quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ADEUS QUINZE, QUE VENHA O DEZESSEIS!

   E o quinze junto com o dois mil se vão. Assim como também as expectativas, as esperanças e todas as emoções que foram ou não vividas. Passou tão rápido! E como passa rápido, como um beijo roubado. Um piscar de olhos, e cá estou novamente no ultimo dia do ano! Deliberando sobre o ano que em algumas horas nos despediremos um do outro. Acontecimentos ruins tornaram o quinze bem difícil pra mim. Pela primeira vez na vida, mergulhei em tormentas nunca antes navegada... A perda deixou cicatrizes intensas em minha alma... E tenho certeza de que nunca mais serei o mesmo. O que de certa forma é algo muito positivo, se pensar que aprendi uma grande lição. E todo aprendizado demanda uma nova maneira de enxergar o mundo e a si mesmo quando se realmente aprende a mensagem que a perda quis dizer. Quando lembro ainda sinto o gosto amargo. Não é fácil lidar com perdas... Mas quem disse que a vida é fácil?
   E não só de perdas e tristezas se vive um ano. O Quinze também me trouxe vitórias, superação. Graças a Deus e os avanços da medicina operei de um cisto no palato que nasceu grande e agressivo. Fui tratado por dois profissionais que não mediram esforços para minorar as minhas preocupações, a lesão e garantir o sucesso da cirurgia. Obrigado Drs. Márcio e Jorge. Também realizei um sonho, me profissionalizando na arte de interpretar. Ficamos um mês em cartaz com a peça O Rinoceronte na Cia de Teatro Contemporâneo ( onde me formei ).  Além de me tornar um ator profissional ainda fui premiado com mais duas apresentações uma do Festival Arlequim no teatro Princesa Isabel e a outra participação da IX Mostra Estudantil de Teatro no Centro Cultural Banco do Brasil junto com meus companheiros formandos. Foi Maravilhoso.
   Chego ao último dia do ano com a sensação de que apesar das situações difíceis que passei, e que não foram nem um pouco fáceis de superar. Sinto que estou no caminho certo. Ainda acredito no ser humano, talvez não mais com tamanha intensidade como antes. Como disse anteriormente toda lição que aprendemos demanda uma mudança de comportamento, crença e etc.
   Acima de tudo 2015 me ensinou a perder a "inocência" de acreditar nas pessoas. Não que hoje eu não acredite mais em ninguém não é isso, mas já sou mais desconfiado. Isso de certo modo é ruim, mas dado o mundo em que vivemos é necessário. Também aprendi a ser mais moderado, sem radicalismos, e acima de tudo aprendi que pra fazer um bom julgamento eu preciso sempre me perguntar se tenho condições morais e éticas para tal. Ou seja para que eu julgue alguém eu tenho que ser melhor do que ela.
   Agradeço muito a Deus que me manteve de pé diante da tempestade. E que me deu saúde para saborear a bonança. A minha família que é a minha base de tudo que sou. Aos meus queridos amigos que fizeram destes 365 dias inesquecíveis, pois rimos, choramos, brincamos, compartilhamos, aprendemos uns com os outros.  
   Que o ano que se inicie nós tenhamos a coragem de tomar atitudes proativas. Que sejamos a mudança que queremos ver no mundo. E que a inércia esteja bem longe de nós. Que paremos de culpar só os governantes e examinemos as nossas atitudes e as mudamos para melhorarmos enquanto seres humanos. Começamos hoje para mudar o amanhã!  
   Não farei nem uma promessa de fim de ano. Aliás farei uma única, que na verdade ela é uma filosofia de vida pra mim. A única coisa que quero prometer a mim mesmo, é que vou tentar sempre ser feliz sempre. Este é o único pecado que não quero cometer, o de não tentar ser feliz... O resto passa e fica o aprendizado. E que venha 2016! 


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Voo Da Gaivota

Posso ouvir a sua voz numa linda manhã
Quando o canário canta....
Meus dias parecem infinito, dentro do finito que foi você em minha vida
A gaivota solitária no firmamento nublado, a leve brisa que entra pela janela
Quem sou eu? Nesse turbilhão de memórias recentes, e tão profundas...
Ah! Doce menina... Você se foi... E eu aqui parado no tempo,
Sem saber o próximo passo, preso nas armadilhas da vida...

Tenho certeza de que o novo sempre vem
E que nunca será igual, a imagem congelada no tempo
Rosas negras decoram meu jardim
Duzentos dias não fizeram diferença,
A inocência nunca morre no coração dos que verdadeiramente amam.

Caminho sem sair de casa... Por pradarias distantes divago...
Ofereço-me a vida, para que ela me ofereça,
Vejo os moinhos da felicidade que passou, me abraço a tempestade e me deixo guiar por ela;
Quem sou eu nesta existência....? O balão cheio de ar....
O pulmão a respirar... Estradas que se cruzam no infinito...

A vida é um labirinto, mas o céu azul me distrai...
Retângulos de concreto, guardam segredos
Pássaros sobrevoam em minha janela,
Para onde vou? Senão mergulhar nas entranhas do meu coração.

Posso, quero, ouço... O quê? Meu Deus!
Um poema branco, um dia lírico.
Sois carne e ventre,
Alma e coração.
Sois o alimento que alimenta o poeta
A porta que se abre em dias cinzas, a minha doce e pequena ilusão.

Canto ao luto, aplauso ao tributo
Chove no reino da magia, lágrimas de sal banham o solo
As flores caem em meu colo,
Sinto a dor que julguei estar livre, e vejo que o livre não há.
Nos olhos que um dia tive a chance de cruzar
Saudade apenas, mais um elemento
A Ilusão que o homem criou
Com as bençãos de Deus e com a força da natureza.

Tenho certeza que o novo sempre vem, mas nunca será igual
A imagem congelada no tempo!




sábado, 14 de novembro de 2015

Execução Cirúrgica ( Profetas do Apocalipse )

   De repente o click da arma e estampido de vários disparos. O alvo, ou melhor os alvos... Corpos Humanos! Vidas que são ceifadas no " Vídeo Game " da vida real. É a estupidez humana no seu auge, é a comemoração em detrimento da Barbárie que se espalha ao redor. Vidas que são ceifadas sem nem ter lhe dado a chance de defesa.
   É lamentável que a  intolerância, falta de respeito as diferenças, o extermínio as minorias e/ou ódio as maiorias, falta de amor ao próximo sobrepujem o diálogo, o acordo, a paz alimentando a indústria da guerra. Causando tanta dor, tanto terror, tanto sofrimento... Soldados da guerra, da crueldade se transformam-se em deuses e decidem quais vidas devem continuar existindo. Sentindo-se autossuficientes o bastante a ponto de esquecer que são humanos...Que são feitos da mesma matéria, que uma doença poderá sucumbi-los, que vivemos no mesmo planeta e que como irmãos da mãe terra podemos nos respeitar e contribuir para o crescimento de cada um.
   AK, Famas, FN Scar, HK são alguns dos protagonistas desta barbárie, heróis dos mil tiros por minuto, alvos rápidos e certeiros, corações,almas e mentes... Não há quem resista a constante troca de pentes. E seguimos clamando por justiça, segurança, paz e elas estão tão distantes que fazem com que confundimos justiça com vingança, segurança com cada cidadão armado para prover a sua própria, e a paz com inimigos mortos!
   Temos que nos sensibilizar com todo e qualquer tipo de injustiça seja ela catástrofes provocadas por no mínimo negligência ( caso Mariana - MG ), ou armada que acontece no planeta, desde policias que nas ruas tiram vidas sem ser em confronto, sentindo-se juízes e/ou deuses para decidir quem vive e quem morre sem passar por um julgamento conforme  a lei. Ainda que a lei seja em minha opinião branda, e não tenho a menor dúvida de que é preciso muda-la, tornando-a mais severa e cá uma opinião bem particular sou a favor da prisão perpétua.
   Oremos, rezemos e lutemos mas não com armas e sim no campo das ideias, do diálogo aberto e franco para a construção de um mundo onde não exista o nacionalismo ao extremo, onde não existam fronteiras de intolerância e sim a junção de pessoas, de seres humanos, quer sejam brancos, negros, amarelos, azuis que em sua essência são apenas HUMANOS. Os executores são juízes, ou deuses para decidir quem deve morrer ou viver...E assim assistimos estarrecidos a "execução cirúrgica" promovidas por aqueles que acreditam estar cumprindo o seu dever.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

365 ( Um Brinde A Vida )


   Ontem comemorei mais uma PRIMAVERA... Ou mais um JANEIRO como diz meu velho pai. Não tenho a menor dúvidas que foi o e ainda está sendo de certa forma o ano mais difícil de minha vida. Quando digo foi e ainda está sendo me refiro a duas datas: A de ontem dia do meu aniversário, encerrou um ciclo e inicio outro mas dentro de um ciclo que não acabou ainda o ano de 2015.
   Ao longas destas primaveras passei por muitas coisas, momentos, delírios e tropeços, nada diferente do que muita gente passa creio...Basicamente ontem refleti sobre os últimos 365 dias...Sobre os sagrados dias que fizeram do fechamento deste ciclo ou desta etapa do presente chamado vida.       Timidamente celebrei com meus amigos mais próximos geograficamente, um bolo, um parabéns, um pequeno churrasco em casa, uma cerveja. Da mesma forma que celebrei junto aos que estão distantes e me mandaram mensagens ao longo do dia.
    A gratidão é enorme a todos que fizeram através de cada gesto, mensagem, de perderem um minuto do seu tempo para me dar os parabéns. Muito obrigado a todos que em pensamentos, mensagens, orações, sinal de fumaça não deixaram que o meu dia passasse em branco...BRANCO esta palavra tropeçou em minha mente...
   E é do branco que devo recomeçar...Tenho mais 365 em branco pela frente para preenche-los, posso reescrever, reinventar ou continuar a escrever as mesmas páginas. Se a bençãos dos 365 me forem concedidas novamente...Agradeci a Deus por ter me concedido mais um "janeiro", realmente não podemos deixar passar em branco, mesmo quando julgamos não ser o momento mais apropriado para comemorações, pois a vida é importante demais para que deixemos nossos problemas tirar esta grandeza. Sou grato por chegar até aqui com relativa saúde, pois sei que só não está melhor por negligência minha. A cada um é dado a responsabilidade de cuidar de sua própria, e não prometo mas pretendo ter uma vida mais saudável ( Xô Sedentarismo! ).
   Ainda que uma parte de mim sinta o gosto amargo das perdas sofridas, outra parte não se entrega e celebra as vitórias. Enquanto uma polui o rio a outra limpa a nascente. Seguir em frente é preciso prosseguir...É inútil ter certeza como diz um amigo meu! Não quero ficar preso a elas, e a única certeza que quero ter é a de tentar ser feliz...É o único pecado que não quero carregar. O de não tentar ser feliz, esse é o maior pecado que um ser humano pode cometer... Tenho muito caminho pela frente e muitos desafios a superar... Tentar esquecer as dores do passado ou aprender a conviver bem com elas... Saborear as vitórias oriundas de sacrifícios, somente assim se saboreia um vitória de verdade...Um brinde a vida, ao mistério da existência!
   Obrigado família, amigos, Meu Deus obrigado por me presentear com o final de uma etapa e a possibilidade de mais 365! Que eu possa ser melhor do que fui, que não perca a fé no amor e nas pessoas, e que eu consiga enxergar cada milimetro do sagrado que existe a cada 24 horas! Um Brinde as 365 sagradas possibilidades de refazer, repensar, reconstruir os meus passos....E Viver e não ter a vergonha de ser feliz como disse um poeta. Um beijo ao vento, a vasta pradaria, o silêncio dos inocentes, o rugido do leão, o cálice amargo da dor, o amor que consome, os olhos pequeninos da morena, a incerteza do coração, o beijo do vilão, a bela primavera.... Viva o EU, o TEU, o NOSSO! VIVA A VIDA!


domingo, 18 de outubro de 2015

PRELUDIO ( HOMO SAPIENSANDO )

   Ontem uma criança brincando com a sua imaginação, o carrinho feito de latas de sardinha era a diversão de uma criança saudável e que acreditava ser o senhor do tempo. Pois o tempo para uma criança não tem a mesma importância que para os adultos. O tempo é para a criança nada mais que uma magia, o tempero da fantasia que vive no coraçãozinho que não espera o amanhã tão distante, e faz do vento que balança os seus cabelos um motivo para sorrir e as gotas da água da chuva são como bolas de sabão em sua imaginação.
   Sem se dar conta da velocidade que os momentos passam, sem ter o medo do amanhã esta criança brinca em seu carrinho de rolimã. O carrinho de latas de sardinhas e rodinhas feitas de sandálias havaianas gastas já era. Já não atrai mais, na verdade já não interessa. Agora a criança quer é aventuras mais radicais, o carrinho de Rolimã desde a sua fabricação, a descer as ladeiras e correr o risco de uma manobra errada e ganhar alguns arranhões na "pintura", e cicatrizar com bom e velho Merthiolate.
   Ou arriscar os primeiros tombos no patins, skate, aqui começa o gosto pela aventura, a percepção natural de que algo mudou. Busca a adrenalina, a sensação dos super heróis do cinema. A vontade de voar como o Super Man, Imaginar se no Batmóvel. Esse período e de aventura e efervescência é o preludio da adolescência. Transformações hormonais e alterações de humor, incertezas e um monte de por quês? As paixões avassaladoras, o primeiro beijo, o sentir o sexo e a metamorfose continua.        Um dia acorda e percebe que uma rala barba se anuncia, embora já não tenha mais a inocência de antes, ou a menina que se tornou moça, uma mulher. Mas ainda preserva o desejo de ser super herói e "salvar a humanidade", "transformar o mundo". São os ideais de um jovem seduzido pelos heróis de sua infância e adolescência e que acredita ter a força que precisa para mudar o mundo dentro de si, e tudo que ele precisa é apenas acreditar e por em prática seus planos, e projetos para ser capaz de fazer tudo aquilo que ele quer.
   É forte, jovem, saudável e cheio de vontade de viver. Possui tudo que precisa e acredita que controla tudo, até mesmo seus impulsos, suas paixões, sua humanidade. Esse jovem ainda carrega dentro de si a criança que usava carrinhos de lata, se arranhou no rolimã, levou tombos de Skate, porém com um pouco mais de idade. Ele agora se dá conta disto e olha pra trás ainda sem se dar conta que ele cresceu, mas sabe que ja tem idade para ir ao cinema sozinho. E que mesmo que aparente um adolescente ele já pode mostrar todo orgulhoso ao segurança da boate a sua carteira de identidade.
   Cada vez mais ele quer mergulhar no universo humano, descobrir, misturar, experimentar, flertar com Deus e o Diabo...E sem deixar de acreditar na sua capacidade de ser feliz. Sem perder a sua criança interior... Um dia se torna um profissional, adquire mais responsabilidades, os sonhos já não tem mais a mesma importância. As cobranças começam a aparecer em níveis cada vez maiores... Bem Vindo ao mundo dos adultos! E ele descobre que o "mundo dos adultos", é muito chato. Demanda muitas responsabilidades, resultados, metas e uma série de coisas a fazer não sobra mais o tempo que sobrava há alguns anos atrás. Que as decepções, desilusões, dores e angústias também fazem parte da vida! ( nunca imaginava isso) E bate uma imensa vontade de voltar a ser de novo a criança que já foi um dia. A nostalgia grita em seu peito adulto, essa saudade bate forte, mas é preciso prosseguir...
   Não pode viver só neste mundo adulto, ele é sério demais, chato demais, deve haver um jeito de voltar a ser criança!!! Era muito melhor! E descobre que só é possível viver no mundo dos adultos se for capaz de manter viva a criança que só queria saber de brincar mesmo que sozinho, que conversava com seu amigo imaginário. Ou que brincava com os amiguinhos de "polícia e bandido" revezando claro pois todos queriam ser polícia, todos queriam ser os heróis. A criança que passava as tardes de verão construindo castelos de areia as margens das águas do mar, e que quando as ondas violentamente derrubavam seu castelo que dera tanto trabalho ele caia no riso e o refazia. Descobre que só será capaz de prosseguir senão deixar a criança dentro de si morrer.




sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Que A Paz Esteja Convosco Meu Amigo. ( Por quê Dói Tanto? )

   O príncipe Hassan encontrou na Princesa Alisha a grande razão para viver. É sempre muito perigoso encontrar em alguém a razão para viver... Mas não é fácil dizer isto ao príncipe Hassan. Ele é intenso demais para não se permitir se jogar de cabeça... A princesa Alisha a princípio estava um tanto arredia ao amor que batia em sua porta. As suas experiências anteriores não tinha sido das melhores, e nem tampouco as do príncipe que anseiava encontrar alguém que pudesse ser a sua "outra parte que estava perdida no mundo".
  Começaram a namorar e a cada dia ambos se completavam e o príncipe que já admirava a bela jovem mesmo antes do namoro estava radiante...Uma vez ele me disse:
- Sabe Oleg eu me sinto o homem mais feliz do mundo quando estou ao lado de Alisha. Quando estou com ela é como se o mundo fosse pefeito, como se fosse não! O meu mundo torna-se perfeito quando estou com ela. Sinto paz e uma imensa vontade de ser melhor a cada dia, sim Alisha me faz querer ser a cada dia um homem melhor...Quando estamos juntos não me falta mais nada, o meu mundo se completa. Estou muito feliz Oleg, não posso pedir mais nada ao criador.
   Confesso que invejei o príncipe naquele momento, porque das poucas vezes que me senti assim como um menino. Acho que é assim que nos sentimos quando amamos, uma "criança adulta". Quando acreditei que não precisa pedir mais nada ao criador tudo desmorou de uma forma que até hoje "não sei porquê".
   Sim o príncipe "sorria ao vento", qualquer pessoa que o visse percebia que aquele homem transbordava uma alegria, uma forma de enxergar a vida. Que só tinha uma explicação. O amor da princesa Alisha. Quando a princesa disse pela primeira vez que o amava, Hasan me contou que já se passava um tempo juntos e que a princesa com toda sua sinceridade dissera que ainda não estava preparada para dizer EU TE AMO novamente, pois ainda gostava do ex. Entretanto o grande dia chegara, e ela dissera ao príncipe que o amava, e que estava muito feliz. E o agradecera por não ter desistido do casal, por ter lutado por eles. E que a cada dia ela estava mais feliz... Para Hasan foi a melhor notícia que deveria ter acontecido. Era notório em todo o reino que ele nunca tivera tão feliz, "tão nas nuvens" quanto naquele momento. Qualquer cidadão no reino sabia o motivo daquela felicidade: Princesa Alisha.
   Hasan era um homem intenso, verdadeiro e que não tinha perdido a fé no amor, nas pessoas, e a esperança de que aonde existia amor verdadeiro qualquer barreira pudesse ser superada. Mas existem barreiras que nem mesmo o amor é capaz de superar. Como a barreira religiosa por exemplo. E entre Hasan e Alisha existia uma barreira religiosa, ambos eram de religiões diferentes, e tinham formas diferentes de adorar um mesmo Deus.
   Com o tempo pertencer a mesma religião de Alisha passou a ser uma condição para a manutenção da relação para Hasan. Que mesmo com certa resistência passou a considerar a ideia, em nome do amor que sentia por Alisha. Com tempo surgiram algumas brigas o que é normal, mas para Alisha não era. E assim o mesmo amor que ela dissera sentir um dia, disse já não sentir no outro e que a principal barreira entre os dois era a questão religiosa. E dissera a Hasan que o fim seria a melhor saída. Pobre Hasan lutou até as suas últimas forças se esgotarem para não permitir que o seu grande amor fosse embora. Que a sua razão de viver escapasse das suas mãos...
   E foi assim que todo o reino e eu vimos um homem perder a fé no amor, nas pessoas e na vida. Pobre Hasan ele "suicidou-se", mas não tirando a sua própria vida. O suicidio aconteceu no seu âmago...Onde está aquele homem que sorri como se estivesse iluminado por um sentimento inexplicável, que enxergava a vida sempre pelo seu lado positivo, que tinha fé nas pessoas, na vida e que jamais imaginou que a pessoa que dissera que o amara, e que estava feliz, ia dizer o contrário tão rápido...Ele desceu ao "vale das Sombras", ao" fundo do poço". Fazia pena ver a tristeza do prícipe, a falta de vontade de viver...Ele caiu numa tristeza profunda...E a sua vida não fazia o menor sentido, ele ficou perdido sem rumo... Hoje passado algum tempo ele tenta reconstruir a sua vida, mas nem de longe ele se parece com o homem que já foi um dia.
   Ontem ele me procurou e me fez as seguintes perguntas:
- Por quê é que dói tanto? Por quê é que depois de tanto tempo ainda sonho com ela? Por quê ainda tenho esperanças de que ela possa reconhecer o meu valor e voltar? Por quê quando a vejo meus olhos ainda se enchem de lágrimas e rogo ao criador uma oportunidade. Às vezes penso que estou enlouquecendo. Quando a vejo sinto uma tristeza angustiante e uma vontade de voltar no tempo... Por quê dói tanto.....? Por quê acreditei tanto que era amado?
   Não soube e não sei o que responder ao príncipe. E tampouco sei o porquê. Cada ser humano tem os seus próprios percalços, cada um de nós tem a sua própria caixa de Pândora. Talvez algum dia o príncipe Hasan volte a ser o que era, talvez nunca mais... Mas se a pessoa que amo não se vê em mim e tampouco eu na pessoa só sei que de nada vale a pena este amor...Mas quando sabemos o que vale e o que não vale a pena neste campo? E a pergunta do príncipe continua martelando em minha mémoria...Por quê dói tanto depois de tanto tempo? E por quê ele não conseguiu até hoje seguir em frente? Na minha humilde conclusão só posso crer que as maiores tristezas humanas estão relacionadas a desilusão amorosa para aqueles que acreditam no amor e são pessoas intensas...
 


sábado, 19 de setembro de 2015

Minha Inocência Perdida. ( Aonde está ? )

   Sempre achei que o que mais vale nas relações humanas são as pessoas... Sempre acreditei que um ser humano tinha valor pela sua essência...Independente de sua cor, raça, credo e etc. Alguém tem valor pelo que é, pela coerência de suas atitudes, respeito aos outros e a sí mesmo. Alguns dias conversando com dois amigos que são um pouco mais velhos que eu, fiquei chocado com a declaração de um deles. Que o que descobri agora, ele descobriu quando tinha dezessete anos! Quando paro para pensar nesta declaração vejo o quanto fui inocente e que a perca dela me faz enxergar um lado sombrio e triste da vida.
   Lamento por ter sido tão ingênuo durante tanto tempo, agora já não posso mais voltar atrás e recuperar a inocência perdida. Um tanto pior pra mim pois perder a inocência é de certa forma ruim, entretanto me faz não só enxergar a realidade nua e crua, me faz aceitá-la o que é ainda pior. Sim ele está coberto de razão. No mundo em que vivemos e que sempre foi assim, apenas eu demorei a enxergar, ou melhor eu enxergava mas me recusava a acreditar. "Você vale o que você tem", nossa nem me reconheço falando assim, mas tenho que admitir que os valores são inversos ao que pensava.
   E agora?  Pra onde foi aquela inocência que acredita nas pessoas e nos dons que elas tem? Onde está o meu eu que acreditava na capacidade humana de ser empático. Creio que eu realmente vivia em um mundo à parte que de certa forma fez com que eu cultivasse o melhor em mim durante tantos anos: A fé nas pessoas e a esperança de um mundo melhor e mais justo ( balelas de um ex sonhador que parecia não ter cura ).
   Pois é a cura chegou... Já não sou mais o mesmo menino que sonhava com o futuro... FUTURO! Ele é sempre tão distante e tão próximo ao mesmo tempo que faz com que eu me perca até no presente. Nem tampouco o jovem que fui querendo "transformar o mundo", apenas o homem que tenta sobreviver ao sistema e acredita que o ser humano "vale o que tem" com um sabor amargo na alma.
   Aprendi que devo viver ilhado em meus próprios problemas e nem sequer olhar para os lados. Que eu sempre terei que pensar em mim e agir por mim em primeiro lugar. Numa eterna competição onde o primeiro é o que importa, ele sempre será visto e lembrado. Amor, amizade, carinho, respeito e lealdade não significam muito num mundo que prega a corrida desenfreada pelo consumo e capital selvagem.
   Sim acho que agora eu "cresci", perdi a porção ingênua no homem barbado...Estou de luto por um ser que deixou de existir, e que deixará muitas saudades...O doce amor da mulher amada custou um punhado de dólares ( e ele está ALTO no mercado ). Preciso correr para não perder a chance de comprar as ações que me darão passaporte para mostrar o meu valor. Preciso ser bem sucedido, e sinônimo de sucesso é dinheiro no bolso! Só assim serei amado, respeitado e terei o meu valor!
   No fim destas linhas sei que não posso me permitir esse pessimismo total. Pois sei que há um número considerável de pessoas que lutam para transformar a vida de pessoas, que não acreditam no valor que a conta bancária dá. Elas são quase imperceptíveis, mas se reparar bem elas estão lá sorrindo verdadeiramente, com os braços abertos e sempre dispostos a transformar, multiplicar, unir e se modificarem a partir do contato com o outro, que se permitem serem transformados também.
   Embora otimista e esperançoso num nível bem menor essas pessoas me faz crer que nem tudo está perdido. Deixo um sorriso escapar de meus lábios e sinto uma ponta de esperança muito pequena e lamento profundamente a inocência perdida.



quinta-feira, 4 de junho de 2015

O Sagrado Que Existe Em Cada Precioso Minuto.

  O que é realmente nosso em nossas existências? Quando paro para pensar, refletir sobre esta questão chego a conclusões que verdadeiramente não me agradam, porque desconstrói aquilo que sempre acreditei possuir. Mas que ao mesmo tempo me direciona a ver a vida com novos olhos, o que considero ser a verdadeira viagem da descoberta... O que realmente tenho? E qual o valor que dou para aquilo que considero meu? Será que estou valorizando coisas de menos e desvalorizando coisas demais? No momento que penso em ter uma vida estável e que esta estabilidade seja a tão sonhada casa e o belo carro que sempre almejei ... O simples fato de sonhar e trabalhar para por em prática este sonho me mantem vivo. E trabalho todos os dias doze, treze horas,  os anos passaram e eu finalmente conquistei, os bens que eu tanto almejara... Acabei de pagar a última prestação do carro, que já não tem mais o mesmo valor, porém é inegável a sua utilidade. Sim as conquistas materiais são importantes, e me sinto feliz, não nego e não vejo nenhum mal nisto. Entretanto descubro que cada conquista demanda outra e mais outra, e caio no mesmo ciclo vicioso que nunca tem fim, pois descobri que para ter uma vida plena tenho sempre que ter algo, sempre uma nova conquista...
   Quando penso no que é realmente meu me choco com a resposta que ecoa em meus próprios ouvidos. Tento negar a evidência que aparece muito clara, sinto um aperto no peito, pois a verdade me esbofeteia. A “razão”, me diz que que tudo que possuo é meu, pois tenho documentos que o provam. Sim eu tenho a posse documentada, e isto me faz bem. Tão bem que me sinto senhor do tempo e porque não da vida pois sei que aquilo que é meu ninguém tira... Entretanto o coração me diz que não possuo muitas coisas, ou melhor que não possuo nada...Assustado com o que ouço tento tapar os ouvidos para não escutar, mas as palavras ecoam lá no fundo, dentro do coração. 
   Tento negar o óbvio, porém me rendo. E me convenço que nada me pertence e que tudo é transitório, ilusório. Pois tudo que acredito ter me está sendo emprestado por um tempo que por mais que possa parecer ao contrário é finito. As coisas que possuo deixarão de ser minhas e incluindo a própria vida no momento em que fechar os olhos.
   Este é o maior mistério da existência, o de transformar cada minuto, cada segundo em um único momento. E de poder perpetuar este momento sempre que quisermos através de nossas memórias, enquanto existir o fôlego da vida. Ter a convicção disto transforma minha existência. Me faz repensar as minhas próprias convicções, quebrar paradigmas e entender melhor a mim mesmo e o mundo ao meu redor. 
   Aceitar que diariamente podemos ensinar e aprender. Todos os dias temos a chance de sermos professores e alunos. Temos a chance de contribuir para o sagrado que existe em cada precioso minuto, e aceitar que nesse curto período em que estamos aqui podemos ser como as estrelas que a "zilhões" de distância não deixam de emitir o seu brilho. E cada ser humano é como uma estrela, todos tem o seu brilho...Todos temos os nossos dons, os nossos talentos, e que possamos utiliza-los da melhor maneira servindo e sendo servido. Afinal quando nosso tempo finito chegar, só o que ficará são as lembranças, o resto é feito uma escultura de areia...Bela mas que na primeira tormenta se desfaz.
   Justamente por não saber até quando? Que possamos fazer o melhor que possamos como se não tivéssemos a chance de fazer e querer tudo outra vez.

   

domingo, 29 de março de 2015

Mergulho Na Escuridão De Minha Alma... E Navego Por Tormentas Nunca Antes Enfrentadas!

   Caminho contra o vento e sinto o sabor amargo subindo das entranhas de minha alma... O sorriso sai quase forçado, sem vontade, e talvez nem seja mesmo um sorriso, mais um entortar de lábios que mais se assemelha com uma tentativa irônica de rir das desgraças da vida. Conheço todas as tentativas de animar meu ser como risos forçados ou até mesmo estufar o peito e caminhar firme com o olhar do que é necessário focar. Como se dissesse a mim mesmo que enxergo além do problema, além do horizonte.
   Bah ....Uma grande piada, que o meu próprio corpo tenta aplicar a mim... Isso mostra que o ser humano é um ser de superação... Mas às a escuridão é necessária para fazer com que valorizemos a luz. Ela faz parte daquilo que chamamos inevitável, embora passamos boa parte de nossa existência tentando evita - la.
   O ser humano é o ser mais completo e complexo de toda a criação, eu particularmente desconfio desse "completo", e apostaria no complexo. Caminho insone pela multidão e ouço meus próprios passos como um aviso sombrio de mais um dia cinzento nas brumas de minha alma. E sigo como se o dia que acabou de nascer parece nunca ter nascido e nunca terá fim... É estranho no decorrer de um dia de trabalho agir naturalmente, embora seja necessário, afinal não podemos misturar os problemas pessoais com o trabalho, e é assim que deve ser. Ao final descobrimos que somos humanos em qualquer lugar que estejamos, parece óbvio mas me refiro a modelos de comportamentos que nos ensinam e que nos submetemos como se em algum momento deixássemos de ser.
   Sim sou humano em qualquer hora e em qualquer lugar, posso chorar, posso sofrer, posso me rasgar, me quebrar em pedacinhos... Mas também posso sorrir, restaurar cada caquinho que se quebrou, que pode durar uma semana, um mês, um ano ou uma vida.... Mas no final desta caminhada eu possa olhar pra trás e descobrir que na construção de Deus sou um dos tijolos que edificou a sua obra.
   Que eu possa olhar para trás e entender que mesmo as experiências mais amargas, puderam contribuir para que a minha alma fosse lapidada e pudesse evoluir... Assim como o ourives derrete, condensa, martela, molda, solda e refina pepitas de ouro, transformando-as em belas jóias de alto valor agregado.
   Caminho contra o vento e um rosto me vem a mente, um coração que já não bate mais no mesmo compasso. Nuvens sombrias anunciam a tempestade dos próximos dias...Meus passos entre a multidão anunciam a morte, a cada dia temos uma morte anunciada, da mesma forma que podemos ter um renascimento...Mergulho na escuridão de minha alma e navego por tormentas nunca antes enfrentadas, desta vez parece que vou sucumbir... Não encontro forças para me reerguer do tombo que a vida me deu, e quanto mais tento parece que mais me enfraqueço.
   Mas a vida pode me derrubar, me fazer cair de joelhos, isso ela pode, mas eu também posso resistir, aguentar, não me deixar quebrar por ela. E é essa capacidade de aguentar as porradas que ela me dá que me faz ir mais além. Sei que não é fácil , mas não me deixarei sucumbir, sei que sou forte o suficiente, pois descobri que ser forte não é ocultar as fraquezas, não é não deixar a lágrima cair, não mostrar as perdas, mas acima de tudo é saber que nelas moram resistência que me faz levantar, que não me deixa sucumbir, porque posso me levantar, quebrado, arrasado, destruído... Porém VIVO!



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

De Onde Vem O Tiro?

   O tiro de misericórdia veio antes do suspiro. Antes mesmo de perceber a sua direção...Tal qual um menino que não sabe que direção seguir, reajo ainda sem saber que rumo tomar. Já fui alvejado antes, mas a dor nunca é igual... Nunca estamos preparados para o inesperado que se apresenta como o novo. Que pinta novos quadros, ou modifica profundamente os já existentes. Que reescreve o roteiro, modifica os capítulos e vai devastando tudo tal qual uma catástrofe natural e...Humana!
   Antes de qualquer reação vem o tiro...De onde ele vem? Só sinto a dor lancinante... Fecho minhas pálpebras e vejo uma criança perdida, confusa em meio a multidão. Ela se pergunta? - "Onde está mamãe?" e a mamãe não aparece. Ela se desespera e vê um rosto que se aproxima e sorri. Instintivamente a criança para. A medida que a pessoa com um sorriso dócil se aproxima, não sabe ao certo se é a mãe que tanto procura, mas o torpor já começa a afetar a sua capacidade cognitiva.
   Talvez por uma fração de segundos, ou um pouco mais de atenção eu tivesse notado a arma apontada para mim o tempo todo. Entretanto quando tento encontrar a resposta em meio ao torpor que ameça a minha sanidade, consigo ter o momento mais lúcido... Que me diz que aquela arma não era pra ser vista, aliás ela nem tava ali. E continuo sem saber de onde vem o tiro? Sinto apenas o gosto amargo na boca e o alarido surdo em meu coração. Tento ouvi-lo na tentativa desesperada de encontrar um antidoto que salve minha vida. E talvez o antídoto nem salve, talvez seja um produto do meu devaneio, da minha desilusão.
   Glóbulos, nervos, tecido, músculos... Fibra, rosto, posto, nuvem, raio, trovão, caixão... Eis a casa pequena e sufocante e a certeza de que a cada inspiração vou expirando vida...brincando com a desgraça, flertando com a morte que me diz que sou forte. Mas não o bastante para sobreviver ao tiro, é preciso conhece-lo, mas ele não gosta de socializar. Ele aparece quando menos se espera causa estragos e vai embora. Tento juntar os cacos, mas cacos quebrados não voltam a ser belos jarros, mas ainda assim podem ser restaurados.
   Restaurado...Aquilo que pode ser recuperado. Mesmo em meio ao caos que se encontra minha existência. O caos equilibra minha desilusão, mesmo que eu não admita e talvez ainda não perceba, mas ele me obrigada a seguir lutando para continuar vivendo e não apenas sobreviver... Corro em busca do meu lugar no mundo, e como todos os guerreiros que lutam por algo que acreditam me entrego, me rendo a um único momento e me perco num olhar que já não tem mais o mesmo brilho de antes. E novamente a pergunta que já faz parte de minha existência... De onde vem o tiro....?
   Compreendo que nem eu e nem ninguém sabe de onde vem o tiro...O que descobri é que ele sempre vem, as vezes esperamos por ele...Mas na grande maioria delas não. Como também não estamos preparados, mas ele vem e devasta tudo por onde passa, e você sente o sangue quente pulsar...Pensei e acreditei que o meu fim estava próximo. E já nem acreditava mais que sobreviveria tamanho foi o golpe, certeiro, quase mortal no coração...Mas na vida morremos e vivemos muitas vezes. A cada segundo da existência algo mágico acontece.
   Penso em ser livre e no momento em que penso que sou... Percebo que é uma grande utopia no sentido mais amplo da palavra. Pois ninguém pode ser totalmente livre que possa fazer o que quiser e nem tão preso que não se permita momentos de liberdade.
   Os homens quando enxergam a vida com paixão criam verdades absolutas. No momento em que escrevo não sei se vivo, ou se sou uma mera concepção do eu. Em uma única existência pode-se morrer e viver diversas vezes... Mas não se pode negar de enfrentar o tiro mesmo não sabendo de onde ele vem.