domingo, 11 de março de 2012

Admirador Secreto. Cap. 7

   Eros tomou um banho, se arrumou e foi para o trabalho. Procurava concentrar toda a energia no momento em que estava vivendo. Sorria para sí mesmo, sentia-se nas nuvens fazendo parte delas, contemplando a beleza das estrelas.
   Alguns dias se passaram, Eros conduzia a sua vida normalmente, trabalho, casa e vice versa. E com muita ansiedade tentando se preparar para o grande momento. Até que um dia não aguentou mais esperar pela recuperação do filho de Beatriz, pegou o telefone e ligou para ela. Estava nervoso e já não aguentava mais esperar. Tinha que ser aquela hora ou nunca mais. Seu coração já dava sinais que não suportaria mais um minuto. Foi quando ouviu a voz dela atendendo o telefone:
- Alô. - ele ficou em silêncio com a respiração ofegante.
- Alô. - Falou novamente Beatriz.
- Alô Beatriz é você. - Respondeu quase num relâmpago.
- Sim sou eu. É você Carlos.
-Sou eu Beatriz.
- Carlos aconteceu alguma coisa com você? Sua voz está diferente parece nervoso.
- Estou nervoso porque decidi te falar toda a verdade por telefone. Não aguento mais esperar. Você tem tempo para me ouvir é uma história longa.
- Claro é o que eu mais quero, te ouvir, saber quem você é. - Ele começou a falar quase "espremendo" as palavras para que elas saíssem de sua boca.
- Você já me conhece, sabe quem eu sou, me vê quase sempre e o meu nome não é Carlos é Eros.
- Assim não vale Eros você está me mandando uma charada, não tenho a menor ideia.
- Eu moro no mesmo bairro onde você trabalha.
Então você mora aí, trabalho há pouco tempo aí, conhecí poucas pessoas não sei quem você é.
- Você conversou uma vez comigo no ônibus lembra?
- Não me lembro não.
- Vou ser mais claro e objetivo. Sou aquele rapaz que pega ônibus com você quase todos os dias no ponto da praça que desce no proximo bairro. Uma vez eu te dei um vale transporte lembra?
- Ah! Agora me lembro, eu não iria descobrir nunca que era você. Todo esse tempo você ali do meu lado e eu nem me toquei.
- Por quê? A notícia te deixou tão mal assim?
- Não é que no início cheguei a pensar que era você, mas você disfarçou tão bem que eu descartei essa possibilidade.
- Como vai seu filho? Perguntou tentando controlar o nervosismo.
- Graças a Deus se recuperou. - Ele começou a conversar com Beatriz como se não tivesse nada a revelar a ela. Mudou de assunto, mas precisava fazer-lhe aquela pergunta que já tinha formulado em sua mente. E a medida que o tempo passava mais aumentava o seu nervosismo. Reunindo todas as forças perguntou:
- Beatriz, será que posso alimentar alguma esperança em relação a nós dois?
Antes que ela respondesse, Eros percebeu que ela respirava um pouco ofegante. Em suas mãos estava o amor ou a desilusão, a felicidade ou a tristeza de um homem.
- Eros espero que você entenda bem a minha situação no momento. Você é um rapaz bonito, é interessante, só que o problema é comigo. No momento eu não pretendo me envolver com ninguém. Você é uma pessoa adorável, mas no momento pretendo dar um tempo a mim mesma. Mas quando você me ver você vai falar comigo não vai?
- Claro que sim, uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato de não ter acontecido nada entre a gente, não impede que possamos ter uma amizade.
- Está bem, quando estiver aí vamos conversar.
- Então fica assim, um beijo até a próxima.
- Outro tchau.
O fim desta conversa para Eros foi um momento difícil de encarar. A tristeza se abatia sobre ele juntamente com o sentimento de perda. Sentimental como era, sonhador demais, idealizou demais esse amor. vivênciou esse amor em seu "mundo", como se fosse realidade.

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