quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Com Raiva De Deus

Danya sempre fora uma mulher forte e com muita fé no criador. Era mãe de Ayana uma jovem de 14 anos, tinha um bom emprego e era muito feliz ao lado de George seu marido. Quis o casal ter mais um filho, na esperança de que um menino fosse concebido. Entretanto nascera uma menina linda, e para espanto do casal a criança nascera com uma grave doença cerebral. A partir de então o casal sabia que a vinda deste bebê em nada seria parecido com a de uma criança que nasçe em perfeitas condições de saúde. Decidiram chamá-la de Maria nome que significa serenidade, força vital e vontade de viver. Todavia o amor que aquela família nutria por aquele frágil bebê era tão intenso que as dificuldades eram superadas facilmente. O amor nos dá forças para superar todas as dificuldades que aparecem em nosso caminho. A cada cirúrgia que o bebê enfrentava, o casal experimentava um misto de medo e esperança. Danya pedia incansavelmente a Deus que intercedesse em favor de sua filha em suas orações. Quando chegou aos 4 anos o bebê já havia passado por 6 cirúrgias e ainda não falava. Mas Danya dizia que entendia tudo que a filha dizia apenas pelo olhar, ela se comunicava com a menina através dos olhos do coração. Um coração de mãe que anseiava por um milagre. Aos 5 anos Maria passou pela sétima cirúrgia. A derradeira de sua passagem aqui na terra. Aquela garotinha frágil, de olhos atentos, e que sem dizer uma única palavra se comunicava com a sua genitora. Às vezes as palavras são desnecessárias, elas são importantes, mas existe muito mais no universo do que apenas palavras. Aos cinco anos de idade ela faleceu, a família recebeu um golpe duro da vida, a perda nunca é positiva, e um buraco se abrira no coração de Danya. Ela que sempre fora uma mulher temente a Deus passara a odiá-lo após a morte da filha. Qualquer pessoa que mencionasse o nome Deus próximo a ela, em seguida vinha a resposta de que "Deus não existia", disso ela tinha certeza, e caso ele existisse ela o "detestava por ter tirado a sua filha dela", "por ter levado o seu bebê tão precocemente". Esta passou a ser a sua bandeira abrir os olhos das pessoas, pregar contra um Deus que não existia, tirar as pessoas da cegueira em que se encontravam. As orações nunca mais ela fizera, afinal orar para que, ou para quem? Uma noite enquanto dormia, ela sonhou com um menina toda vestida de branco, os olhos emitiam um brilho intenso. As duas se entreolhavam e logo o rosto de Danya era banhado pelas lágrimas.
- Mamãe. - Quando a menina disse esta palavra o coração se Danya se enchera de alegria.
- Você está falando meu amor.
- Mamãe eu sempre falei, lembra? só não usava palavras. Deus é muito generoso ao permitir que viesse aqui conversar com a senhora. Não se afaste de Deus mamãe, não pare de orar, não pare de adorar, não pare de crer mamãe. A vida sem Deus é muito vazia, não se transforme em uma pessoa vazia mamãe. Mas saiba que te amo muito, e estarei sempre com você dentro do seu coração, e do papai também da minha irmã eu os amo. Agora preciso ir mamãe, meu tempo aqui acabou.
- Não vá filha espere. - Em seguida Danya desperta, ainda em dúvidas se fora mesmo um sonho, ou aquilo realmente tinha acontecido. A partir daquele noite ela voltou a ser uma mulher de fé, e otimista pela vida, pois compreendeu que os desígnios de Deus nem sempre estão de acordo com os nossos. Que as nossas tormentas muitas vezes servem para fortalecer a nossa fé, e o criador trabalha em mistério.



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