terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Admirador Secreto. Cap 2.

Eros estava de folga aquele dia. Ao cair da noite foi até a praça na expectativa de ve-la novamente. Chegando no ponto ela não estava, havia duas pessoas : Um desconhecido e a senhora amiga de sua amada que conversara com ela outro dia e foi graças a esta conversa que o jovem Eros ficou sabendo onde morava sua pretendente. Pensou que oportunidade melhor não lhe seria concedida novamente de saber que era a mulher que o estava fazendo " perder a cabeça ", aproximou-se dela e a cumprimentou:
- Oi senhora tudo bem?
-Tudo bem e você?
-Estou bem graças a Deus. Como a senhora se chama?
- Meu nome é Candelária. E o seu?
- Meu nome é Eros.
- Nossa você tem o nome de um deus. Eros é o deus do amor na mitologia grega. Você sabia?
- Sei sim. Minha mãe gosta de nomes diferentes e é uma profunda admiradora da mitologia grega. Cadê sua amiga? Vocês costumam estar sempre juntas conversando na hora de ir embora.
- Até agora ela não apareceu, talvez ela pode ter saído mais cedo hoje ou faltado. Ou talvez seja o dia de folga dela.
- A senhora mora no cenro também?
- Não moro em outro bairro cerca de 20 minutos do centro.
- Mas a sua amiga mora não é?
- Isso mesmo ela mora lá há doze anos.
- Ela é casada?
- Pra sua felicidade não. Ela tem um filho, e é separada do marido. Ela foi casada com um policial. Vejo que você está bem interessado na moça.
- É apenas curiosidade D. Candelária.
- Sei... Este tipo de curiosidade fez meus pais se casarem.
- Imagine D. Candelária. A senhora trabalha aqui mesmo?
- Sim trabalho no hotel marisco. Sou chefe de cozinha.
- A sua amiga trabalha em hotel também?
- Sim ela trabalha na recepção. Meu ônibus está vindo tchau.
- Tchau D. Candelária, até a próxima.
Eros estava contente porque tinha obtido algumas informações sobre sua amada. Só lamentava não ter descoberto seu nome e o hotel onde trabalhava. O ônibus não dera tempo suficiente, mas ele tinha certeza de que descobriria sozinho. Passaram-se alguns dias e uma dúvida o atormentava bastante:
" Será que terei coragem de falar para ela todo o meu amor, já que sou muito tímido, ou me calo e sofro
sozinho até esquece-la totalmente. Se luto a favor ou contra este amor que a cada dia aumenta em meu peito. Mas a dor da solidão apossa-se de mim numa extrema velocidade, sem dó nem piedade. Parece me destruir aos poucos. A dor profunda da solidão que deixa cicatrizes tão marcantes me diz: Vá e lute por esse amor, lute por ele senão te destruirei aos poucos ".
   Ele olhou para dentro de sí e escutou a voz do seu coração que lhe disse: " Vá em busca do teu amor, se não tentares como vai saber se conseguirá. Será sempre um homem de lembranças vagas no futuro. Você pode mudar isso".
   Muitas vezes por não ouvir a voz do coração deixamos muitas coisas da vida passar. Momentos felizes que poderiam ter acontecido, sonhos que poderiam ter sido realizados. No amor principalmente devemos sempre ouvir o que o coração tem a nos dizer. Porque ele sabe nos guiar pelos caminhos do coração da pessoa amada. Às vezes se engana afinal, perfeição não existe. Mas ele sabe nos indicar o caminho na busca de um grande amor.
   Após ouvir a voz do seu coração decidiu ir a luta. Não importava o resultado, estava disposto a pagar o preço que fosse para conquistar esse amor.

Evitar O Sofrimento?

Quando pensamos no sofrimento futuro deixamos de viver o presente. Quando tomamos decisões para evitar o sofrimento acabamos sofrendo por antecipação. Quando tentamos blindar nossas emoções e sentimentos na tentativa de " evitar o pior " no futuro, esquecemos que somos simplesmente humanos, e que não há outro meio de se viver, senão vivendo. O que aliás é um privilégio para poucos, afinal muita gente apenas existe. Todas as vezes que tentei me proteger para não sofrer, saí perdendo, pois não vivi experiências, não sei qual seria o resultado... Apenas me pergunto como teria sido? Esta incerteza levarei para o túmulo junto com a sensação de impotência em relação há um determinado assunto que ainda me incomoda. Felizmente aprendi com o tempo que não posso simplesmente revestir o meu coração com uma proteção permanente contra infortúnios futuros. O amor que não foi correspondido, o sonho que não foi realizado, os olhos que quando se encontravam com os meus faziam-me sonhar. Todas as derrotas me causaram tristeza, dor e sofrimento. Mas se tivesse que revivê-las faria tudo novamente, pois hoje sei como terminou. Não me perguntarei, como teria sido? Elas também me serviram como exemplo de superação, é possível acreditar em dias melhores mesmo em meio a tempestade de nossos dias. Ainda carrego as cicatrizes em meu coração, mas elas também cumprem o seu papel, mostram-me que foi necessário, para que a minha passagem por esta existência não tenha sido em vão.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Admirador Secreto. Cap. 1

   Uma bela noite de janeiro o jovem Eros caminhava em direção ao ponto de ônibus da pequena praça. A praia em que morava estava muito agitada, ruas e avenidas bem movimentadas. Mês de janeiro costuma ser assim na maioria dos locais turísticos. Os transeuntes passavam para lá e para cá completamente imerso em seus pensamentos, parecendo estar desligado do mundo a sua volta.
   O céu estava repleto de estrelas. Cada uma parecia brilhar mais que a outra e dizer: " Estou aqui, olhem para o firmamento e contemplem a minha beleza. A satisfação que sentem ao me admirar reflete em mim e faz com que eu brilhe ainda mais ".
   "Como são perfeitas as obras que Deus criou, como as estrelas que vem completar a paisagem noturna, trazendo a beleza e o brilho a noite escura". Eros estava mergulhado em seus pensamentos quando chegou ao ponto de ônibus. Algumas pessoas estavam esperando, Eros deu uma rápida olhada e ficou em pé aguardando. Ao reparar novamente as pessoas uma mulher lhe chamou atenção.  Uma mulher ruiva, estatura mediana, cabelos curtos, olhos castanhos, seios pequenos e um corpo bem definido. A roupa com o decote mostrava o dragão tatuado em suas costas próximo ao ombro direito.
   O jovem Eros sentiu-se completamente atraído por aquela mulher. Sentiu uma imensa vontade de beija-la, de toma-la em seus braços ali mesmo. Há certas atitudes que só podem ser explicadas pela pouca idade que se tem. E Eros era um rapaz muito romântico, gostava de músicas que falassem de amor, de poesia, de arte. Embora possuísse todo este romantismo, não fazia sucesso com as mulheres, era dono de uma timidez imensa que sempre o atrapalhava.
   Sentia-se inseguro, tinha medo de levar "um fora". Dizia a sí mesmo que só chegaria em uma garota se tivesse certeza que a conquistaria. Ele nunca a tinha visto antes, não sabia o seu nome, seu endereço e muito menos o que ela estava fazendo ali em seu bairro. Assim que entraram no ônibus  ela sentou-se na frente e ele um pouco mais atrás. Naquele momento sua mente voava, seus pensamentos atravessavam as nuvens, desejando estar ali ao lado dela, e enche-la de beijos e carícias. Desceu no bairro vizinho ao seu cerca de 15 minutos após, iria para o trabalho. Trabalhava na recepção de um hotel a noite.
   " Que mulher! Será que vou voltar a vê-la novamente. Como vou fazer para me aproximar dela". Por mais que ele tentasse desviar seu pensamento, automaticamente vinha em sua mente a imagem do rosto, dos cabelos, lembrava dela a cada segundo que se passava. A partir daquele dia passaria a vê-la quase todos os dias no ponto de ônibus.
   Um dia sentado no ponto a esperar o ônibus tranquilamente, Eros ouviu a mulher que tanto admirava conversando com uma amiga, uma senhora. Na conversa a jovem falou que atualmente vinha sempre aquele bairro porque tinha arrumado emprego e vinha trabalhar. " - Que bom que tenho uma amiga que também está trabalhando para esses lados assim tenho companhia". Afirmava a senhora. Entre um papo e outro Eros ouviu que ela morava no centro da cidade. 

Para Sempre...

Em algum momento perdi a minha inocência, hoje sei que ela não dura para sempre. Comumente ouvimos
" para sempre ", ou algo parecido. Este é o maior anseio de nossos corações. É o sonho dourado da natureza humana, a eternidade. Casamos e temos filhos para continuarmos existindo neles. Tentamos ingerir alimentos mais saudáveis, praticar algum tipo de atividade física para buscarmos o "para sempre", e frequentemente confudimos com a longevidade. Sofremos nossas perdas como se o que perdemos fosse realmente nosso. Cada dia me convenço de que o que acredito me pertencer, não me pertence. Tudo que meus olhos veem e que julgava me pertencer, nunca me pertenceu. Afinal nada pertence a ninguém, hoje tenho plena consciência disto. Tudo que temos ou que acreditamos ter nos está sendo emprestado por um período determinado de tempo. Não somos nem ao menos inquilinos de nossas próprias posses, pois ao inquilino cabe o direito de mudanças quando lhe convém. Nem ao menos o nosso corpo nos pertence, nos está sendo emprestado por um período finito, cabe a nós zelarmos por ele. Somos seres finitos por natureza pelo menos neste plano. Porque a partir daqui entra no campo chamado fé, e cada ser tem a sua, e diga-se de passagem deve ser muito bem respeitada. Talvez devessemos enxergar a vida não como um único e definitivo "para sempre", mas uma série de acontecimentos que tiveram seus momentos " para sempre". Não quero parecer otimista ao ponto de negar as perdas ao longo da jornada, e nem pessimista ao ponto de perder a fé neste milagre chamado vida. Mas perceber de que a vida pode ser constituída de pequenos "para sempre" ao longo do caminho.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Tributo Há Um Mártir: Um Homem Simples De Coração Nobre

Pouco mais de um ano se passou, e hoje venho falar de um homem que foi símbolo de uma revolta popular. Um mártir que não deve ser esquecido. Ele viveu apenas 4 dias de 2011, mas foi um marco na história de seu país e na vida de milhões de pessoas, inclusive a minha. Seu nome é Mohammed Bouazizi, um homem simples mas de coração nobre. Ele era vendedor ambulante na Tunísia ( seu país ), vendia frutas e legumes. Um dia uma policial apreendeu sua mercadoria e o agrediu em público. Humilhado este homem tentou correr atrás dos seus direitos na administração municipal e foi ignorado. A revolta só cresceu dentro do coração deste homem. A raiva só crescia dentro do seu peito, o ódio fizera morada em seu coração. Ódio de um sistema, dos governantes de seu país. Ele estava apenas tentando ganhar o seu pão de cada dia honestamente, da maneira que as cirscunstâncias lhe obrigavam. Mas até este direito básico da existência lhe fora negado, ou melhor lhe fora arrancado. Um homem sem trabalho, é como uma árvore seca no deserto. Todos nós precisamos nos sentir úteis e assim dar um significado a nossa existência. Quando nos roubam este direito universal, roubam nossa alma. Este que é o mínimo e ao mesmo tempo o máximo que um cidadão de bem pode ter. Infelizmente ditaduras corruptas, sistemas podres roubam nossas almas diariamente, mas ainda assim não podemos perder a fé. Lamentavelmente Mohammed Bouazizi de 26 anos perdera completamente a sua fé. Aos 26 anos estava cansado de lutar e ver os seus direitos serem injustamente esmagados, afinal ele pertencia a classe dos excluídos, daqueles que não são "dignos de nenhum direito".  Sem esperanças de dias melhores ele ateou fogo ao próprio corpo. E enquanto ele se agonizava no hospital revoltas se espalharam por todo o país, e dez dias após a sua morte o presidente fora obrigado a renunciar e pedir exílio na Arabia Saudita. Este homem foi o grande mártir, o estopim que causou a grande explosão "primavera árabe". Após este fato a população de outros países árabes foi as ruas, e muitas pessoas perderam a vida, governos foram derrubados. Mas as perdas são irreparáveis, uma vida que se perde não tem preço, mas as mortes não podem ficar em vão. Oro pela sua alma Mohammed, que ela encontre a paz que você almejava. E que a sua morte seja sempre lembrada, como um símbolo de mudança por mais justiça e menos desigualdades.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Terminos e Recomeços, Idas E Vindas.

Quem nunca tomou uma decisão definitiva na vida e nunca voltou atrás? Quantas vezes dizemos que o fim de algo que realmente é importante em nossas vidas chegou. E que apesar do sofrimento que a ausência daquilo que amamos nos causa. Devemos seguir em frente e não olhar para trás, apagar as lembranças de tempos dourados como se existisse uma borracha que apagasse as lembranças entranhadas em nossos corações. E assim passamos a viver dia após dia com as lembranças, queimando em nossos corações. Fingindo que não estamos sentindo a ferida aberta no peito. Em muitos momentos pensamos em retroceder, mas o nosso orgulho não permite que tomamos esta atitude. Preferimos "morrer", a ter que voltar atrás e ser feliz. Afinal esta atitude é muito "humilhante", "vou estar me diminuindo enquanto ser humano se eu cometer um despautério destas proporções". E assim o veneno do orgulho, do ressentimento, e até do ódio vai criando raízes em nosso coração. E passamos a viver carregados de sentimentos negativos que vai nos matando lentamente. O sorriso já não tem mais a magia como o de uma criança, os olhos não conseguem mais ver a centelha divina em pequenas coisas. O sol se pondo, dando a sensação de que está entrando no mar, o espetáculo da criação não pasa de um mero acaso de sabe-se lá o quê. Onde há luz enxergamos as trevas. Mas quando paramos para pensar verdadeiramente em que somos, e por quê estamos aqui. Será que estamos aqui para sermos infelizes? Uma única atitude pode fazer a diferença. Por quê não voltar atrás? Por quê não reconsiderar se o preço é a felicidade? Terminos e recomeços, idas e vindas assim é constituída a nossa existência. Vale a pena ter orgulho, ressentimentos e ser uma pessoa infeliz? Sinceramente não, "ao descer ao chão", ao ter atitude em pedir desculpas, admitir um erro, ceder, não estamos nos humilhando e sim nos exaltando. Estamos admitindo o ser humano falho que somos e ao mesmo tempo trilhando o caminho do autocrescimento, o caminho da felicidade. Que não consiste em sermos perfeitos, mas em irmos fazendo ajustes ao longo do caminho.


 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Dias De Luto...

A dor é inerente ao ser humano, e um guerreiro sabe que no campo de batalhas haverá o risco de sair ferido. E o guerreiro está ferido e sozinho no meio de uma das batalhas mais importantes de sua vida. Seu coração está sangrando, mas ainda bate lentamente. A sua respiração está pesada, encostado em uma pequena rocha ele olha aos céus, na tentativa desesperada de que a sua dor amenize. Mesmo um guerreiro experiente prefere acreditar que sua dor será amenizada com uma prece, um pedido, uma oração. Há dores que precisamos senti-la, que faz parte de nossa jornada. O guerreiro está só, travando uma batalha que não há vencedores, nem vencidos, apenas sobreviventes. Sua alma está ferida, a dor profunda e contínua, mas o instinto de sobrevivência fala mais alto. Precisa seguir adiante, o tempo não para, embora sua vida esteja parada justamente ali. Num único momento, em poucos minutos, e algumas palavras. As dores da alma são piores do que o tiro de misericórdia, do que a flecha letal. Não há um remédio convencional que a cure. Talvez por isto tantos guerreiros padeceram e padecem. Talvez o tempo seja a cura para alguns, mas tudo é incerto neste campo. O sabor amargo da perda, é alento ao velho guerreiro, as linhas do seu rosto envelheceram precocemente, seus olhos já não possuem o mesmo brilho... Mas a vida continua, ela tem que continuar, mesmo quando ela parou em algum momento da existência. O velho guerreiro está só, e segue a sua vida como um ermitão, e simplesmente deixou de viver, ele apenas existe. É apenas uma matéria, um corpo que está ligado ao solo segundo a lei da gravidade. Talvez algum dia, ele encontre a cura para a dor de sua alma. Talvez volte a sentir a presença do sagrado, encontrando novamente o elixir da vida.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Fazer As Pazes Com O Passado

A cada dia a vida nos dá uma pequena demonstração do eterno processo de aprendizagem que trilhamos ao longo da existência. Ao abrir uma mensagem que me foi enviada por e-mail, li uma mensagem que mexeu com meus brios. " Faça as pazes com o seu passado, assim ele não atrapalha o presente". Fiquei a meditar nesta frase, e percebi a diferença entre "esquecer" o passado e "fazer as pazes" com ele. Muitas vezes acreditamos ou fingimos que já esquecemos o passado. Entretanto ele é o nosso companheiro de jornada, é a raiz que sustenta o caule. O simples " esquecimento ", é uma armadilha que serve como um frágil dique que não suportará a água que deveria. Jamais poderei esquecer fatos marcantes de minha vida, o passado vive em meu coração, como um gigante adormecido, mas que facilmente se desperta. Compreendi o sagrado naquela mensagem, a centelha preciosa da existência. Precisava fazer as pazes com o passado, e não tentar esquecê-lo. Uma árvore não se sustenta se as raízes estão comprometidas, um dia ela caírá, Assim como o homem que tenta desesperadamente esquecer o seu passado. Quando fazemos as pazes com o nosso passado compreendemos que não precisamos sofrer por algo que não podemos mudar. Mas podemos usar as nossas experiências a nosso favor, quando fazemos as pazes com ele.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Com Raiva De Deus

Danya sempre fora uma mulher forte e com muita fé no criador. Era mãe de Ayana uma jovem de 14 anos, tinha um bom emprego e era muito feliz ao lado de George seu marido. Quis o casal ter mais um filho, na esperança de que um menino fosse concebido. Entretanto nascera uma menina linda, e para espanto do casal a criança nascera com uma grave doença cerebral. A partir de então o casal sabia que a vinda deste bebê em nada seria parecido com a de uma criança que nasçe em perfeitas condições de saúde. Decidiram chamá-la de Maria nome que significa serenidade, força vital e vontade de viver. Todavia o amor que aquela família nutria por aquele frágil bebê era tão intenso que as dificuldades eram superadas facilmente. O amor nos dá forças para superar todas as dificuldades que aparecem em nosso caminho. A cada cirúrgia que o bebê enfrentava, o casal experimentava um misto de medo e esperança. Danya pedia incansavelmente a Deus que intercedesse em favor de sua filha em suas orações. Quando chegou aos 4 anos o bebê já havia passado por 6 cirúrgias e ainda não falava. Mas Danya dizia que entendia tudo que a filha dizia apenas pelo olhar, ela se comunicava com a menina através dos olhos do coração. Um coração de mãe que anseiava por um milagre. Aos 5 anos Maria passou pela sétima cirúrgia. A derradeira de sua passagem aqui na terra. Aquela garotinha frágil, de olhos atentos, e que sem dizer uma única palavra se comunicava com a sua genitora. Às vezes as palavras são desnecessárias, elas são importantes, mas existe muito mais no universo do que apenas palavras. Aos cinco anos de idade ela faleceu, a família recebeu um golpe duro da vida, a perda nunca é positiva, e um buraco se abrira no coração de Danya. Ela que sempre fora uma mulher temente a Deus passara a odiá-lo após a morte da filha. Qualquer pessoa que mencionasse o nome Deus próximo a ela, em seguida vinha a resposta de que "Deus não existia", disso ela tinha certeza, e caso ele existisse ela o "detestava por ter tirado a sua filha dela", "por ter levado o seu bebê tão precocemente". Esta passou a ser a sua bandeira abrir os olhos das pessoas, pregar contra um Deus que não existia, tirar as pessoas da cegueira em que se encontravam. As orações nunca mais ela fizera, afinal orar para que, ou para quem? Uma noite enquanto dormia, ela sonhou com um menina toda vestida de branco, os olhos emitiam um brilho intenso. As duas se entreolhavam e logo o rosto de Danya era banhado pelas lágrimas.
- Mamãe. - Quando a menina disse esta palavra o coração se Danya se enchera de alegria.
- Você está falando meu amor.
- Mamãe eu sempre falei, lembra? só não usava palavras. Deus é muito generoso ao permitir que viesse aqui conversar com a senhora. Não se afaste de Deus mamãe, não pare de orar, não pare de adorar, não pare de crer mamãe. A vida sem Deus é muito vazia, não se transforme em uma pessoa vazia mamãe. Mas saiba que te amo muito, e estarei sempre com você dentro do seu coração, e do papai também da minha irmã eu os amo. Agora preciso ir mamãe, meu tempo aqui acabou.
- Não vá filha espere. - Em seguida Danya desperta, ainda em dúvidas se fora mesmo um sonho, ou aquilo realmente tinha acontecido. A partir daquele noite ela voltou a ser uma mulher de fé, e otimista pela vida, pois compreendeu que os desígnios de Deus nem sempre estão de acordo com os nossos. Que as nossas tormentas muitas vezes servem para fortalecer a nossa fé, e o criador trabalha em mistério.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Indústria Da Chuva

A cada ano a tragédia se repete, a forte chuva ameaça a segurança das pessoas que moram em lugares que alagam facilmente. Ora sabemos que não podemos impedir que chova, entretanto me aborrece a falta de compromisso com a população de nossos governantes. As verbas que são destinadas para fazer um trabalho preventivo acabam sendo desviadas para fins particulares. O povo sofre mais uma vez com enchentes cada vez piores a cada ano. Mas para que acabar com o sofrimento daqueles que elegem, que dão o poder a homens gananciosos, sedentos por poder e dinheiro? "A indústria da enchente" não pode acabar, assim como a da seca, da fome, afinal elas são a galinha dos ovos de ouro de muitos políticos por aí. Enquanto muita gente morre apenas para compor as estatísticas, uma minoria que detém o poder, vivem em palacetes, e gozam de uma vida em abundância, afinal estão imunes desta "peste", que atinge a população mais carente. Imaginem se o prefeito fulano de tal, vai usar este recurso corretamente. E o iate de luxo que ele recém adquiriu, como é que vai ser pago? O apartamento em Manhattan? Para aqueles que sofrem ainda resta a fé como um alento, e cobrar de Deus como num passe de mágica, a resolução de nossos sofrimentos... Pedindo que chova menos ou então que ele nos dê uma casa nova em um lugar seguro. Enquanto nenhum político crie um projeto de lei, que proíba o cidadão de exercitar a sua fé, aí então será na base do salve-se quem puder.





terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ecletismo Sim, Imposição Jamais

Ontem com amigos reunidos batendo um papo rolou um assunto que logo se transformou em um debate acalorado. Estavámos em quatro amigos, e um levantou a questão de gosto musical. Que achava errado a pessoa que gostava apenas de um estilo musical, e que a pessoa "tem que ser eclética". Pronto logo que ele fez esta declaração o debate começou [risos]. Na "mesa redonda" o outro que se manisfestou contra esta opinião digamos no mínino radical e que como bom nordestino, defendeu a tese de que ele nasceu e se criou em uma região ouvindo forró ( principalmente), sertanejo e brega. E que em sua terra natal basicamente é só o que as pessoas ouvem. Esta declaração logo encontrou apoio no quarto amigo que compunha a mesa redonda. Que como eu é oriundo da região amazônica. Mas o amigo eclético caiçara de Santos disse que estava errado isto, que as rádios das cidades pequenas do interior do nordeste, já que estávamos debatendo sobre o forró estilo musical com fortes raízes na cultura nordestina, deveriam tocar outros ritmos para que as pessoas pudessem ser mais ecléticas, citando exemplos de pessoas que ouviam forró ou qualquer outro gênero 24 horas por dia. Que as pessoas deveriam conhecer as músicas de Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina, curtir um samba e por aí vai. Já o amigo nordestino disse que jamais deixaria de ouvir um brega, um forró para ouvir um Djavan, Marisa Monte e por aí vai...[ o debate foi muito engraçado]. Também não poderia deixar de fazer um aparte, como um paraense de coração caiçara, não tenho dúvidas de que o meio em que vivemos, o lugar em que estamos inserido exerce uma influência sobre quem somos e do que gostamos. Me citei como exemplo o povo do meu estado gosta muito de música brega, e de músicas como os da banda kalipso, ou seja é uma característica daquela região do país, e se eu fosse criado lá com certeza também gostaria, assim como no sul o povo gosta de vanerão. A música é a cultura de um povo, e se o indivíduo viveu em cultura em que determinado ritmo se sobressai, e inevitável que ele não goste de outros gêneros, entretanto nada impede que esta pessoa esteja aberta a conhecer outros ritmos, que esteja disposta a isto. Sou uma pessoa que gosto de quase tudo um pouco em relação a música, mas tenho o meu ritmo preferido que é o rock, e para mim a música é o momento, há momentos em que estou afim de ouvir um sertanejo, uma música clássica. uma mais agitada. E a ocasião também né, não dá para tocar música clássica em uma balada, e nem música eletrônica em uma festa onde as pessoas curtem pagode. Ecletismo é importante, mas desde que não seja imposto, e sim uma opção de cada indivíduo. E que maravilha que o nosso país tenha esta variedade de ritmos e gêneros musicais, enriquecendo a nossa cultura. Claro que há músicas que não enriquecem em nada culturalmente falando, mas cabe a cada ser apenas respeitar o direito de cada um ouvir o que quer, afinal ainda acredito que vivemos em uma democracia.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Carta Há Um Grande Amigo

A vida muitas vezes nos presenteia com pessoas que se tornam seres muito especiais. Pessoas que fazem parte da sua vida, que são importantes, e que dividiu com você grandes momentos, sejam de alegrias ou tristezas. Às vezes fazendo um som tocando violão, em uma balada, felicitando a passagem de ano. Tenho o prazer de dizer feliz aniversário ao meu amigo Daniel Gutierrez Fernandez. Garoto que vi crescer e se transformar no homem que hoje vejo lutando por seus sonhos. Esse meu amigo é cheio de [defeitos], ele é companheiro, é uma pessoa que você pode sempre contar com ele, o sorriso é a sua marca registrada, a sinceridade de um coração amigo. A simplicidade que somente os grandes homens possui, o caráter imaculado, aliás característica esta de toda sua família. Meu querido amigo desejo a você muitos anos de vida e saúde, que este ano seja um grande marco em sua vida, que as bençãos do senhor se faça presente em sua vida, e que possamos dividir grandes alegrias como fizemos no ano que passou. Que você realize todos os seus sonhos, feliz aniversário Daniel.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo, Vida Nova: Tempo De Plantar

Mais um ciclo se encerrou e outro se inicia. É assim que 2012 entra na vida de cada um de nós. O que não foi possível realizar ano passado é o combustível que nos fará perseguir nossos objetivos. Ontem ao assistir a tradicional queima de fogos, enquanto era banhado pela forte chuva, enquanto a sentia tocando em meu rosto, ouvia o barulho das ondas do mar, o céu escuro e chuvoso, prelúdio de mais uma etapa em minha existência. Naquele momento mágico minutos antes da hora da virada e minutos após cumprimentar as pessoas que estavam comigo e desejar as felicitações, olhei para o firmamento escuro, e conversei com o CRIADOR... Apesar do barulho das muitas pessoas que estavam a minha volta, me desliguei completamente, apenas me concentrei na conversa que estava tendo com o PAI... A gratidão é um momento sublime, a humildade é o caminho, e o pedido é um misto de fraqueza e valor, fraqueza quando admitimos nossas falhas diante do CRIADOR, e ao mesmo tempo valor quando reconhecemos que um ser superior está no controle, e que somos como um grão de areia... Ontem naqueles breves minutos de conversa íntima com DEUS pus o meu coração, e ali me senti sem tempo e nem espaço, tendo como testemunhas o imenso areal ao meu redor, o mar com suas ondas que beijavam os pés daqueles que se aproximavam, o céu escuro, a chuva que tocava meu corpo, a cadeia de montanhas que me cercava... E então eu, um pequeno grão de areia fiz o meu pedido... Que papai do céu mantivesse o meu maior bem que tive ano passado... A minha SAÚDE, e assim eu fiz a minha "passagem", pedindo pela minha saúde e com a consciência de que é TEMPO DE PLANTAR.