sábado, 14 de janeiro de 2012

Dias De Luto...

A dor é inerente ao ser humano, e um guerreiro sabe que no campo de batalhas haverá o risco de sair ferido. E o guerreiro está ferido e sozinho no meio de uma das batalhas mais importantes de sua vida. Seu coração está sangrando, mas ainda bate lentamente. A sua respiração está pesada, encostado em uma pequena rocha ele olha aos céus, na tentativa desesperada de que a sua dor amenize. Mesmo um guerreiro experiente prefere acreditar que sua dor será amenizada com uma prece, um pedido, uma oração. Há dores que precisamos senti-la, que faz parte de nossa jornada. O guerreiro está só, travando uma batalha que não há vencedores, nem vencidos, apenas sobreviventes. Sua alma está ferida, a dor profunda e contínua, mas o instinto de sobrevivência fala mais alto. Precisa seguir adiante, o tempo não para, embora sua vida esteja parada justamente ali. Num único momento, em poucos minutos, e algumas palavras. As dores da alma são piores do que o tiro de misericórdia, do que a flecha letal. Não há um remédio convencional que a cure. Talvez por isto tantos guerreiros padeceram e padecem. Talvez o tempo seja a cura para alguns, mas tudo é incerto neste campo. O sabor amargo da perda, é alento ao velho guerreiro, as linhas do seu rosto envelheceram precocemente, seus olhos já não possuem o mesmo brilho... Mas a vida continua, ela tem que continuar, mesmo quando ela parou em algum momento da existência. O velho guerreiro está só, e segue a sua vida como um ermitão, e simplesmente deixou de viver, ele apenas existe. É apenas uma matéria, um corpo que está ligado ao solo segundo a lei da gravidade. Talvez algum dia, ele encontre a cura para a dor de sua alma. Talvez volte a sentir a presença do sagrado, encontrando novamente o elixir da vida.

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