Era noite comecinho dela, por volta das 19 horas decidi
entrar em um supermercado em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Comprei
poucas coisas afinal estava com pressa e era para o meu jantar naquele dia,
quem mora sozinho e gosta de cozinhar sabe o que estou falando. Minhas compras totalizaram 08 volumes porque
decidi pegar três embalagens de suco em pó pequeno. Esperei na fila onde lia-se
na placa ao alto: Caixa rápido 05 volumes, entretanto decidi continuar ali
porque sei que se passa uma quantidade ínfima de volumes como era o meu caso
passava. Pelo menos já vi isso acontecer. Quando chegou a minha vez a moça que
operava o caixa olhou em meus olhos disse:
- O senhor sabe o que é um caixa de 05 volumes? – Ela falou
em um tom tão grosseiro que cheguei a perder a linha e respondi:
- Sei. Por isso não. – retirei os três pacotes de suco em pó
que compunham o excedente de meus produtos. - Mas ainda tive tempo de me
recompor e devolvi a indagação dela com outra, embora fui educado:
- Você está estressada? – Ela olhou-me por uns segundos que
pareceu demorar horas e disse “não” já com uma cara de quem não esperava, me
pareceu um misto de raiva e ao mesmo tempo “sem graça” pela pergunta. Foi a
impressão que tive pode ser que esteja enganado e ela só tenha sentido raiva mesmo
(RS). Passado este episódio na mesma semana
na hora do almoço em Ipanema estava na fila de um restaurante que
costumo almoçar lá as vezes. E a garçonete se aproximou e educadamente tira o
meu pedido. No momento em que ela estava anotando na comanda decidi mudar de
ideia, pedi desculpas pra ela e fiz outro pedido. E ela rasga aquela folha da
comanda com violência e me olha com “ cara feia “. Outro dia fui comprar um
lanche para a "chefa" e paguei primeiro porque tinha que resolver outra coisa em
outro lugar e pegaria depois na volta. Quando cheguei já estava embalado e pronto
era só eu pegar e levar. Entretanto quando pedi a nota ao atendente ele bufou
antes de me entregar. Diria que eu estava sem sorte mês passado, mas não
infelizmente o índice de tolerância das pessoas anda abaixo de zero. Palavras
como com licença, por favor, e obrigado andam meio extintas hoje em dia. Passar
com cuidado ao lado de um velhinho na calçada é luxo, até porque ele está
atrapalhando você que está atrasado, ou que gosta de andar rápido, daí você
passa por ele quase o derrubando, afinal ele devia ficar em casa e não sair nas
ruas não é mesmo?
Nos caixas lotados dos supermercados vejo qualquer erro que
seja por parte do caixa ou alguém que atrase a fila logo ouvem-se impropérios para
a pessoa que cometera tal “desatino” nos ônibus, nos metrôs cada um considera
seu tempo o mais importante de todos e assim vamos vivendo num nível de
tolerância abaixo de zero, onde o meu tempo e o meu interesse está acima de
todos. O dia-a-dia, a correria dos grandes centros não pode ser usado como
desculpas para nos tornamos cada dia mais intolerantes com nossos semelhantes.A
cada dia perde-se a capacidade de usar a empatia. Temo por uma humanidade
assim, embora ainda acredito no ser humano. Como diria Ghandi “Olho Por Olho E O Mundo Acabará Cego”
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