quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Time Out: O Sol Depois da Chuva

Senti-me entediado com a situação que vinha enfrentando pra ser sincero cheguei a dizer que estava um pouco infeliz... Cheguei a dizer que estava um tanto infeliz... Mas que bobagem... Acabei dizendo logo em seguida... Pessoas infelizes têm fortes tendências suicidas o que não era o meu caso.  Acredito que não estou atravessando um dos melhores momentos de minha vida.  O que apenas evidencia a minha condição humana. Mas algo me incomodava profundamente , eu sabia exatamente o que me incomodava, aborrecia. E me sentia impotente perante toda a situação que se desenhava ao meu redor. Infeliz não era o termo certo, mas triste, aborrecido sim. Afinal a nuvem cinza que começava a pairar sobre minha cabeça, estava tomando proporções gigantescas. Quando a mente acredita, a alma chora, o corpo e o coração padecem. E a sensação de que dias melhores virão simplesmente desaparece... E tudo o que vemos, sentimos é cinza. A realidade é cinza nas manhãs de verão, nas tardes de outono, nos sóis das primaveras ou nas noites de inverno... Parecia que estava prestes a sucumbir... Desistir de lutar por aquilo que acreditava ser o meu objetivo... Ou o que carinhosamente chamamos de “sonhos”... Naquele exato dia decidir fazer uma coisa, que eu costumava fazer, mas há um bom tempo não fazia. Naquele dia por sugestão da Anna cheguei em casa e substitui a roupa de trabalho por um calção, uma camiseta e chinelos, não levei celular e nada que pudesse interromper aquele momento. Era quase 22 horas, e decidi caminhar nas areias da praia de Copacabana. A lua dispensava os refletores que iluminavam toda a praia. A primeira sensação agradável que senti foi quando segurei o chinelo na mão e pisei na areia... Comecei a caminhar.... Caminhar.... Sentindo as areias acariciarem meus pés... As montanhas a minha volta, a linha do horizonte. Cada vez que olhava e admirava a paisagem ao meu redor sentia- me leve, esvaziava e recarregava sentimentos, energias. Inspirava a leve brisa, entretanto não enchia apenas os meus pulmões, mas a minha alma de esperança. A voz das ondas num incessante vai e vem harmônico. Comunicava com minha alma que tudo tem o tempo certo, que elas precisavam daquele movimento para ser harmônicas. Sendo regidas pelas leis da natureza, e mesmo a natureza quando se revolta necessita de harmonia para expressar sua fúria. Naquela noite conversava comigo mesmo e com a mãe natureza. A centelha mágica da criação divina. Enquanto caminhava me senti tão bem fazendo parte da natureza. Saber que coisas tão simples como uma caminhada na praia, um pequeno gesto me faria tão bem. Pois nestas pequenas e simples coisas encontrei grandes respostas. Muitas vezes precisamos apenas de um tempo conosco para nos entender melhor, renovar nossas energias e saber que após a chuva sempre vem o sol.