terça-feira, 27 de setembro de 2011

Conto Para Minha Morte. Parte 2

No primeiro hospital que fiquei internado não havia a máquina para fazer raio-x. Fui transferido para outro hospital na cidade vizinha e meu irmão foi dispensado. Afinal ele era menor e não poderia fazer muita coisa. Quando cheguei ao outro hospital a primeira providência que tomaram após o raio-x foram amarrar a minha perna de modo que ela ficasse suspensa no ar. Com uma inclinação, desta maneira os médicos esperavam que os ossos voltassem a posição normal saindo um de cima do outro. Foi assim que minha mãe me encontrou. Ela entrara aos prantos e se sentindo culpada como toda mãe, quando algo semelhante acontece. E no caso de minha mãe ela tinha ido passar um ou dois dias na roça na casa dos famíliares que moravam  na zona rural bem longe da cidade, e achara prudente não me levar. Andaria muito, tinha muito mosquito, e não poderia me levar no colo o tempo todo. E depois estava mais seguro com a mãe dela - Minha avó - No entanto minha mãe nunca se sentiu tão culpada ao me ver agonizando ali e comentou por diversas vezes ao longo de minha vida que se arrependera amargamente de não ter me levado. Fiquei durante dezesseis dias com a minha perna suspensa no ar amarrada, até que os ossos voltaram completamente ao local. O próximo passo fora a cirurgia e o engessamento. Ganhei uma "calça de gesso", que só não se parecia por completo com uma calça de verdade, porque faltava uma perna, a que não tinha sido lesionada. deixaram apenas meu penis de fora para que pudesse fazer minhas necessidades. O próximo passo após todas as dores que sofri, foi o pior. Porque assim que recebi alta e voltei para casa. tinha que ficar o tempo todo deitado ou sentado durante mais de quarenta dias Tomava medicamentos para aliaviar as dores que sentia. Muitas vezes a perna latejava e doía bastante.E para uma criança de dois anos super ativa como eu era não foi nada fácil. Chorava a maior parte do tempo e carente como estava exigia atenção de meus familiares para mim. Que quando tinha tempo passeavam comigo. Mas era uma operação um tanto delicada tinham que me pegar com todo cuidado para passearem comigo, com o risco de causar mais uma lesão em minha perna já fragilizada.

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