
- Tchau, até a próxima, um beijo pra você.
- Outro. Quando você vai me ligar novamente?
- Não sei, não quero te atrapalhar no seu trabalho.
- Imagine você não me incomoda. Ao contrário você me faz sentir uma pessoa amada, mesmo sem te conhecer.
   Essa frase fez muito bem para o seu ego. Eros se sentiu flutuando no espaço infinito, sentindo toda a energia do firmamento. Sentiu-se como a estrela formada por dois triângulos que segundo a tradição dos yantras tântricos corresponde a união dos princípios masculino e feminino, a dualidade do físico/espiritual e o retorno a unidade do cosmos.
   Passaram-se alguns dias sem entrar em contato com Beatriz. Eros aproveitou esses dias para refletir sobre tudo aquilo que estava vivendo. Perguntando a sí mesmo se já não era o momento de se apresentar para Beatriz e acabar de vez com tudo aquilo. Ou ainda era cedo demais e não estava preparado. Sempre que pensava em desistir era o medo da derrota que insistia em assombra-lo, mas logo conseguia afasta-lo.
"Acho que devo enviar-lhe um lindo bouquet de rosas vermelhas, mulheres adoram flores. Vou já ligar pra ela". - Pegou o telefone e ligou para o hotel:
- Hotel Roial Valle boa tarde.
- Gabriela, aqui é o Carlos. A beatriz está?
- Olha Carlos essa semana ela não vem trabalhar. O filho dela está doente, ela está cuidando dele.
- Ok Gabriela, muito obrigado, tenha um bom dia.
- Obrigada, igualmente. Você realmente é um rapaz cheio de amor.
" Esqueça as flores Eros. A tristeza toma conta de mim, também a sinto mesmo que não seja diretamente comigo. Mas é como se fosse, porque o sentimento me transforma. Preciso ligar para ela, mandar todo o meu apoio. Em um momento como esse toda mensagem de apoio, toda manifestação de carinho é sempre bem vinda e fortalece as pessoas para enfrentar as dificuldades. Mas não sei o número do seu telefone".
Pegou o telefone e ligou para o hotel. Assim que Gabriela atendeu foi dizendo:
- Gabriela preciso de um favor seu.
- É só falar Carlos.
- Você tem o telefone da Beatriz? Preciso falar com ela.
- Tenho sim, anote aí que vou dizer. - Gabriela passou o número do telefone a Eros que agradeceu, desligou e logo em seguida ligou para a casa de Beatriz, assim que tocou atenderam:
- Alô.
- Alô a Beatriz está?
- Ela não está. Foi levar meu neto ao médico e não sei que horas ela volta. Você quer deixar algum recado?
- Não obrigado, eu ligo pra ela mais tarde.
- Qual o seu nome? - Perguntou a mãe de Beatriz mas Eros já tinha desligado o telefone.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Admirador Secreto. Cap. 4

Eros estava radiante de felicidade. Já havia dado o pontapé inicial, estava prestes a conversar com ela. Ligou no horário que Gabriela disse e ela ainda não tinha chegado. Isto só aumentava mais a ansiedade dele. Pensou no que dizer a ela para chamar a sua atenção. Achou melhor começar pelo que tinha descoberto de sua vida através de D. Candelária. Porque a maioria das pessoas não dariam atenção há um desconhecido por telefone, senão por um motivo forte.
   Uma hora após ligou novamente e reconheceu a voz de Gabriela atendendo ao telefone:
- Gabriela a Beatriz chegou?
- Quem gostaria de falar com ela?
- É o Carlos seu admirador secreto.
- Um momento Carlos, Beatriz é pra você.
- Quem é?
- É o seu admirador secreto.
- Alô?
- Alô é a Beatriz que está falando?
- Sim. Quem é você?
- Eu sou o Carlos o seu admirador secreto.
- Mas eu não conheço nenhum Carlos.- Ao Falar com Beatriz, Eros teve que mudar a sua voz, temendo ser descoberto antes da hora. Sempre se viam no ponto de ônibus e vez ou outra aparecia um colega de Eros e conversavam.
- Realmente você não me conhece. Mas eu conheço você. Eu a vi algumas vezes.
- Onde você me viu?
- Não posso falar, lembre-se: Sou seu admirador secreto
- Seu nome e sua voz são esses mesmos?
- Tive que mudar os dois para você não descobrir. Porque sou muito tímido. Desde a primeira vez em que te vi senti meu coração bater mais forte. Nunca tinha desejado tanto uma mulher como te desejei naquele momento. Você despertou em mim sentimentos que há muito tempo pensei que estavam mortos, mas que renasceu e me domina.
- Carlos nem sei o que te dizer, é a primeira vez que isto acontece comigo.
- você é a mulher que ando procurando há muito tempo. É uma mulher difícil de se encontrar.
- O que você sabe sobre mim?
- Quase tudo.
- Tudo o que?
- Sei que você tem um filho. Já foi casada com um policial, mora há uns doze anos no centro da cidade.
- Nossa você sabe bastante coisa a meu respeito. Você é da polícia?
- Não. Não sou da polícia.
- Você andou me seguindo?
- Também não. Apenas fiz algumas investigações por conta própria.
- Onde você mora?
Ele estava decidido a continuar sendo admirador secreto até que tivesse coragem suficiente para se apresentar a ela.
- Moro por estas bandas, posso morar em qualquer lugar.
- Pode falar eu não conheço ninguém aqui por estas bandas. Esta é a primeira vez que trabalho pra cá.
Eros pensou um pouquinho e mentiu dizendo que morava no bairro vizinho sete quilômetros.
- E o que você faz?
- Trabalho em hotel também.
- Qual hotel? - Esboçou um leve sorriso antes de dizer:
- Se eu falar você vai descobrir.
- Como você é?
- Sou moreno e tenho 1,80m é tudo que eu posso dizer. Você é uma mulher maravilhosa, te admiro muito. Espero que o nosso encontro seja o início de uma linda história de amor.
- Carlos se tiver que acontecer alguma coisa entre a gente vai acontecer. Senão fica uma amizade, ou você não quer a minha amizade?
- Não é essa minha intenção. Mas novas amizades é sempre bem vinda mesmo que seja o amor da minha vida.
- Você está aqui?
- Estou sim. Tenho uns parentes que moram aqui, estou na casa deles. Cheguei ontem aqui para te conhecer e falar tudo que eu sinto, mas não tive coragem.
- Carlos vem aqui no hotel. Estou sozinha na recepção. A Gabriela já foi embora.
- Não, deixa eu me preparar, ainda não estou preparado para este momento. Vem até aqui no hotel e traz um lanche pra mim, quando você chegar aqui eu te pago.
- Imagine você acha que eu vou cobrar um lanche de você. De forma alguma só não vou até aí.
- O quê!? Você vai me deixar com fome!
- Talvez eu vá até aí.
- Carlos por favor vem. Estou louca para conhecer você. Estou sozinha, já que você é tímido isso facilita pra você.
- Vou desligar Beatriz, vou deixar você trabalhar. Foi um prazer conversar com você. Ouvir a sua voz que é música para meus ouvidos, beijo tchau.
- Outro, tchau Carlos. Estou com muita curiosidade de te conhecer. - Ao desligar o telefone, sentiu uma sensação prazerosa porque conversar com Beatriz, fez muito bem para o seu ego. Sabia no fundo do seu " eu interior " que tivera coragem de ligar e falar com ela, mesmo que não tinha se identificado. Mas isto pouco importava para ele, o importante era a euforia que estava sentindo. Muitas vezes sonhava com Beatriz. Eram sonhos felizes onde a cena de beijos e abraços eram tão apaixonados, declarações de amor. Outras vezes parecia estar entrando em transe, pisando sobre as nuvens, passando pelas estrelas, sentindo toda a magia do amor a envolver seu coração. Em alguns momentos Eros se achava muito forte e que poderia lutar contra esse amor que tomava conta do seu coração.
   " Posso lutar contra este amor? Será que posso dominar os meus sentimentos? O amor o mais belo dos sentimentos, talvez por isto seja o que mais me faz sofrer. Desilusões amorosas acontecem e tenho que estar preparado para essas situações. Mas como me preparar para o sofrimento? Posso até tentar, mas o sofrimento é árduo e doloroso, por isso o ignoro e dou a ele total desprezo. Prefiro levar a vida sem pensar nele. Porque pensar na tristeza se existe alegria, pensar na dor se existe o amor, pensar na morte se existe a vida que é o bem mais precioso que tenho. O sofrimento faz parte da vida, é consequência dela, mas tento esquece-lo".


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Réquiem Para Uma Vida.

A lua brilha brilha solitária no firmamento escuro. A brisa beija minha face com a suavidade de uma noiva. Vejo as folhas das árvores ao meu redor dançarem harmonicamente embaladas pelo toque suave do vento. Ouço a música que o seu farfalhar produz, simplesmente me entrego ao momento, sinto-me parte da natureza, isto acalma meu coração. Uma sensação de paz me invade, movido pela magia deste momento único penso nos momentos mais felizes de minha vida, sem parar em um único nem que seja por um segundo, apenas misturo vários momentos e não tento entender nada. Apenas sinto toda a energia positiva que este momento mágico proporciona. Penso em meus sonhos com carinho, o quanto evoluí e o quanto ainda tenho que evoluir nesta existência. Olho para a lua novamente, ela continua linda e brilhante, mas já não está mais no mesmo lugar. Deslizou no céu de poucas estrelas, seguindo a sua trajetória. Não sei porque na mistura de meus pensamentos, ao olhar a lua novamente um momemto fixou-se em minha mente. Lembrei de minha infância, quando criança costumava deitar em uma esteira no quintal com meu irmão e olhar para a lua. Ele dizia que se olhasse bem para a lua quando ela estava brilhante como está agora veria São Jorge montado em seu cavalo. Eu encarava a lua e pouco tempo depois confirmava que estava vendo perfeitamente São Jorge montado em seu cavalo com as patas dianteiras no ar. Rio desta lembrança, e de como a vida pode ser encantadora se olharmos o mundo com os olhos de uma criança. A noite vista sobre esta ótica é a dama imponente e formosa que sua presença sempre é notada. É a saudade de um tempo e a vontade de outro. É o sonho latente em um coração, um só coração e um único desejo. Viver intensamente cada segundo de minha existência.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Admirador Secreto. Cap 3

Não sabia por onde começar, não tinha conhecimento do seu nome e muito menos onde ela trabalhava. Cada vez que a via tão perto de sí, mas tão longe do seu coração, quão grande era a sua dor e o seu sofrimento. Respirar o mesmo ar que ela, senti-la tão perto e não poder toca-la, não poder dar a ela todo o seu amor.
   Ao vê-la sentia uma imensa vontade de conversar com ela, de puxar algum assunto. Mas a língua travava e não saía nada, as pernas começavam a tremer e sentia arrepiar todos os fios de cabelo do seu corpo. Eros a encarava, contemplava a sua beleza a distância. Sempre atento ao olhar dela, que quando vinha em sua direção olhava para baixo ou para os lados.
   Estava sempre pensando em uma maneira de aproximar-se daquela mulher que brotara tamanho sentimento em seu peito. Um dia estavam a esperar o ônibus. Eros como sempre iria para o seu trabalho. A sua amada vinha de um dia cansativo e retornaria para sua casa. A moça foi a primeira a entrar no ônibus, retirou a carteira da mochila e antes de abrir foi interrompida por Eros que vinha logo atrás:
- Quer um vale transporte? Tenho bastante. - Ela não ouviu e Eros perguntou novamente:
- Quer um vale transporte? Tenho bastante.
- Sim, aceito. - Respondeu meio pensativa. - Entregou dois vales transporte ao cobrador. Ela virou-se de frente para Eros e agradeceu:
- Muito obrigada.
- De nada, tudo bem. - Uma rápida conversa de agradecimentos. Ela foi sentar na frente e Eros sentou umas três poltronas atrás da moça, com o olhar fixo sobre ela.
" Deveria sentar ao lado dela, mas o fato de ter lhe dado um vale transporte não me dá essse direito. Mas até que ponto se tem direito? Até que ponto deve-se ir quando se ama alguém? ".
   Eros não conseguia pensar com razão naquele momento. Só conseguisa pensar com o coração e o coração sempre defende o amor. Ele incentiva a busca do amor porque está só, e quer sair da solidão que o queima, que o destrói e quer se ver livre desse fogo destruidor que ameaça a sua sobrevivência. Desceu para ir trabalhar imerso em seus pensamentos:
" Mas como vencer a timidez que habita em meu coração, como vencer o medo da desilusão. O meu coração está angustiado, sofre porque não tenho coragem. Sofre imaginando como reagiria, caso não conseguisse conquistar esse amor. No íntimo de minha alma ouço uma resposta: Como posso ter medo de algo que ainda não tentei. O ser humano teme a derrota porque ainda não despertou o lutador que está dentro de sí. A derrota faz parte da vida de todo ser humano e temos que aceita-la, aprender a conviver com ela. Ao aceitar a derrota nos tornamos mais fortes, bravos para enfrentar a vida. A derrota de hoje pode ser a vitória de amanhã. Assim pensam os que sabem buscar os seus ideais, mesmo que tenham que dar suas vidas, jamais desistem dos seus sonhos".
   Alguns dias se passaram, Eros precisava acabar logo com esta situação que lhe tirava o sono. Já não aguentava mais viver este impasse, ou tentava conquista-la, ou tentava esquece-la de vez. Cada vez que pensava na possibilidade de perde-la. De ouvir da sua boca que este amor não era possível, que ela não iria lhe retribuir o mesmo amor, entrava em pânico. Era tudo que ele não queria ouvir dela, mas que podia acontecer a qualquer momento. Precisava criar coragem e dizer-lhe que o seu coração estava cheio de amor e precisava dela para dividir todo o amor que dominava o seu peito.
   " Como será a melhor maneira de dizer a ela toda a verdade. Tem que ser de uma forma sutil, no momento certo e no local adequado. Um ambiente muito agradável para se conversar a dois. Espero no dia do grande encontro não demonstrar nenhuma insegurança e timidez. Ah já sei o que vou fazer para me aproximar dela. Primeiro tenho que descobrir onde ela trabalha e o seu nome para por o plano em prática que é simplesmente ser o seu admirador secreto " .
   Pegou o telefone e começou a ligar para todos os hotéis que se localizavam na avenida principal. Sua intuição lhe dizia que ela só poderia trabalhar na avenida principal, tinha quase certeza. afinal era ali que se concentrava os principais grandes hotéis.
   Cada hotel que ligava descrevia a moça, revelava o detalhe da tatuagem e o que lhe diziam era: " Não, ela não trabalha aqui ". " Não trabalha ninguém aqui com esta descrição ". já tinha telefonado para quase todos os hotéis, faltava apenas uma opção. Ligou para o último hotel que faltava e a linha estava ocupada. Após cinco minutos tentou novamente e estava ocupado, tentou mais algumas vezes e continuava ocupado.
   " Deve ser este o hotel que ela trabalha, a dificuldade que estou tendo para conseguir essa ligação me diz isso ". Enfim o telefone é atendido e uma voz feminina responde:
- Hotel Roial Valle, boa tarde.
- Boa tarde. - Respondeu com certo nervosismo, pensou que fosse a amada. - Quem está falando?
- Gabriela.
- Gabriela por acaso aí nesse hotel não trabalha uma moça que mora no centro, e tem um dragão tatuado nas costas próximo ao ombro direito?
- Como é o nome dela?
- Não sei eu a conheci esses dias, nem me lembro o seu nome. Por favor é muito importante pra mim.
- Está bem ela trabalha aqui sim. O nome dela é Beatriz.
- E ela está?
- Não ela começa hoje as 15 :00 horas. Ligue mais tarde.
- Tudo bem. Muito obrigado, você não sabe o quanto me ajudou.
- Espere um momento não desligue. Qual o seu nome para que eu possa avisar a ela?
Pensou rapidamente que não poderia dar o seu nome verdadeiro, já que o seu plano era o de ser admirador secreto, então falou:
- Meu nome é Carlos.
- Tchau Carlos.
- Tchau, até mais tarde.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Coração Nostálgico.

Hoje senti uma saudade tão grande que parecia que a tocava fisicamente. Lembrei de momentos que não fazem muito tempo, na verdade eles aconteceram como se fosse ontem, deixaram de fazer parte da minha vida. Entretanto sei que fazem parte de um passado recente, mas não deixa de ser passado. Mas a saudade quando é boa não existe limite de tempo, sempre que as lembranças veem a tona, a sensação é de que o tempo não passou, e tudo aconteceu como se fosse ontem. A lembrança da mulher que amo, ocupou todos os espaços do meu coração. O suave toque da sua pele, o seu cheiro que me deixava ébrio de amor. Pequenas demonstrações de carinho que regoziva nossas almas. Completávamos um ao outro. Sei que estás longe, mas queria me teletransportar para os seus braços novamente e poder sentir o tic tac do meu coração batendo ritmicamente ao lado do seu. Esta saudade também é dolorosa pois me faz lembrar que hoje não somos mais um casal, e a simples menção a este fato entristece meu coração. Nos amamos e mesmo assim estamos separados. Você se tornou inesquecível pra mim, e apesar de nosso amor, as circunstâncias nos separaram. A vida muitas vezes é irônica, se pensarmos que um casal que se ama está separado por causa das "circunstâncias". Seu amor trouxe a paz há uma vida de guerra, trouxe sonhos que há muito estavam adormecidos. Renasceu a fé em meu coração, mudou a minha existência. Hoje já não sou mais o mesmo homem, e você já não é mais a mesma mulher. Quando nossos caminhos se cruzaram, e quando nosssos olhos se encontraram pela primeira vez meu corpo todo se arrepiou, e meu coração se alegrou pois um coração reconhece a sua dona. E você fez em meu coração a sua morada, ele te pertence. Assim como também acredito que o seu me pertence. Embora estamos distantes sabemos que somos um do outro. Quando digo pertencer não me refiro a propriedade, a posse. Já que ninguém pertence a ninguém neste sentido. Somos livres, entretanto não há liberdade sem o compromisso. Precisamos estar conectados com algo, ou alguém para nos sentirmos livres. A nossa história não acabou, não podemos desistir porque o amor é sempre maior, e o amor tudo supera, tudo transforma.