terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ecletismo Sim, Imposição Jamais

Ontem com amigos reunidos batendo um papo rolou um assunto que logo se transformou em um debate acalorado. Estavámos em quatro amigos, e um levantou a questão de gosto musical. Que achava errado a pessoa que gostava apenas de um estilo musical, e que a pessoa "tem que ser eclética". Pronto logo que ele fez esta declaração o debate começou [risos]. Na "mesa redonda" o outro que se manisfestou contra esta opinião digamos no mínino radical e que como bom nordestino, defendeu a tese de que ele nasceu e se criou em uma região ouvindo forró ( principalmente), sertanejo e brega. E que em sua terra natal basicamente é só o que as pessoas ouvem. Esta declaração logo encontrou apoio no quarto amigo que compunha a mesa redonda. Que como eu é oriundo da região amazônica. Mas o amigo eclético caiçara de Santos disse que estava errado isto, que as rádios das cidades pequenas do interior do nordeste, já que estávamos debatendo sobre o forró estilo musical com fortes raízes na cultura nordestina, deveriam tocar outros ritmos para que as pessoas pudessem ser mais ecléticas, citando exemplos de pessoas que ouviam forró ou qualquer outro gênero 24 horas por dia. Que as pessoas deveriam conhecer as músicas de Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina, curtir um samba e por aí vai. Já o amigo nordestino disse que jamais deixaria de ouvir um brega, um forró para ouvir um Djavan, Marisa Monte e por aí vai...[ o debate foi muito engraçado]. Também não poderia deixar de fazer um aparte, como um paraense de coração caiçara, não tenho dúvidas de que o meio em que vivemos, o lugar em que estamos inserido exerce uma influência sobre quem somos e do que gostamos. Me citei como exemplo o povo do meu estado gosta muito de música brega, e de músicas como os da banda kalipso, ou seja é uma característica daquela região do país, e se eu fosse criado lá com certeza também gostaria, assim como no sul o povo gosta de vanerão. A música é a cultura de um povo, e se o indivíduo viveu em cultura em que determinado ritmo se sobressai, e inevitável que ele não goste de outros gêneros, entretanto nada impede que esta pessoa esteja aberta a conhecer outros ritmos, que esteja disposta a isto. Sou uma pessoa que gosto de quase tudo um pouco em relação a música, mas tenho o meu ritmo preferido que é o rock, e para mim a música é o momento, há momentos em que estou afim de ouvir um sertanejo, uma música clássica. uma mais agitada. E a ocasião também né, não dá para tocar música clássica em uma balada, e nem música eletrônica em uma festa onde as pessoas curtem pagode. Ecletismo é importante, mas desde que não seja imposto, e sim uma opção de cada indivíduo. E que maravilha que o nosso país tenha esta variedade de ritmos e gêneros musicais, enriquecendo a nossa cultura. Claro que há músicas que não enriquecem em nada culturalmente falando, mas cabe a cada ser apenas respeitar o direito de cada um ouvir o que quer, afinal ainda acredito que vivemos em uma democracia.

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